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    Comunicação

    5. Organizar as Grandes Massa Camponesas na Luta Pela Terra

    O Programa do Partido levanta a bandeira de uma reforma agrária radical e atende às reivindicações mais sentidas de todas as camadas da população camponesa. Constitui, assim, um poderoso instrumento que, se fôr efetivamente levado ao conhecimento dos milhões de camponeses e pacientemente explicado, muito poderá concorrer para despertá-los e levantá-los contra a brutalidade da […]

    O Programa do Partido levanta a bandeira de uma reforma agrária radical e atende às reivindicações mais sentidas de todas as camadas da população camponesa. Constitui, assim, um poderoso instrumento que, se fôr efetivamente levado ao conhecimento dos milhões de camponeses e pacientemente explicado, muito poderá concorrer para despertá-los e levantá-los contra a brutalidade da exploração semifeudal e semi-escravista, contra o atraso e a miséria predominante no campo.

    Nesse terreno, nosso atraso ainda é grande, e quase tradicional a subestimação nas fileiras do Partido pelo trabalho entre os camponeses e mesmo entre os assalariados agrícolas. Com os acontecimentos de 24 de agosto, que comoveram todo o pais, ficou claramente revelado que somos ainda fracos no interior do Brasil. Mais uma vez tivemos elevadas ações de massas circunscritas quase que exclusivamente às grandes cidades. Mais uma vez quase nada surgiu no interior, sobretudo no campo. Isto significa que ainda não avançamos eficientemente no sentido da aliança operário-camponesa, sem a qual é impossível organizar e fortalecer a frente democrática de libertação nacional e desencadear lutas decisivas pelo poder político. Os acontecimentos mostraram, no entanto, que se tivéssemos algumas posições relativamente fortes no interior do pais, se dirigíssemos grandes massas camponesas, teríamos podido aproveitar a crise do poder para criar em diversos municípios governos democráticos de libertação nacional. Camponeses de Canápolis ameaçaram tomar as terras — o que levou à debandada de latifundiários. O povo de Santa Rita de Sapucaí em suas demonstrações de rua pôs em fuga o prefeito e o delegado de polícia, chegando a escolher um novo prefeito. São fatos significativos que revelam a gravidade da situação objetiva e, ao mesmo tempo, nos chamam a atenção para a importância que devemos e precisamos dedicar ao trabalho do Partido junto às grandes massas da população camponesa. Está no pequeno e superficial trabalho entre as grandes massas camponesas o ponto débil para o desenvolvimento do movimento revolucionário em nosso país.

    Precisamos vencer com rapidez as resistências ainda existentes e dedicar particular atenção à atividade dos comunistas nas grandes fazendas e nas concentrações camponesas de maior importância. Precisamos concentrar esforços e tomar medidas concretas a fim de impulsionar a luta de classes no campo, a fim de despertar, mobilizar e organizar as grandes massas camponesas, arrancando-as da influência escravizadora dos latifundiários e da burguesia e ganhando-as para a luta ativa sob a direção da classe operária. Para tanto, o essencial é conhecer as reivindicações mais imediatas e sensíveis das diversas camadas da população camponesa, que variam de região a região do país e, partindo da luta por tais reivindicações, fazer com que as massas camponesas, através da luta e da própria experiência, compreendam a justeza do Programa do Partido e se disponham a lutar por êle.

    Como elemento importante para facilitar a ligação com o campo e um mais rápido conhecimento das reivindicações das diversas camadas camponesas nas diversas regiões do país, estão as Conferências e Congressos de Trabalhadores Agrícolas e Camponeses, cuja experiência deve ser devidamente estudada por todas as organizações do Partido. Essas Conferências, de âmbito municipal, regional, estadual e mesmo nacional, permitem observar o estado de espirito das massas camponesas, aproximar-nos delas e dar-lhes conhecimento da solução apresentada pela classe operária aos graves problemas que as afligem. Facilitam, além disto, forjar na prática a aliança operário-camponesa, porque permitem aos sindicatos operários conhecer os problemas do campo e dar novos passos concretos no sentido de ajudar as massas camponesas a encontrar as melhores formas de organização e de luta. Através das Conferências de Trabalhadores Agrícolas e de Camponeses será possível avançar mais rapidamente na organização sindical dos assalariados agrícolas e na organização unitária das amplas massas camponesas. Os trabalhos realizados para a II Conferência de Lavradores e Trabalhadores Agrícolas, sua realização vitoriosa e a fundação da União dos Lavradores e Trabalhadores Agrícolas do Brasil, criaram as condições favoráveis para o desenvolvimento das organizações e das ações das massas camponesas. A União dos Lavradores e Trabalhadores Agrícolas, tendo como ponto de apoio os assalariados agrícolas e os camponeses pobres, tem todas as possibilidades de mobilizar e organizar os milhões de camponeses do Brasil para a luta contra os latifundiários, contra as sobrevivências feudais e as demais reivindicações das grandes massas camponesas.

    Existem, enfim, todas as possibilidades para eliminarmos em curto prazo as debilidades de nosso trabalho no campo. Para isto é preciso enviar quadros politicamente capazes para as concentrações camponesas mais importantes. Cada Comitê Regional, cada Comitê de Zona ou Distrital, cada Organização de Base do Partido deve planificar imediatamente seu trabalho no campo, destacando para esse trabalho quadros politicamente desenvolvidos. Com urgência devemos enviar quadros capazes e dirigir e controlar diretamente, em âmbito nacional, todo o trabalho no sentido da organização das massas camponesas nas grandes concentrações camponesas de maior importância política.

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