A UBE – União Brasileira de Escritores acaba de indicar o nome do cientista político e escritor Luiz Alberto de Vianna Moniz Bandeira para o Prêmio Nobel de Literatura da Real Academia Sueca. Luiz Alberto de Vianna Moniz Bandeira é cônsul honorário do Brasil na cidade alemã de Heidelberg. Autor de mais de 20 obras, seu livro mais recente, publicado em 2013, é A Segunda Guerra Fria que trata da geopolítica e da dimensão estratégica dos Estados Unidos nas rebeliões da Eurásia e nos movimentos da África do Norte e Oriente Médio.

Escreve Samuel Pinheiro Guimarães, ex-secretário-executivo do Ministério das Relações Exteriores e ex-Alto Comissário do Mercosul, no prefácio dessa obra: “Importante contribuição da obra de Moniz Bandeira é a revelação documentada de que as revoltas da Primavera Árabe não foram nem espontâneas e ainda menos democráticas, mas que nelas tiveram papel fundamental os Estados Unidos, nas promoção da agitação e da subversão, por meio de envio de armas e de pessoal, direta ou indiretamente, através do Qatar e da Arábia Saudita.”

O livro A Segunda Guerra Fria foi escrito entre março e novembro de 2012, praticamente acompanhando no tempo os acontecimentos recentes mais significativos. Outros ganhadores do Prêmio Nobel de Literatura foram escolhidos por obras que versavam sobre a história de seu tempo, entre eles Theodor Mommsen, Sigrid Undset, Pearl S. Buck e Winston Churchill.

Indicação
A indicação atendeu a um convite direto do Comitê do Prêmio Nobel à entidade sediada em São Paulo e que congrega 1.500 escritores de todo o país (em sua história, desde a fundação, em 1958, por figuras como Jorge Amado, Carlos Drummond de Andrade, Marcos Rey e Lygia Fagundes Telles, entre outros, a UBE já contou com mais de 4.300 associados). Segundo o regulamento do Prêmio Nobel, podem fazer indicações “presidentes de sociedades de autores que sejam representativas da produção literária em seus respectivos países”.

Sua bibliografia, composta notadamente por ensaios políticos, também inclui trabalhos de poeta consagrado, com três livros saudados pela crítica: Verticais, de 1956, Retrato e Tempo, de 1960, e Poética (2009).

Vários de seus livros são adotados pelo Itamaraty, no curso de formação de diplomatas. Entre eles Formação do Império Americano – da guerra contra a Espanha à guerra no Iraque, livro com o qual foi reconhecido, em 2005, como Intelectual do Ano, merecendo o troféu Juca Pato, da mesma UBE. Mais de oito anos atrás, Moniz Bandeira já denunciava nesse trabalho a espionagem praticada pelas agências de segurança norte-americanas em diversos países. Este livro foi traduzido para o mandarim e publicado na China, e também traduzido para o espanhol e publicado na Argentina e em Cuba.

Outra entidade brasileira, a Academia de Letras de Minas Gerais, também apoiou a indicação do nome de Moniz Bandeira e oficializou a indicação.

Luiz Alberto de Vianna Moniz Bandeira, caso seja selecionado pelo Comitê do Prêmio Nobel, em outubro de 2014, será o primeiro brasileiro laureado com o mais importante prêmio mundial da Literatura.