As perseguições, torturas e prisões do período da ditadura começaram em 1960 e, desde o início, Honestino esteve no topo da lista das perseguições. Quando optou pela clandestinidade, teve a residência em Goiânia invadida inúmeras vezes por agentes da repressão, mas não desistiu de continuar na luta pelo os direitos estudantis. Foi quando, em 1969, tornou-se presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), assumindo a entidade após a prisão de Jean Marc Von der Wei.

No final de 1972, Honestino se mudou para o Rio de Janeiro, onde foi jurado de morte e preso pelo órgão repressivo Cenimar, o Centro de Informações da Marinha. Ao saber da prisão, sua mãe, Dona Maria Monteiro, iniciou uma incansável busca, sem que encontrasse seu filho.

Em dezembro daquele ano, teve a garantia de que poderia visitar Honestino durante o Natal no temido PIC (Pelotão de Investigações Criminais do Exército) de Brasília. Mas, chegando ao local, foi informada de que o filho não estava lá. Após um ano, em 1974, o caso do desaparecimento de Honestino ganhou notoriedade.

Após o seu desaparecimento, a família teve de esperar 23 anos até que o governo reconhecesse que Honestino era, de fato, um dos mortos da ditadura. Seu assassinato só foi admitido, oficialmente, em 12 de março de 1996.

Honestino hoje é homenageado pelo Diretório Central dos Estudantes da Universidade de Brasília e pelo Grêmio Estudantil do Centro de Ensino Médio Elefante Branco, entidades estudantis que levam o seu nome. Ótimo aluno, sempre se destacando, ele estudou em ambas as instituições.

Homenagem nos 75 anos da UNE

O período da ditadura é lembrado pelo desaparecimento de centenas de cidadãos brasileiros, entre eles, um número enorme de estudantes e lideranças da UNE, que travavam batalha incansável contra o regime autoritário e antidemocrático imposto. A lista oficial de desaparecidos durante a ditadura contém 457 nomes.

Ao completar seus 75 anos, a UNE prestou suas homenagens com uma instalação dedicada à memória de alguns desses estudantes. “Levamos esse debate aos 75 anos da UNE para cobrar que sejam esclarecidas as condições e paradeiros e explicados o que aconteceu com nossos estudantes desaparecidos, que tem em Honestino Guimarães sua maior representação”, explicou o presidente da entidade, Daniel Iliescu.

Um “Corredor da Verdade”, com luzes e sombras contrastando e sal grosso no chão dava as boas vindas aos convidados da celebração. Tratava-se de uma exposição de fotos com as silhuetas dos estudantes desaparecidos na ditadura militar. Figuras como Edson Luís e Honestino Guimarães ultrapassavam os cartazes com suas sombras fixadas nas paredes, como se ainda quisessem se fazer presentes.

 

Fonte: UNE