O filme reconstrói a história da Guerrilha do Araguaia, ocorrida no começo dos anos 1970, em resistência ao regime militar, através da visão dos camponeses que vivenciaram o período. A ação do Exército na região resultou na morte de 69 dirigentes do PCdoB. E até hoje a população local sofre os efeitos da ofensiva militar.

“É uma grande satisfação vermos o filme sendo exibido nesta mostra porque é uma maneira de resgatar nossa história recente, mostrando episódios que a maioria dos brasileiros não conhece”, diz o diretor Vandré Fernandes.

“Os relatos mostram o total desrespeito aos direitos humanos das tropas contra os moradores da região e os efeitos que a violência causou em centenas de pessoas”, ressaltou.

Reunindo diversos depoimentos, o documentário, de maneira inédita, dá voz aos camponeses, que recordam sua relação com os guerrilheiros, os benefícios levados por eles à população, a ação dos militares e as violências sofridas.

Mostra

A 6.ª Mostra de Cinema e Direitos Humanos na América Latina acontece desde 2006 e é uma realização da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, com produção da Cinemateca Brasileira, patrocínio da Petrobras e apoio do SESC/SP, da TV Brasil e do Ministério das Relações Exteriores, apresentada pelo Ministério da Cultura. O festival acontece nas 27 capitais. Em São Paulo, as exibições acontecem entre os dias 10 e 16 de outubro.

“Nosso país passou e passa por transformações sociais. Em todos os estados e no Distrito Federal, a sexta edição da Mostra Cinema e Direitos Humanos encontrará um pouco de cada mudança vivida nestes últimos anos. Mas também irá se deparar com grandes desafios; irá se encontrar com toda a multiplicidade cultural e histórica de nosso país. Vai falar de diferentes formas para diferentes públicos, mas sempre sob o signo universal e ao mesmo tempo contextual dos Direitos Humanos”, coloca a ministra Maria do Rosário em apresentação escrita sobre a mostra.

Segundo ela, o filme documentário Camponeses do Araguaia – a guerrilha vista por dentro “surpreenderá com imagens da época dos conflitos (1972-74), que conseguiram ser preservadas apesar dos esforços para que todos os documentos que retratassem a Guerrilha fossem destruídos. A proposta desse longa é mostrar a Guerrilha a partir dos moradores das imediações onde ocorreram os conflitos. O apoio popular ao movimento e o sofrimento a cada desaparecimento são pontos marcantes do filme”.

Serviço
Sessão "Camponeses do Araguaia – a guerrilha vista por dentro"
Data: 11 de outubro, terça-feira, às 19h
Local: CINESESC
Endereço: Rua Augusta, 2075, Cerqueira César, São Paulo, capital.
Entrada franca.
Classificação indicativa: 10 anos.