Recesso

Entro no quarto, empurro a porta

e a dobradiça fala em chiados,

meu coração também chia

da tristeza mais bonita…

a colcha é de lã

e é verde como meus sete anos.

A fumaça do candeeiro dança

em busca do teto

e a minha caneta dança

aqui neste poema.

É lá que estou agora

e me retiro em mais de quinze anos

do poço de água salobra.

  Marta Eugênia é Especialista em Linguística e Professora de Língua Portuguesa na cidade de Arapiraca em Alagoas.