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          Sumidouro de aves. Aquele buraco era um sumidouro de aves. Era pousar ali, não se via nem as penas. No princípio, ninguém se dava conta. Depois que um menino, entre uma e outra piscada, não viu mais o pássaro que o seu bodoque mirava, é que começamos a reparar. Era um buraco pequeno. Cabia […]

    POR: Elder Vieira

          Sumidouro de aves. Aquele buraco era um sumidouro de aves. Era pousar ali, não se via nem as penas. No princípio, ninguém se dava conta. Depois que um menino, entre uma e outra piscada, não viu mais o pássaro que o seu bodoque mirava, é que começamos a reparar. Era um buraco pequeno. Cabia nele a cabeça de um homem adulto. Os pombos, como que chamados por fartura de farelos, pousavam direto lá dentro para nunca mais saírem. Depois foram os pardais, curiosos e ariscos: desvoavam na fiação defronte, inquiriam o escuro, saltavam para a beira e iam entrando, aos pulos. E assim foram, uma a uma, as espécies.

          Quando as manhãs não mais cantaram e as tardes emudeceram, o buraco se fechou.

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