A batalha vitoriosa de Diên Biên Phú tem dado motivo para muitos comentários. Alguns deles avaliam o evento em relação aos participantes ativos; outros de ponto de vista contemporâneo, olhando para as conseqüências e memórias políticas, econômicas e culturais, 50 anos após a vitória militar. Meu propósito aqui é considerar este evento decisivo, fazendo uma avaliação com respeito a este longo período da história vietnamita.

Uma das características inegáveis da história vietnamita, claramente reconhecida pelos historiadores é que, desde a fundação do primeiro Estado vietnamita, o Vietnã tem tido de lutar incessante e incansavelmente contra a invasão estrangeira. Se omitirmos os conflitos havidos sob o poder dos reis Hung, que podem ser considerados como uma lenda, o período histórico que começa com a resistência a Qin no final do Século III d.C. – que durou até a luta contra o colonialismo francês que culminou com a batalha de Diên Biên Phú –, testemunhou 14 movimentos separados de resistência:

1. Resistência a Qin (215-210 a.C.)
2. Resistência a Nan Yue (início no século II a.C.)
3-4 Dois episódios de resistência a Nan Han (930-931 e 938)
5-6 Dois episódios de resistência a Song (981 e 1075-1077)
7-8-9 Três episódios de resistência aos Mongóis e aos Yuans (1258, 1285 e 1287-1288)
10. Resistência a Ming (1406-1407)
11. Resistência aos siameses (1788-1789)
12. Resistência a Qing (1788-1789)
13. Resistência ao colonialismo francês (1858-1884)
14. Resistência à reconquista francesa (1945-1954)

Apesar da longa duração deste período histórico, dentre as 14 fases de resistência acima listadas em apenas três episódios não fomos bem sucedidos, redundando em três épocas de domínio estrangeiro: a dominação chinesa (179 a.C.-905 d.C.), de mais de um milhar de anos; a dominação Ming (1407-1427), de 20 anos; e a dominação francesa (1884-1945), de 61 anos. A batalha de Diên Biên Phú culminou na luta contra a re-imposição do colonialismo e pôs decididamente um fim na fase colonial da história vietnamita. Surgiram mais três importantes movimentos de resistência na história moderna pós-colonial do vietnamita que devem ser citados devido à sua importância para o Vietnã contemporâneo: a resistência aos Estados Unidos da América (1954-1975); a guerra da Fronteira Sudeste (1979) e a guerra da Fronteira do Norte (1979).

Durante o largo período histórico acima delineado, com 22 séculos de duração, em muitas ocasiões houve levantes do povo vietnamita em busca da independência nacional. O número total de insurreições é incontável por falta de documentação da época sob o jugo dos chineses. Contudo, existem alguns registros. Por exemplo, de acordo com os anais da dinastia Ming, durante um curto período de 20 anos no início no século XV, há mais de 60 insurreições. Concluindo-se, mais da metade deste longo período da história vietnamita é tomada por conflitos contra a invasão e dominação estrangeira. No contexto da história mundial, é notável encontrar um país que passou toda a sua existência e desenvolvimento tendo de lutar nessa medida contra a dominação estrangeira. Entretanto, seria um erro acreditar que a história do Vietnã deva ser resumida em termos de uma sucessão de guerras sem fim, conferindo ao país uma imagem de Estado belicoso. Esta visão se opõe à realidade da nossa história e às aspirações do povo vietnamita.

Devido à sua localização geográfica, o Vietnã repousa no emaranhado de uma rede natural de comunicações geográficas. Nosso país está conectado à parte mais importante do Leste asiático através da bacia hidrográfica dos Rios Vermelho e Mekong. Além disso, tem abertura para o mar, devido sua longa costa marítima favorecendo o contato e o comércio com os países insulares da Sudeste asiático. Assim, desde a Antigüidade, o Vietnã tem sido objeto de cobiça das potências político-militares que praticam uma política de expansão pelo Sudeste da Ásia. Este ponto de vista é sustentado pela tentativa de ocupação do império Yuan no Século XIII e pelo império Ming no Século XV. Sem contar que, desde a fundação do império Qin, o Vietnã tem como vizinho o poderoso império chinês, que da dinastia Qin (221-206 a.C.) à Qing (1644-1911) nutre a ambição de conquistar nossa nação para expandir seu domínio e direção à região do Sudeste asiático. O exemplo mais recente é o imperialismo norte-americano no século XX.

Na história vietnamita há poucos casos em que o invasor possuísse recursos territoriais, demográficos e econômicos comparáveis aos do Vietnã. Situação semelhante ocorreu somente com Nan Yue (séculos III e II a.C.); Nan Han (Século X); e Siam (Século 18). Na maioria dos casos, o Vietnã teve de enfrentar inimigos muito mais poderosos e com muito mais recursos, como aconteceu nos impérios Qin (221-206 a.C.), Han (206-220), Sui (581-618), Tang (618-907), Song (960-1279), Mongol (1206-1271), Yuan (1271-1368), Ming (1368-1644) e Qing (1644-1911); e, naturalmente, também as grandes potências mundiais de da cada época, como o colonialismo francês, o fascismo japonês e o imperialismo norte-americano – que tiveram acesso aos recursos decorrentes de suas posições no eixo industrial da civilização e, por isso, superior ao Vietnã em todos os aspectos, econômico, científico e tecnológico. Todos esses importantes fatores explicam por que a luta do povo vietnamita contra os invasores sempre seja tipicamente caracterizada pela brutal violência que surge de uma relação de forças desigual, particularmente durante as fases iniciais dos conflitos.

Em consideração a todos esses importantes fatores, faz-se necessário salientar que o sucesso da luta do povo vietnamita contra a dominação estrangeira deve ser atribuído à capacidade da nação de mobilizar toda a força popular. Na história vietnamita, o êxito dos movimentos de resistência e luta pela libertação nacional se dá pelo fato de todas as guerras serem patrióticas, com uma característica marcadamente popular, resultante da solidariedade do povo vietnamita, dos laços estreitos entre os intelectuais e das capacidades materiais e produtivas da nação e da unificação dos propósitos, que é capaz de aliar forças do governo, do exército e da sociedade em coesão. Tal sucesso não teria sido alcançado se a nação vietnamita tivesse confiado apenas em seu exército, nas fortificações e nas frentes de defesa. Os fracassos do Rei An Durong contra Nan Yue e da dinastia Ho contra a chinesa Ming; e – mais recentemente –, a derrota do movimento de resistência Nguyen contra o domínio francês se constituem em evidência para tal argumentação.

A resistência à invasão estrangeira tem um significado vital no destino de toda a nação. A história das guerras travadas contra os invasores, com as características já mencionadas, tem influenciado profundamente todos os processos históricos do nosso país assim como a vida social e cultural de toda a comunidade vietnamita. A identidade e os valores culturais do cidadão vietnamita foram fortalecidos e jogam um papel do mais alto grau, principalmente no espírito patriótico, a ânsia pela independência, a tradição da unidade nacional, assim como, uma arte militar original e criativa. Embora o Vietnã seja um país de multiétnico, com 54 etnias ao todo (86,2% Kinh e outras 53 etnias os 13,8% restantes, de acordo com o censo nacional de 1999), a unidade nacional não apresenta nenhum tipo de problema. Mesmo levando-se em consideração que a cultura vietnamita é muito complexa, com a finalidade de atender as demandas públicas, toda a comunidade tem de se unir para desempenhar atividades de otimização da ocupação das terras improdutivas, realização de trabalhos hidráulicos indispensáveis à cultura do arroz, além de lutar nas guerras contra os invasores. O processo de unificação nacional começou muito cedo e deu lugar à coesão intrínseca da sua diversidade cultural. Ao enfrentar o invasor, o povo vietnamita traz à tona toda sua tradição de luta e defesa de seus valores mais caros: a independência e a soberania da nação. Mas a validação das tradições e da força da união nacional depende, em grande medida, da habilidade da sociedade de organizar-se e de jogar um papel decisivo no aparato do Estado, qualquer que seja a época. Estes fatores cruciais determinarão o sucesso ou o fracasso. Por exemplo, no final do século XVIII, sob a direção de Nguyen Hue, os vietnamitas derrotaram os siameses no sul e a dinastia Qing no norte. Contudo, no Século XIX, liderados por Nguyen, os vietnamitas foram derrotados na resistência contra o colonialismo francês.

Depois, após meio século, o Vietnã conseguiu três vitórias sucessivas: a primeira na Revolução de Agosto de 1945, seguida de dois outros movimentos de resistência que duraram 30 anos (1945-1975).
A cultura, a teoria militar e as táticas do campo de batalha no calor do engajamento – três componentes importantes do povo vietnamita – se cristalizam num espírito de luta criativo que se manifesta na habilidade claramente demonstrada pelos combatentes vietnamitas. Estrategistas como Tran Quoc Tuan e Nguyen Trai aprenderam e assimilaram inúmeras estratégias extraídas das obras e tratados militares orientais, especialmente do livro chinês A Arte da Guerra de Sun Tzu. Muito mais tarde, Ho Chi Minh o traduziu para o idioma vietnamita para fazer dele um documento de referência para seus quadros militares, especialmente nos primeiros dias das lutas de resistência. Mas, a teoria e a prática militares vietnamitas estão fundamentadas principalmente na experiência de luta contra o invasor estrangeiro e demonstram, acima de tudo, a habilidade e a adaptabilidade do povo vietnamita. Em essência, no caso em que um país pequeno se vê obrigado a enfrentar a invasão de uma grande potência, é fundamental saber como evitar as posições fortalecidas do adversário e tentar, pouco a pouco, modificar a relação de forças até que haja uma oportunidade para a vitória decisiva. Esta estratégia está expressa em um princípio declarado por Tran Quoc Tuan, segundo o qual: “Nossa arte é lutar liquidando todo assunto em poucas palavras”; enquanto Nguyen tem como lema “Opor as forças mais fracas às mais fortes”. De acordo com Tran Quoc Tuan as condições da vitória são determinadas pela “harmonia entre o rei e seus súditos, a solidariedade entre as diferentes famílias, a união entre toda a população”, ou, como declarou num outro momento, “a vontade da população é o baluarte da defesa nacional”. Por esta razão, “é essencial tratar o povo com humanidade, para manter com ele profundas raízes e uma base de sustentação”. Como Nguyen Trai, comparou a população às “águas que levam o barco, mas também podem virá-lo”. Em sua opinião, “garantir a paz e a felicidade do povo é o alicerce da humanidade e da justiça” e “a justiça sempre triunfa sobre a barbárie”. Em resumo, tais princípios tratam da mobilização de forças de todo o povo para criar condições de levar adiante uma guerra patriótica e popular contra a invasão estrangeira.

A teoria militar vietnamita discute não só a maneira de iniciar a guerra como também a de terminá-la. O Vietnã, como nação vítima da invasão, não tem direito de escolher entre a guerra ou a paz. A única coisa a fazer é tentar evitar a guerra ou, depois de deflagrada, que ela se prolongue. Uma vez a guerra começada, o povo vietnamita sempre demonstrou ter força e determinação suficientes para vencer as dificuldades e estar sempre pronto para dar a vida pela pátria, como se pôde confirmar repetidas vezes na história de lutas contra a invasão estrangeira. O método de agir vietnamita para colocar um fim à guerra concentra-se no sucesso militar da batalha e na negociação de paz na seqüência. Discussões políticas e diplomáticas dão o tempo necessário para encontrar uma solução aceitável ao agressor – geralmente uma potência política e bélica. É significativo notar que o Vietnã estabelece sempre muito rapidamente relações diplomáticas com o país agressor.

A resistência do período de 1945-1954 começou num contexto de relação de forças não favorável ao Vietnã. Avaliando-se a partir do fim da II Guerra Mundial, o povo vietnamita levantou-se e caminhou em direção do Partido Comunista do Vietnã e de Ho Chi Minh. Em duas semanas, o movimento teve sucesso na sua busca de apoio e força por todo o país, sem derramamento de sangue. Em agosto de 1945, a Revolução podia ser comparada com a insurreição de Khuc Thua Du no ano 905, num tempo marcado pelo declínio do Império Tang e a desintegração de sua administração. A insurreição vietnamita não encontrou resistência contra os invasores de Nam Han em 930-931 e em 938. Do mesmo modo, o governo da República Democrática do Vietnã, recentemente estabelecido, tinha de enfrentar a tentativa francesa de reconquistar a nação que começou em Saigon em 23 de setembro de 1945, pouco antes de espalhar-se pelo país inteiro em 19 de dezembro de 1946. O governo do presidente Ho Chi Minh tentou fazer tudo o possível para evitar ou retardar a guerra, o que foi claramente expressado no Acordo Preliminar de 6 de março de 1946 e no modus vivendi de 14 de setembro de 1946, com muitas concessões feitas pelo Vietnã; por exemplo, considerar a nação como um “Estado livre” da Federação Indochinesa e da Comunidade Francesa. Entretanto, quando todas as medidas político-diplomáticas não se mostraram capazes de salvaguardar a paz e a guerra foi deflagrada, o povo vietnamita aceitou lutar pela independência e a unificação do país, enfrentando todos os desafios que se enfileiraram.

Toda a população respondeu ao “Apelo à Nação” feito pelo presidente Ho Chi Minh. “Desejamos a paz, temos de fazer concessões”, ele disse. “Mas, quanto mais concessões fizermos, mais os colonialistas franceses usurparão nossos direitos porque querem reconquistar nosso país. Não, é preferível sacrificar o nosso povo do que abrir-mão da nossa liberdade e sermos escravizados.” Esta declaração, prevendo uma longa luta de resistência em todas as esferas, foi adotada por toda a população e então articulada em múltiplos caminhos: através de alistamento no Exército do Povo; no transporte de comida e munição; protegendo a retaguarda; fazendo a segurança de suas regiões.

A resistência contra o colonialismo francês foi a guerra popular do mais alto nível, constituindo-se no desenvolvimento ainda maior do espírito patriótico, ou na vontade de assegurar a independência e a tradição da união na luta do povo. Este propósito de união, derivado da cultura vietnamita e do espírito de solidariedade resultou na descoberta e na destruição de todas as tramas separatistas que tinham como objetivo a fundação do “Governo Autônomo da Conchinchina”. Todos os vietnamitas, independente de sua classe social, grupo étnico ou religião, uniram seus esforços na luta pela independência e liberdade da nação. As forças armadas compostas de um exército regular, tropas regionais e milícia de autodefesa multiplicavam-se e fortaleciam-se. A experiência de nossos ancestrais na luta contra a invasão estrangeira, combinada com o conhecimento militar contemporâneo, deu lugar a uma estratégia militar moderna para o Vietnã. A vitória de Thu Dong – batalha travada no outono/inverno de 1947 – foi um terrível golpe às tropas francesas que marchavam contra a base revolucionária de Viet Bac, aniquilando sua estratégia de “um ataque rápido para uma vitória rápida”. Nossa vitória na região fronteiriça de biên Gioi, na campanha de 1950, forçou nossos adversários franceses a baterem em retirada e se colocarem na defensiva. Finalmente, a resistência francesa chegou ao fim com a ofensiva do inverno/primavera de 1953-1954, travada em todas as frentes, que culminou com a mais gloriosa vitória de Diên biên phú – a batalha de 13 de março a 7 de maio de 1954.

Essa vitória jogou um papel essencial na resistência de 1945-1954. Na história vietnamita, cada batalha decisiva tem suas próprias características determinadas pela relação de forças e a natureza da guerra. Durante a batalha naval no Rio Bach Dang em 938, os vietnamitas tinham as esquadras da marinha chinesa como adversárias. No mesmo rio, em 1288, outra luta foi travada contra a armada de Yuan. Os dois embates marítimos têm suas similaridades, mas também suas diferenças. A batalha de Rach Gam – Xoai Mut, em 1785, tinha como alvo parar as tropas siamesas. Em 1077, na batalha de Nhu Nguyet, nosso exército atacou os campos militares de Song seguindo para o norte em direção à linha de defesa do Rio Cau (Nhu Nguyet). Já na batalha de Chi Lang – Xuong Giang, em 1427, foi a vez de enfrentar os reforços da dinastia Ming; em 1789, o sistema de defesa de Qing, ao sul e a oeste da Cidadela Thang Long, foi derrotado repentina e rapidamente. Essas ofensivas estratégicas decisivas freqüentemente tinham como meta o ataque de surpresa às tropas inimigas em seus campos militares, por terra ou por mar. Em todas elas, o Vietnã concentrou suas forças militares para reprimir o inimigo e pôr um fim à guerra.

A batalha de Diên Biên Phú foi um ataque decisivo com o objetivo de destruir o mais poderoso campo de trincheiras do exército francês, considerado, à época, uma fortaleza gigante e impenetrável. Foi um exemplo de ataque a uma posição fortificada em um vasto campo de batalha. Durante 55 dias, o exército vietnamita concentrou suas forças no ataque à posição inimiga, demolindo um trabalho defensivo após outro, antes de aniquilar completamente o campo entrincheirado. O método utilizado pelos vietnamitas para pôr um fim à guerra ilustra-se, mais uma vez, pela batalha estratégica, à qual se seguiu uma solução diplomática na Conferência de Genebra, em 1954. A luta contra Song, no Século XI, contra o Mongol Yuan, no Século XIII, a insurreição de Lam Son no Século XV e a resistência contra Qing no final do Século XVIII, foram todas resolvidas por meio diplomáticos, após a vitória decisiva no campo de batalha.

Entretanto, no contexto político internacional, no pós-2a Guerra Mundial, a situação não permitia uma resolução diplomática clara. A Conferência de Genebra foi realizada no período da Guerra Fria. Seus resultados refletiram tanto a vitória vietnamita no campo de batalha quanto os compromissos entre as grandes potências mundiais. O Acordo de Genebra reconheceu os princípios da independência, da unidade e integração territoriais e da soberania nacional. Mas, enquanto esperava as eleições gerais para unificação do país, que se deu em 1956, o Vietnã ficou temporariamente dividido em duas partes, tendo o paralelo 17 como linha de demarcação. Assim, a resistência inicial, que terminou com a vitória vietnamita, conciliou elementos que levaram a um segundo movimento de resistência (1954-1975), quando o objetivo da reconquista tomou uma amplitude maior com o envolvimento dos Estados Unidos.

Uma visão diacrônica da longa história do Vietnã e suas lutas contra a dominação estrangeira revela que a resistência ao colonialismo francês, que culminou com a batalha de Diên Biên Phú, foi traçada com alto significado, desde os nossos ancestrais, com seu legado de resistência contínua e incansável contra a invasão, a colonização e a subjugação. As tradições do povo vietnamita desenvolveram-se nesse contexto e foram enriquecidas pela experiência teórica, prática e de combate militar. Evidentemente, levando-se em consideração a situação nacional e internacional daquela época, há 50 anos, a resistência contra a dominação estrangeira adquiriu novas características e inovações, tanto em sua organização quanto na direção da luta. O grande sucesso do Partido Comunista do Vietnã e do presidente Ho Chi Minh e também as profundas análises suscitadas pela vitória advêm do desenvolvimento de uma herança nacional histórico-cultural, combinada com o pensamento progressista daquele tempo, mobilizando todo o potencial do país, enquanto conquistava vasto apoio da ppulação mundial, inclusive do povo francês.

*Phan Huy Lê é presidente da Associação de Historiadores Vietnamitas, Universidade Nacional de Hanói. Tradução: Maria Helena de Eugenio. Publicado originalmente em Memoirs of War (Memórias da Guerra).

EDIÇÃO 73, MAI/JUN/JUL, 2004, PÁGINAS 59, 60, 61, 62, 63