De acordo com ele, os países do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) responderão em 2025 por 42% do total de veículos vendidos no mundo. Segundo ele, são países com frotas velhas e em condições de puxar a demanda global nas próximas décadas. Confirmadas as previsões, haverá no Brasil uma influência muito positiva sobre a indústria de peças, equipamentos e serviços no fornecimento à indústria e no atendimento ao mercado de reposição da frota circulante. Estas perspectivas, afirmou Miguel Jorge, representam enormes desafios para os governos, indústria e trabalhadores. Para o ministro, esses desafios colocam ainda pressões sobre os governos pela necessidade de infraestrutura urbana e de transportes mais adequada para o crescimento do setor.

Também em 2025, segundo o ministro, o Brasil chegará a uma produção anual de 6,2 milhões de veículos. Ele ressaltou que, para isso acontecer, será preciso ter entre 6 mil e 8 mil novos engenheiros somente nas montadoras, os quais se somarão aos 12 mil engenheiros de hoje. “Precisamos de mais escolas técnicas, universidades, mestres, doutores e pesquisadores”, disse.

Miguel Jorge ressaltou ainda que o Brasil poderá aumentar as exportações buscando novos mercados. “Aqui entra um ponto crucial que envolve os principais desafios do setor nos próximos anos. Uma das ações da Política de Desenvolvimento Produtivo (PDP) voltadas para a cadeia do complexo automotivo é a ampliação de acordos internacionais”, disse.

Ele lembrou que nas décadas de 1980 e de 1990, pelo lado da indústria, participou dos trabalhos de integração produtiva do setor automotivo no Mercosul e no acordo com o México. Em julho de 2008, participou do acordo automotivo com a Argentina, com novas regras para o comércio de produtos do setor, um exemplo de cooperação entre governo e iniciativa privada.

O acordo do Mercosul, segundo Miguel Jorge, terminará em 30 de junho de 2014, quando o comércio de produtos automotivos não estará mais sujeito a tarifas ou limitações quantitativas. “Com isso, criamos um ambiente de previsibilidade para o investimento no setor. Não tenho dúvida de que é essencial aprofundarmos a integração produtiva no Mercosul para consolidar a posição na América Latina e melhorar as condições de forma a nos transformarmos em uma base de exportação.”

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A informação é da Agência Estado