Livros contam e analisam a história dos comunistas brasileiros e o socialismo na China
Um deles trata especificamente da trajetória dos comunistas no Brasil. Intitulado “PCdoB: 90 anos em defesa do Brasil, da democracia e do socialismo”, o livro — na verdade um documento da direção nacional — resgata episódios importantes que ilustram a história não só dos comunistas, mas do país.
A narrativa descreve as nove décadas de existência contínua do PCdoB, que enfrentou, vitoriosamente, ataques de todo tipo: a repressão policial, os esforços da propaganda reacionária que, inúmeras vezes, proclamou sua extinção, e, também, as investidas dos setores reformistas para liquidá-lo ou submetê-lo às necessidades da ordem capitalista.
O livro mostra também como os comunistas enfrentaram longos períodos de clandestinidade, intercalados por pequenos interregnos de legalidade — antes de entrar no presente ciclo que já dura 27 anos de atuação aberta e pública, desde o final da ditadura militar, em 1985. O texto indica que o Partido faz parte da linhagem das lutas sociais do povo brasileiro e é herdeiro direto das intensas batalhas sociais pela extinção da escravidão e a fundação da república.
Outro livro, denominado “Contribuição à história do Partido Comunista do Brasil”, segue a mesma linha. Em sua segunda edição, a obra enfeixa estudos de diferentes pesquisadores que contam a história do Partido Comunista do Brasil por períodos. O conjunto da obra revela um panorama da trajetória dos comunistas do Brasil. Em cada etapa, os pesquisadores se detiveram em um largo espectro de atuação dos comunistas, oferecendo ao leitor informações preciosas da história progressista do país.
Ainda sobre a história do Partido Comunista do Brasil, está sendo lançada a terceira edição do livro “Formação do PCB”, obra histórica de um dos principais pioneiros comunistas brasileiros, Astrojildo Pereira. “Embora não estivesse em risco de desaparecimento puro e simples (…), a edição original de Formação do PCB, datada de janeiro de 1962, tornara-se um livro raro, de difícil acesso”, diz o professor João Quartim de Moraes, um dos prefaciadores desta edição.
Outra prefaciadora, a pesquisadora Marly Vianna, diz que a história da formação do PCB mostra como conviveram no Brasil o entusiasmo revolucionário e a carência teórica, a falta de cultura política. “Nas palavras de Astrojildo, éramos ‘pequenos grupos de propaganda, menos de cem pessoas espalhadas por várias regiões do país, gente pobre, obscura, tolhida por mil dificuldades, a começar por sua interpretação teórica. Mas o partido vingou’”, cita. Para ela, essa é uma questão importante para um balanço crítico-revolucionário da atuação partidária dos comunistas no país.
Adalberto Monteiro, presidente da Fundação Maurício Grabois e secretário nacional de Formação do PCdoB, também prefacia o livro. “Neste livro, criador e criatura se encontram para examinar as sementes e as raízes desta árvore de tronco forte, muitos galhos e copa larga, de colheitas de muitos frutos, hoje com 90 anos e que se encaminha para o centenário: o Partido Comunista do Brasil”, escreve ele. De fato, segundo Adalberto Monteiro, “Formação do PCB” foi escrito a partir de um posto privilegiado de observação — Astrojildo Pereira foi um dos pioneiros do pensamento marxista em evolução naquelas primeiras décadas do século XX.
O quarto livro é um estudo aprofundado do episódio mais marcante da história dos comunistas no combate à ditadura do golpe de 1964. Intitulado “Guerrilha do Araguaia – a esquerda em armas” também é uma segunda edição, revista e ampliada pelo autor, Romualdo Romualdo Pessoa Campos Filho, historiador e professor da Universidade Federal de Goiás. A obra aborda um dos mais obscuros períodos da história brasileira. O autor resgata este episódio, privilegiando as vozes daqueles que por muitos anos viveram sob a lei do silêncio: os camponeses do Araguaia.
Outra obra importante que está sendo lançada é o livro “China hoje — projeto nacional, desenvolvimento e socialismo de mercado”, do pesquisador Elias Jabbour. Com apresentação do professor Armen Mamigonian e prefácio de Domenico Losurdo, o livro faz numa abordagem que privilegia a visão do processo histórico fundamentada nos clássicos do materialismo histórico.
Segundo o autor, partindo do pressuposto da complexidade inerente à formação social chinesa — evidenciada na convivência no mesmo país de formações econômico-sociais contemporâneas, mas não coetâneas —, o espetacular crescimento econômico chinês é fruto de uma decisão política e visão estratégica que serve de amparo à maximização do mercado, do planejamento, da iniciativa privada e da propriedade estatal dos meios de produção.
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