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    Comunicação

    Cem sonetos de amor – II

    AMOR, quantos caminhos até chegar a um beijo, que solidão errante até tua companhia! Seguem os trens sozinhos rodando com a chuva. Em Taltal não amanhece ainda a primavera. Mas tu e eu, amor meu, estamos juntos, juntos desde a roupa às raízes, juntos de outono. de água de quadris, até ser só tu, só […]

    AMOR, quantos caminhos até chegar a um beijo,
    que solidão errante até tua companhia!
    Seguem os trens sozinhos rodando com a chuva.
    Em Taltal não amanhece ainda a primavera.

    Mas tu e eu, amor meu, estamos juntos,
    juntos desde a roupa às raízes,
    juntos de outono. de água de quadris,
    até ser só tu, só eu juntos.

    Pensar que custou tantas pedras que leva o rio,
    a desembocadura da água de Boroa,
    pensar que separados por trens e nações

    tu e eu tínhamos que simplesmente amar-nos,
    com todos confundidos, com homens e mulheres,
    com a terra que implanta e educa os cravos.


    Cem sonetos de amor – Tradução de Carlos Nejar – Porto Alegre: L & P Editores, 1979, pág. 12.

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