Uma coisa puxa a outra
Envio meu corpo amontoado de alegria e ânsias
à varanda, ao quarto, à sala, à cozinha…
Nenhum vão me surpreende.
Imagino aflita em grandezas quantos navios
um homem pode suportar…
Oh, sim, é certo que pressinto que ele vem
e que também não sei o vão.
Terá sido desviado de uma moça embarcação?
As inquietudes remanescentes
aplicam-me golpes certeiros.
A mulher que penso constar nas partituras da casa
se irrita com os instrumentos.
Não acha gosto e em nome disso não varre,
não lava, não limpa…
ocupada em selecionar a palavra que explica aquele lugar…
e a pergunta sai de minha boca em ira de tubarão:
mas em que parte no “País das Maravilhas”
ele pode estar, meu Deus?
E o poema responde surpreso em me apanhar:
“Nos pequenos grandes bichos embalados
nas roupas de baixo do mar, já que falaste em navios”.
Marta Eugênia é Especialista em Linguística e Professora de Língua Portuguesa na cidade de Arapiraca em Alagoas. http://eugenico.blogspot.com/