Segundo o secretário nacional de Formação e Propaganda, Adalberto Monteiro, a formação de quadros e militantes do Partido sempre esteve presente nas diferentes etapas dos 90 anos de história do PCdoB. Ele explica que na contemporaneidade a exigência da capacitação teórica, política e ideológica do coletivo militante se destaca em diferentes aspectos.

Adalberto ressalta que atualmente o PCdoB tem sido chamado a desenvolver papel de grande responsabilidade no atual quadro político do país. “Temos o grande desafio de fazer avançar o Projeto Nacional de Desenvolvimento e isso envolve luta social-política, mas também ideias e busca de caminhos. Nossos militantes que estão engajados na luta pelo êxito do governo Dilma, no sentido de que ela faça o Brasil avançar, precisam ter uma densidade de argumentos e conhecimentos para participar dessa luta de ideias que alimenta essa jornada do povo brasileiro rumo ao desenvolvimento soberano e democrático de nosso país”.

Outra questão que reforça a importância da capacitação da militância comunista é o atual quadro mundial da crise capitalista. “Primeiramente é preciso saber interpretar e entender o alcance e as consequências dessa crise. O marxismo tem se revelado um instrumental teórico relevante para que possamos compreender a natureza dessa terceira grande crise do capitalismo. Quando o Partido comemora 90 anos, realizar esse curso é mais um passo importante que damos nessa atividade permanente e continuada da Escola Nacional do PCdoB para formar seus militantes e quadros”.

Militância nacional

A diretora da Escola de Formação do PCdoB, Nereide Saviani, explica que foram divididos dois dias de atividades e aulas para cada um dos cinco núcleos do curso. “Os cursos partidários trabalham a teoria dentro da perspectiva de armar a nossa militância para a análise da realidade brasileira e mundial. Quem faz um curso como esse está apto a dirigir o Partido e também se instrumentalizar mais para a liderança dos movimentos sociais”.

Os participantes também são estimulamos a auxiliar e a integrar o trabalho de formação da militância de base em todo o país. O estudante paranaense e presidente da UPE (União Paranaense de Estudantes), Rafael Bogovi, ressaltou a necessidade de retransmitir os temas debatidos nas aulas. “A formação teórica é muito importante para a vida militante. Esse é um processo muito rico de aprimoramento e de aprendizado, para que possamos repassar esse conhecimento”.

Já o professor acreano José Uchoa falou da abrangência e relevância dos temas que serão abordados no curso. “Sempre participamos dos cursos realizados pela Escola de Formação do Partido. Nossas expectativas são excelentes, em função do nível da programação do curso”.

Limiar de uma nova época

A aula inaugural do curso — que aconteceu na tarde desta sexta-feira (20) — foi ministrada pelo presidente nacional do PCdoB, Renato Rabelo, que abordou o estágio atual da crise do capitalismo, os desafios do governo Dilma e os 90 anos do Partido. Além do aprofundamento de questões teóricas e políticas, Renato disse que o curso promove o estreitamento da relação da direção partidária com militantes que participam do processo de construção do PCdoB.

“À medida que promovemos cursos como esse, temas que a direção vem debatendo são amadurecidos. Tenho tido uma experiência muito valiosa nesse sentido. Comecei a lançar, dois anos atrás, muitas questões que abriram caminho para a construção do Programa Socialista do Partido. A escola não é simplesmente inerte. Ela tem também o papel de ajudar na construção teórica, ideológica e da política do Partido”.

Além abordar a conjuntura e as tarefas do Partido, o líder comunista realizou uma análise do atual período histórico. “É um período insólito que tem um aspecto muito importante porque podemos estar na fronteira e no limiar de uma nova época”.

Renato falou do crescimento material e das forças produtivas — que atingiram níveis nunca vistos. “O problema é que essas forças produtivas não estão a serviço da maioria da humanidade. O sistema é impotente para isso. Essa é uma questão contraditória que deve ser resolvida. Estamos objetivamente na fronteira e no limiar de questões importantes como as novas fontes de energia, o meio ambiente, as instituições políticas — que passam por uma deterioração —, e o sistema de poder mundial, que vive impasses e mudanças”.

“Ao considerar essas questões, mostramos que o desafio é maior porque temos que ter alternativas. Um novo tempo só surge com uma nova alternativa. Toda essa discussão que fazemos aqui sobre a nossa política e o nosso programa é uma discussão sobre a nossa alternativa”.

Fonte: Partido Vivo