Na Europa, o mercado do automóvel está capengando; contudo, o quadro é muito diferente na China. As indústrias do setor automobilístico prevêem importantes vendas no país neste ano novo, superiores àquelas que serão feitas nos EUA.

É característico que o dinamismo do mercado permanece imbatível, apesar do fato de que determinados incentivos para o mercado do automóvel proporcionados pelo governo aos consumidores deverão expirar muito em breve. Obviamente, desempenhou e desempenha seu papel para a atração dos interessados o Grande Salão do Automóvel de Guangzu, realizado em dezembro do ano passado numa cidade do Sul da China que se desenvolve com ritmo alucinante.

A China superou os EUA nas vendas de automóveis já desde 2009. Nesse ano, as vendas aumentaram 45% e totalizaram 13,6 milhões de veículos. As vendas mensais registraram aumento de dois dígitos e os analistas já previam que as vendas durante ano passado aumentariam 30%.

É possível que esta corrida explosiva não continue neste 2011, principalmente, porque as isenções tributárias aprovadas pelo governo para a compra de automóvel novo já estão quase se encerrando.

Entretanto, permanecerá o incentivo do desconto de 3 mil iuans para automóveis de baixa cilindrada. O governo de Beijing busca incentivar os consumidores a dirigirem automóveis de baixo consumo de combustível.

"Acreditamos que, as bases para o crescimento do mercado de automóvel na China são muito fortes e seguras e, para sermos sinceros, as pessoas aqui já têm conformado uma relação de amor com seus automóveis particulares", destaca com forte satisfação Kevin Weil, diretor da General Motors da China. Ele acrescenta: "A economia do país deverá crescer em 8% neste ano novo, a confiança dos consumidores é alta e a economia mundial recupera-se com ritmos lentos, porém, seguros."

A norte-americana General Motors, maior indústria automobilística estrangeira na China, deverá registrar aumento de 15% em suas vendas neste ano. Já a Volkswagen, maior indústria automobilística européia na China, avalia que seu mercado deverá crescer entre 10% e 15%.

Terceiro ano

Sob este prisma, o aumento das vendas de automóveis na China deverá superar novamente neste 2011 as correspondentes vendas nos EUA pelo terceiro ano consecutivo. De acordo com os analistas da Booz & Co. e do Nomura Holdings, em 2011 serão vendidos na China até 20 milhões de veículos leves (excetuando-se caminhões e ônibus).

No mesmo sentido, Richard Baker, diretor-geral adjunto do consórcio formado pela Ford Motor Company dos EUA, Chang"a Automobile Group da China e Mazda do Japão, afirma: "Avalio que será mostrado interesse maciço para aquisição de um automóvel antes ainda de expirar o prazo de vigência das isenções tributárias; após, existirá um período de adequação e, em seguida, retorno ao habitual".

Quando há dois anos eclodiu a crise financeira, o governo de Beijing decidiu apoiar fortemente as indústrias automobilísticas como alavanca para tonificação da economia nacional. Hoje, contudo, o governo está tentando controlar a galopante expansão do mercado de automóvel.

"Em várias cidades grandes, os gases poluentes e o colapso nas ruas se tornaram problemas sociais tão sérios, a ponto de as autoridades estarem discutindo a eventualidade de elevar a tributação e aplicar taxa especial para enfrentar o colapso no trânsito", diz John Zeng, diretor do setor de previsões nas vendas de automóveis da Consultoria JD Power & Associates.

No último Salão do Automóvel de Guangzu foram expostos inúmeros modelos de automóveis do mundo inteiro. A Nissan apresentou o projeto de seu novo modelo chinês, Venucia, enquanto a igualmente chinesa Geely Holding Group – que recentemente adquiriu a Volvo sueca – apresentou 13 novos modelos.

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Fonte: Monitor Mercantil