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    Agricultura

    Desindustrialização precoce

    Argentina, Brasil, Chile e, em menor grau, México passaram por processos de desindustrialização prematura, aumentando sua especialização em commodities, manufaturas baseadas em recursos naturais e serviços de baixa produtividade em detrimento da indústria de transformação, mostra estudo da Comissão Econômica para a América Latina (Cepal). Segundo a Cepal, a desindustrialização pode ser considerada “prematura” por […]

    POR: Monitor Digital

    Argentina, Brasil, Chile e, em menor grau, México passaram por processos de desindustrialização prematura, aumentando sua especialização em commodities, manufaturas baseadas em recursos naturais e serviços de baixa produtividade em detrimento da indústria de transformação, mostra estudo da Comissão Econômica para a América Latina (Cepal).

    Segundo a Cepal, a desindustrialização pode ser considerada “prematura” por diferentes razões. Primeiramente, porque as rendas per capita permaneceram baixas em relação aos países desenvolvi-dos, que só começaram a dar sinais de redução na participação da indústria após terem atingido patamares elevados de renda per capita, entre US$ 10 mil e US$ 15 mil.

    Já os países latino-americanos estudados sofrem esse processo com rendas per capitas muito abaixo desse patamar: US$ 4,4 mil no caso do Chile, US$ 5,2 mil no caso do Brasil, US$ 5,4 mil na Argentina e US$ 7,2 mil no México.

    Em segundo lugar, a entidade mostra que os países analisados se especializaram em setores menos produtivos e menos intensos em tecnologia, baseados em recursos naturais – em detrimento dos setores industriais abundantes em trabalho ou engenharia.

    No caso da Argentina, os autores afirmam que o país passou pelo pico da participação da indústria na economia nos anos 30. Em termos de emprego, a parcela da indústria de transformação sobre o total caiu constantemente de 1950 a 2010, de 27% a 12%.

    Nos outros três países a parcela da indústria no valor adicionado e do emprego do país teve uma trajetória de U invertido ao longo do tempo, com pico ao final dos anos 1960 no Chile (20%) e em meados dos anos 1980 no México (20%) e no Brasil (13,5%). Em 2010, a participação da indústria de transformação alcançou, respectivamente, 10%, 15% e 12% nesses países.

    Assim, a desindustrialização prematura das últimas décadas, com mudança estrutural para serviços e para os setores produtores de recursos naturais, impactou negativamente o crescimento da pro-dutividade dos países latino-americanos, especialmente na Argentina, Brasil e México. Por essa razão, pode-se atribuir a esse processo uma das causas principais da estagnação do desenvolvimento econômico latino-americano, analisa o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), em cima dos dados apresentados pela Cepal.

    O emprego de uma política industrial moderna e eficaz poderia ajudar a reverter esse recuo da indústria e, consequentemente, contribuir na construção de uma trajetória de crescimento mais susten-tável, sustenta o Iedi.

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