Querem impor um projeto para o Brasil que não foi vitorioso nas urnas, afirma Dilma
“Meu mandato não é um mandato de uma pessoa individual, é um mandato que me foi dado por 54 milhões de pessoas, que acreditavam num projeto. Esse projeto que eles querem impor ao Brasil não é o projeto vitorioso nas urnas. Se querem esse projeto, vão às urnas em 2018, se forem eleitos, se conseguirem votos legitimamente. Mas querem chegar ao poder sem voto, numa eleição indireta sob o disfarce de impeachment, não passarão”, enfatizou.
A presidenta lembrou, por exemplo, que os jornais registraram a intenção de oposicionistas de acabarem com a obrigatoriedade, do governo federal, de gastar determinada parte do Orçamento com saúde e educação.
“Há algo extremamente grave. Apesar de todas conquistas na área de educação e saúde, eles querem acabar com a obrigatoriedade dos gastos. Sempre que vocês virem uma palavra que, às vezes, é ‘focar’, ‘revisitar’ certas políticas sociais, significa que vão acabar com elas”, disse.
Em outro exemplo, Dilma lembrou que uma das propostas de eventual novo governo, caso o impeachment seja aprovado no Senado, é acabar com a política de valorização do salário-mínimo.
“Eles falam o que vai mudar no Brasil. Eles propõem o fim da política de valorização do salário-mínimo: [são] 76% de valorização desde o governo do presidente Lula. Essa política tem de durar até 2019. Querem acabar com ela, querem acabar também com o reajuste dos aposentados”, alertou.
Ainda se baseando em notícias veiculadas na imprensa, a presidenta citou a intenção dos adversários de reduzir o pagamento do Bolsa Família apenas para os 5% mais pobres, o que deixaria 36 milhões de pessoas de fora do programa.
“Não estamos paralisados. Eles querem pagar Bolsa Família para apenas 5% dos mais pobres do país, o que dá dez milhões de pessoas. Hoje alcançamos 46 milhões de pessoas com o benefício. Nós estamos autorizando o reajuste que vai resultar em um aumento médio de 9% para as famílias.”
A presidenta ainda explicou como querem enfraquecer a CLT, ao dar maio valor para acordos negociados entre patrões e trabalhadores, ainda que esses envolvam redução dos direitos trabalhistas estabelecidos em lei.
“Querem também transformar a CLT em letra morta. Como eles vão faze isso? Eles propõem algo que é o seguinte: o negociado pode viger sobre a lei.”