43 organizações humanitárias e não-governamentais e sete agências das Nações Unidas exigem que Israel ponha fim ao bloqueio contra a Faixa de Gaza, o qual consideram ser «uma clara violação do direito internacional».

Os signatários da declaração, entre os quais se destaca a UNICEF, Organização Mundial de Saúde, Alto Comissariado para os Direitos Humanos, UNESCO e Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinianos, sublinham que nos últimos cinco anos mais de um milhão e 600 mil seres humanos, metade dos quais menores de idade, têm sido privados de alimentos, medicamentos, combustíveis e serviços básicos como Saúde ou Educação.

Israel impôs o bloqueio à Faixa de Gaza em 2007 agravando a situação no território. A semana passada, a mais alta responsável da ONU pelos Assuntos Humanitários e pela Coordenação do Socorro de Emergência, Valerie, Amos, solicitou às autoridades de Telavive que levantem imediatamente o estado de sítio, frisando que «80 por cento das famílias de Gaza dependem da ajuda humanitária», o que, disse ainda, «representa um castigo colectivo para todos os que vivem na Faixa e, simultaneamente, uma violação dos seus direitos fundamentais».

Amos salientou igualmente que o bloqueio é a principal causa do decréscimo da qualidade de vida dos palestinianos que habitam no território, facto observável pelos índices de desemprego, pobreza e capacidade aquisitiva.

A título de exemplo das duras condições de vida em Gaza, o fornecimento de energia eléctrica está limitada, em média, a seis horas diárias. Na melhor das hipóteses prolonga-se por 16 horas. Nos hospitais, a maioria das pessoas perde a vida por falta de medicamentos.

Israel, por seu lado, prossegue a política de extermínio lento da população, e nos últimos dias dez palestinianos morreram e cinco foram feridos em ataques do exército, sobretudo, e confrontos com colonos na região.

A expulsão de palestinianos dos seus territórios é outra das faces da política sionista. De acordo com dados oficiais, entre 1967 e 1994, quando a Autoridade Nacional Palestiniana passou a administrar os chamados territórios autónomos, Israel cancelou as autorizações de residência a mais de 250 mil palestinianos, cerca de 100 mil em Gaza e 150 mil na Cisjordânia.

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Fonte: Avante!