O debate  em torno da história e das constribuições de Renato Archer para a ciência foi conduzido por membros do Ministério da Ciência e Tecnologia e da Agência Espacial Brasileira, além da participação de estudiosos sobre Energia Nuclear e jornalistas, que discutiram a história das políticas energéticas de origem nuclear no Brasil. O sobrinho-neto do ex-ministro, o deputado federal Ricardo Archer (PMDB-MA), também esteve presente na discussão.


Com atuação em áreas como o incentivo financeiro a pesquisas, a consolidação de estudos aero-espaciais e inserção de estudos em informática ainda na década de 1980, Renato Archer é considerado um dos principais vetores de promoção de pesquisas no Brasil.

Segundo o prof. dr. Rex Nazaré Alves, que conviveu com Renato Archer quando este foi ministro da Ciência e Tecnologia (1985-1990), Renato Archer colaborou para o início da priorização do progresso da ciência no Brasil, instuindo políticas de incentivo a sociedades de pesquisa e a pesquisadores para que produzam e fiquem no Brasil.
 

Dada a receptividade e a repercussão dos depoimentos de companheiros de trabalho e amigos de Renato Archer, o diretor da Fundação Maurício Grabois, Fábio Palácio e o vice-reitor da UFMA, José Antonio Oliveira, anunciaram que as duas instituições trabalharão em conjunto na transcrição da homenagem a Renato Archer.

Atualidade

Durante a discussão, os palestrantes que conviveram com Renato Archer ressaltaram a importância do ministro para a consolidação da pesquisa, da nacionalização das fontes de energia e do incentivo à informática no Brasil.


A atuação política de Archer também foi lembrada durante o painel. Nas palavras do chefe da Assessoria de Cooperação Internacional da Agência Espacial Brasil (AEB), José Monserrat Filho, Archer praticava a política como arte superior e serve de lição para os dias de hoje. “Olhamos para a política como corrupção e nos desiludimos. O Archer  representava a político como arte superior, que cuida dos problemas reais. Ele não fazia política para enriquecer, o que muitos fazem hoje. E, sobretudo em um momento de eleição, precisamos nos espelhar na história de Archer e buscar aquelas que melhor podem nos representar, que estejam preparadas para isso,” finalizou.
 

O deputado federal Ricardo Archer, sobrinho-neto de Renato Archer ,também esteve no evento e agradeceu a homenagem feita no ano de comemoração dos 90 anos de seu nascimento. “É com muito orgulho que posso ver tantos relatos gratificantes em relação ao tio Renato, que é sempre um norte para nós,” disse.
 

Para o também deputado federal Edivaldo Holanda Júnior, candidato a prefeitura de São Luís, a comemoração ao 90º aniversário de Archer éum momento para refletir sobre os problemas da atualidade. “Num momento em que vivemos a revisão dos nossos métodos em busca da geração de energia e de reformulação de conceitos sobre progresso diante da necessidade de garantir as diretrizes da sustentabilidade em todo o mundo, rediscutir a história desse maranhense que tanto contribuiu para a valorização das fontes de energia nacionais é fundamental,” avaliou Edivaldo.

Renato Archer

A homenagem ao maranhense acontece no ano de comemoração dos 90 anos de nascimento de Renato Archer (10/07/1922).

Em 1950, foi eleito vice-governador do Maranhão junto com Eugênio Barros. No gabinete parlamentarista de Tancredo Neves (1954-1962), Renato foi ministro interino das Relações Exteriores. Em 1985, foi ministro da Ciência e Tecnologia. Em Campinas (SP), foi criado, em sua homenagem, o Centro de Tecnologia da Informação Renato Archer, órgão ligado ao Ministério de Ciência e Tecnologia. Um representante da instituição, presente ao debate, convidou a Fundação Maurício Grabois a repetir o mesmo evento na sede do CTI  Renato Archer, em São Paulo.

O evento, que repercutiu bastante nos meios locais, foi promovido pela Fundação Maurício Grabois. Estiveram presentes no debate o vice-reitor da UFMA, prof. dr. José Antônio Oliveira; o autor do livro “Renato Archer: energia atômica, soberania e desenvolvimento”, jornalista Álvaro Rocha Filho; o diretor de Tecnologia da FAPERJ, prof. dr. Rex Nazaré Alves e o Capitão de Mar e Gerra Santos, capitão dos portos do Maranhão.

O atividade da Fundação Maurício Grabois foi filmada na íntegra e estará disponível em breve para acesso no portal Grabois.

De São Luis.