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    Alegres campos, verdes arvoredos Claras e frescas águas de cristal, que em vós os debuxais ao natural, discorrendo da altura dos rochedos; Silvestres montes, ásperos penedos, compostos em concerto desigual, sabei que, sem licença de meu mal, já não podeis fazer meus olhos ledos. E, pois me já não vedes como vistes, não me alegrem […]

    POR: Luis Vaz de Camões

    Alegres campos, verdes arvoredos
    Claras e frescas águas de cristal,
    que em vós os debuxais ao natural,
    discorrendo da altura dos rochedos;
    Silvestres montes, ásperos penedos,
    compostos em concerto desigual,
    sabei que, sem licença de meu mal,
    já não podeis fazer meus olhos ledos.
    E, pois me já não vedes como vistes,
    não me alegrem verduras deleitosas,
    nem águas que correndo alegres vêm.
    Semearei em vós lembranças tristes,
    regando-vos com lágrimas saudosas,
    e nascerão saudades de meu bem.

    CAMÕES, Luis de. Lírica. Cultrix: São Paulo, 1963.

     

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