Entretanto, a comissão tratou de divulgar seu parecer com grande atraso e em período político crítico, considerando que já entrou na reta final a disputa para as eleições intermediárias do Congresso, em 2 de novembro, fomentando interpretações variadas sobre motivos torpes de caráter político.

Esta famosa comissão de seis membros é constituída pelos mais famosos economistas e prêmios Nobel de Economia das universidades de Stanford, Harvard, Princeton, Chicago e Northwest.

O presidente dos EUA, Barack Obama, em sua primeira reação disse que “muitos norte-americanos sentem ainda a realidade da queda”. De fato, os dados sobre o desemprego confirmam a avalanche das demissões. E os eleitores não vêem a hora para vingar-se de Obama, mês que vem.

Simultaneamente, um em cada sete norte-americanos, ou seja, 43,6 milhões de pessoas despencaram abaixo do nível de pobreza ano passado, níveis mais baixos desde o início da década de 1960, quando o então presidente dos EUA, Lindon Johnson, declarou guerra contra a pobreza.

Para definir a pobreza, o Serviço Federal de Estatística dos EUA compara a renda de uma família com o custo de uma cesta básica contendo bens como alimentos e roupas. Com base neste critério (que não inclui gastos com a educação de filhos e com a assistência médico-hospitalar), uma família de quatro membros é considerada pobre se sua renda for menor do que US$ 21,756 mil.

Batalha tributária

Os dados mostram as profundas consequências da crise econômica nos EUA e foram divulgados em período político difícil, por se referirem ao primeiro ano de governança de Obama.

Mas Obama anunciou que o governo deverá gastar mais recursos para tonificação da economia e criação de novos postos de trabalho. Porém, os republicanos julgam que a perspectiva de regulamentações mais severas, tributação mais alta e mais cânones de adequação estrangula a recuperação.

A propósito, Obama comentou que “tais propostas nada mais proporcionam do que retornar à década passada do péssimo gerenciamento econômico. A iminente batalha está relacionada com as isenções tributárias do ex-presidente Bush Jr., as quais expiram em 31 de dezembro deste ano. O atual presidente busca tornar as isenções tributárias permanentes para todas as famílias com renda anual inferior a US$ 250 mil.

Existe motivo básico para o provisório prolongamento das isenções tributárias para a classe média, sustenta ainda Obama. Entretanto, não há razão para prolongar as isenções para os ricos. Os norte-americanos da classe média gastam as isenções tributárias, enquanto os mais ricos as poupam. Seja lá como for, a viabilidade do crescimento exige também a participação da classe média.

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Fonte: Monitor Mercantil