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    Comunicação

    4. Unir e Organizar a Classe Operária

    Lutar pela unidade das fileiras da classe operária é a primeira e principal tarefa de nosso Partido. Não apenas os operários comunistas, mas todos os democratas compreendem que nas circunstâncias atuais a unidade da classe operária é indispensável para levar à derrota a política de preparação para a guerra, de colonização crescente do país pelos […]

    Lutar pela unidade das fileiras da classe operária é a primeira e principal tarefa de nosso Partido. Não apenas os operários comunistas, mas todos os democratas compreendem que nas circunstâncias atuais a unidade da classe operária é indispensável para levar à derrota a política de preparação para a guerra, de colonização crescente do país pelos imperialistas norte-americanos, de fome e reação do governo de latifundiários e grandes capitalistas. Só a unidade operária poderá enfrentar com sucesso os esforços reacionários no sentido de aumentar a exploração dos trabalhadores, de reduzir brutalmente seu nível de vida, de liquidar todas as suas conquistas democráticas. A classe operária não poderá desempenhar seu papel hegemônico na luta pela libertação do Brasil do jugo imperialista se suas fileiras não estiverem unidas.

    A classe operária deve dar exemplo na luta contra a exploração e a opressão, porque só assim conseguirá arrastar à luta todas as outras camadas sociais, que sentem as consequências da política de traição nacional do governo de latifundiários e grandes capitalistas. Para realizar semelhante tarefa é indispensável intensificar o trabalho sindical e reforçar a luta pela unidade sindical. É dever dos comunistas lutar pela organização sindical de todos os operários e participar incansável e abnegadamente da atividade sindical. Nenhum comunista sindicalizavel pode deixar de pertencer ao sindicato de sua empresa ou setor profissional, por mais reacionárias que possam ser tais organizações. É a grande lição de Lênin e que devemos teir sempre presente:

    “É precisamente a absurda ‘teoria’ de não participação de comunistas nos sindicatos reacionários que demonstra com evidência a leviandade com que estes comunistas ‘de esquerda’ consideram a questão da influência sobre as ‘massas’ e o modo por que abusam destas palavras. Para saber ajudar a ‘massa’, para ganhar sua simpatia, sua adesão e seu apoio é preciso não temer as dificuldades, as rasteiras, os insultos, os ataques, as ofensas, as perseguições dos ‘chefes’ (que, oportunistas e social-chovinistas estão na maior parte dos casos em relação direta ou indireta com a burguesia e a polícia) e trabalhar obrigatoriamente nos lugares onde a massa está. É preciso saber fazer toda espécie de sacrifício, vencer os maiores obstáculos para se entregar a uma propaganda e uma agitacão sistemática, tenaz, perseverante, paciente, nas instituições, sociedades, sindicatos, por mais reacionários que sejam, onde estiver a massa proletária ou semi proletária.”
    Nestas palavras de Lênin devem os militantes de nossa Partido encontrar a base teórica que lhes permita acabar nas fileiras do Partido com as tendências sectárias em relação ao trabalho sindical e principalmente ao trabalha nos sindicatos ainda submetidos ao governo e à polícia por intermédio do Ministério do Trabalho.

    A luta nos sindicatos pelas reivindicações imediatas dos trabalhadores deve ser sempre ligada à luta pela liberdade sindical, por eleições livres nos sindicatos, contra a discriminação ideológica dentro dos sindicatos, pela paz, pelas liberdades democráticas e pela emancipação nacional. Os sindieatos devem elevar seu protesto de massas contra a utilização dos trabalhadores nas guerras coloniais, contra a transformação do Brasil em base militar do imperiallsmo norte-amerlcano. É dever dos comunistas lutar infatigavelmente pela unidade sindical, procurando utilizar todas as oportunidades para convencer a classe operária de que está na unidade de suas fileiras a arma principal para combater vitoriosamente a ameaça crescente de uma nova guerra mundial e a ofensiva da reação contra o nível de vida dos trabalhadores e contra suas conquistas democráticas. Nesse terreno é de grande significação o papel exercido pela Confederação dos Trabalhadores do Brasil como força orientadora no sentido de intensificar a solidariedade e a coesão em âmbito nacional do movimento sindical brasileiro e ligá-lo ao movimento internacional, à Confederação dos Trabalhadores da América-Latina e à Federação Sindical Mundial.

    A situação da classe operária e sua disposição de luta permitem prever o desenvolvimento de poderosas ações em defesa de suas reivindicações econômicas e políticas. Os trabalhadores podem e devem alcançar grandes vitórias. E as alcançarão, se não perderem de vista que a arma fundamental em seu combate ulterior é também a unidade, a unidade para a ação e que não pode ser conseguida senão mediante uma denúncia implacável dos inimigos da unidade, de todos os divisionistas. assim como da organização cada vez mais vigorosa dos trabalhadores nos locais de trabalho.

    É preciso garantir a unidade intersindical já alcançada, zelar pela unidade do proletariado como pela menina de nossos olhos, não permitir que se fira a unidade do movimento sindical já conquistada. Ê contra essa unidade que se lança desde o inicio toda a raiva e violência da ditadura de Café Filho e dos generais fascistas por ordem de seus patrões norte-americanos.

    Dando o mais decidido apoio às direções sindicais, devemos dispensar uma atenção especial ao trabalho nas empresas e à organização dos conselhos sindicais nos locais de trabalho. A vitória das greves está fundamentalmente nas empresas. Depende também, em grande parte das ligações estabelecidas com os bairros, isto é, com todo o povo, que pode e deve ser ganho para o apoio aos movimentos grevistas e neles participar ativamente. Em especial na luta contra a carestia da vida e pelo congelamento de preços, como na luta em defesa das liberdades e da Constituição, é sempre possível estabelecer relações diretas e estreitas com toda a população dos bairros. Não há nada que justifique o isolamento da classe operária, cujos interesses cada vez mais coincidem com os das demais camadas e setores da população. É preciso ganhar as mulheres, os jovens, os estudantes, os elementos das profissões liberais, os pequenos e médios comerciantes e industriais, os trabalhadores por conta própria e os artesãos para o grande movimento contra a carestia da vida e pelo congelamento dos preços. As organizações do Partido, em cada região ou localidade, devem examinar concretamente o problema da carestia da vida e encontrar a solução capaz de convencer as massas da viabilidade do congelamento de preços e de seu controle pelas próprias massas, soluções que por sua vez não ameacem os interesses do pequeno comércio.

    As greves gerais do Rio Grande do Sul, de Minas Gerais e de São Paulo, greves que, partindo do proletariado, ganharam todo o povo, assim como o crescente descontentamento das massas, sua revolta e sua disposição de luta, nos mostram que o movimento grevista tende a passar do âmbito estadual para o âmbito nacional. Movimentos dessa envergadura exigem, no entanto, o fortalecimento ainda maior da unidade, um grande trabalho de organização, elevado espírito de responsabilidade e capacidade de manobra. A greve é um direito constitucional, é um dever defender este direito dos trabalhadores. Mas a greve, para ser plenamente vitoriosa, precisa ser obra das grandes massas trabalhadoras em estreita unidade com todo o povo, traduzir uma necessidade inadiável das massas e impor-se a estas como útil e indispensável. É preciso levar em conta que as greves para serem vitoriosas exigem o máximo de organização. Devemos auscultar sempre o estado de espírito das massas combinar a firmeza e a audácia na luta com a prudência e o espírito de responsabilidade na direção das massas.

    Uma das fraquezas de nosso Partido no movimento operário está em não saber, na maior parte das vezes, encontrar a necessária ligação entre as reivindicações imediatas e os objetivos políticos do movimento operário, hoje expressos de modo sistematizado no Programa do Partido Comunista do Brasil. Isto significa que não podemos esquecer um só instante toda a perspectiva de nosso movimento e que devemos saber ligá-la às reivindicações imediatas. O Partido apóia as reivindicações dos sindicatos, participa ativamente da luta por elas, mas simultaneamente desenvolve suas próprias palavras-de-ordem, propaga-as e vai até a ação por um Brasil livre do jugo imperialista, pela derrocada do governo de latifundiários e grandes capitalistas e sua substituição por um governo democrático de libertação nacional, quer dizer, não poupa esforços para convencer os trabalhadores da necessidade da frente democrática de libertação nacional, como instrumento indispensável à vitória da luta revolucionária.

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