Surgiu manejando a espada em movimentos largos, circulares. O primeiro transeunte que, incauto, se avizinhou teve sua cabeça decepada. A partir daí, a matança não teve mais fim: com um bailado ágil e preciso, abriu ventres, apartou braços de corpos, dividiu dezenas em dois.

      Antes mesmo que pudéssemos nos aterrorizar, ela surgiu, diáfana, portanto um sorriso sereno e misericordioso. Pousou sua mão tranqüila no ombro do assassino e o fez ajoelhar-se. Aos poucos, ele foi se liquefazendo e, ao cabo de minutos, só restavam sua espada e suas vestes numa poça de lágrimas.

      Sustada a tragédia, os corpos foram recolhidos e ela desfez-se em flocos de luz, que se dispersaram tal qual bando de borboletas amarelas. Todos, faltos de entendimento e iniciativa, voltamos à vida… e ela nos tragou rotineira e esquecida dos fantásticos de si.