Lançamento do Atlas da Exclusão Social de Marcio Pochmann
Guaianases fica no extremo leste da cidade de São Paulo e já foi apontado como um dos bairros mais precários, ao lado de Jardim Ângela, Grajaú, Pedreira, Jardim São Luís e Jardim Helena.
Para lançar o primeiro volume do Atlas da Exclusão Social no Brasil, o organizador do livro, Marcio Pochmann, e a editora Cortez convidaram a filósofa Marilena Chaui para debater os números que a publicação oferece no auditório do CEU Jambeiro. O evento foi organizado pela Cortez, Secretaria de Educação da Prefeitura de São Paulo e Fundação Perseu Abramo.
Com o auditório com mais de 350 professoras e estudantes, o debate sobre o Atlas da Exclusão, seus números e significados ocupou toda a tarde de segunda-feira, 25 de agosto. A conversa foi coordenada pelo professor Edson Luis Amario, diretor regional de Educação da região.
Mas antes dos debates sobre o Atlas, crianças e artistas da comunidade fizeram apresentações de circo, dança, hiphop e violinos entoando o Hino Nacional.
Marcio Pochmann apresentou a publicação e explicou que mais quatro volumes sairão. A partir das tabelas e gráficos, os livros que virão em seguida irão analisar e aprofundar os estudos sobre o significado dos números.
Para Pochmann, o “sistema educacional construído no Brasil explica a falta de qualidade no ensino do país. Trata-se de problema ainda gravíssimo no país”. Mas para ele, é possível “resolver os problemas mudando prioridades”.
Já Marilena Chaui afirmou que existe uma mudança do foco, o que permite perceber “a variabilidade no inteiror do país com relação à exclusão, que hoje acontece de outra forma e é captada por outra variável”. Chaui questionou os motivos da exclusão ser diferenciada nas diferentes regiões do país e comemorou que o “Atlas ofereça um retrato do que se passa no Brasil. Para os meios de comunicação, exclusão é pobreza, ampliando o preconceito e a ideologia da pobreza é criada pelo pensamento conservador, até como forma de atacar programas sociais”.
E para a filósofa, o “Atlas permite trazer de volta a noção dos direitos. O conjunto dos indicadores são vinculados a um conjunto de direitos e não só sociais, mas econômicos, políticos e culturais. Os direitos passaram a ser tratados como serviços, a partir da lógica do mercado. Mas o Atlas é a revelação do que era o país, do que é hoje e o que poderá ser no futuro”.
CEU Jambeiro
A região conta com o CEU Jambeiro, que possui três quadras poliesportivas, dois campos de futebol e três piscinas, além de telecentro e biblioteca. O CEU se transforma em clube e reúne até mil pessoas nos finais de semana mais quentes. O centro oferece ainda uma extensa programação cultural, com filmes, shows de música, teatro e campanhas de saúde voltadas à comunidade.
No CEU estudam mais de dois mil alunos, do ensino infantil até à 8ª série do ensino fundamental. Deste total 260 estudam em período integral. No tempo extra em que ficam no colégio os estudantes têm aulas de informática, xadrez e dança, entre outros.
Chaui questionou os motivos da exclusão ser diferenciada nas diferentes regiões do país e comemorou que o “Atlas ofereça um retrato do que se passa no Brasil. Para os meios de comunicação, exclusão é pobreza, ampliando o preconceito e a ideologia da pobreza é criada pelo pensamento conservador, até como forma de atacar programas sociais”.
E para a filósofa, o “Atlas permite trazer de volta a noção dos direitos. O conjunto dos indicadores são vinculados a um conjunto de direitos e não só sociais, mas econômicos, políticos e culturais. Os direitos passaram a ser tratados como serviços, a partir da lógica do mercado. Mas o Atlas é a revelação do que era o país, do que é hoje e o que poderá ser no futuro”.
Assista a íntegra do debate realizado no CEU Jambeiro aqui. A atividade foi toda transmitida ao vivo, pela internet, por meio da tevêFPA.