Chávez: morre o revolucionário, mas seguirá a revolução bolivariana!
No início da noite deste dia 5 de março, em Brasília, com sentida emoção e forte impacto recebemos a notícia do falecimento do destacado revolucionário da Venezuela e da América Latina, presidente Hugo Chávez. Acompanhávamos com esperança a última batalha travada por Chávez, desta vez pela própria vida, luta que empreendeu com força de vontade e altivez. Mas, infelizmente, a doença foi mais forte e o levou.
A vitória de Hugo Chávez para presidente da Venezuela, em 1998, inaugurou um ciclo político progressista na América Latina, em especial na nossa América do Sul. Um ciclo que prossegue vigoroso, propiciando a vários países e povos da região democracia, desenvolvimento soberano, sensível melhora da qualidade de vida dos trabalhadores e, ainda, o avanço da integração solidária entre as nações. Chávez, além de dedicar o melhor de si pelo desenvolvimento de seu país e pelo bem estar de seu povo, foi um intrépido entusiasta desse processo de integração, tanto com a Alba (Aliança Bolivariana para as Américas) quanto com o Mercosul. Em julho de 2012, quando se formalizou a entrada da Venezuela neste bloco, ele proclamou: “Nosso norte é o sul”.
Chávez, juntamente com o ex-presidente Lula e outras lideranças da região, travaram a luta vitoriosa que sepultou a Alca, projeto neocolonialista dos Estados Unidos. Por isto, uma grande dimensão de Chávez se revela pelo seu legado patriótico e internacionalista, um adversário ferrenho do imperialismo e defensor da amizade e da cooperação entre os povos.
E se internacionalmente Chávez tem esse significado para as forças políticas avançadas, para o seu país ele representa o líder de um processo revolucionário que em pouco mais de uma década libertou a Venezuela da espoliação estrangeira, colocando a grande riqueza do país, o petróleo, a serviço do desenvolvimento da Nação e que também ajudou a retirar centenas de milhares de venezuelanos da miséria. Outro traço da revolução bolivariana liderada por Chávez é a democracia. Nunca houve tantas eleições, nunca houve tanta efetiva participação do povo nos destinos da Venezuela como nesta última década. Grande expressão dessa democracia é a Constituição Bolivariana, elaborada por uma Assembleia Constituinte livremente eleita. Constituição democrática e avançada que, inclusive, indica os rumos da construção do socialismo naquele país.“Socialismo do Século XXI”, como assim proclamava Chávez.
Externarmos nossos sentimentos à pátria de Simon Bolívar pela perda desta grande liderança patriótica, democrática e socialista. Mas, ao mesmo tempo, temos a convicção de que morreu o revolucionário, porém sua grande obra, a revolução bolivariana, terá continuidade! Seguirá conduzida pelas lideranças leais ao legado do presidente Chávez, apoiada no povo e nas forças políticas avançadas do país e contará com a efetiva solidariedade das forças progressistas das Américas, entre as quais o Partido Comunista do Brasil, que sempre apoiou Chávez e o povo venezuelano na sua épica jornada libertária.
Brasília, 5 março de 2013
Renato Rabelo
Presidente do Partido Comunista do Brasil-PCdoB