O dia 28 de abril de 2017 pode ser decisivo na história da resistência popular brasileira. Em 24 estados já existem  mobilizações organizadas para o dia da greve geral. Esse processo pode ser considerado um marco na história recente do movimento sindical brasileiro, pois une centrais sindicais como CUT, CTB, Intersindical, Força Sindical, UGT e CSP Conlutas.

Diversos sindicatos já realizaram suas assembleias em seus estados e já há notícias de paralisações agendadas dos trabalhadores na educação, transportes, metalúrgicos, construção civil, servidores públicos, servidores da saúde, bancários, correios, rodoviários, petroleiros, vigilantes e metroviários.

Em alguns estados, foram constituídos fóruns permanentes de organização da resistência às reformas trabalhista e previdenciária. A Frente Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo também estão ativamente organizadas nesse processo de resistência, que promete ser um dos maiores da história recente do Brasil.

Mais de 30 categorias profissionais de pelo menos 20 estados brasileiros já decidiram aderir ao movimento, entre elas os servidores públicos estaduais e federais, metroviários, condutores, bancários, metalúrgicos, professores de escolas públicas e privadas, petroleiros, funcionários dos Correios, da construção civil, do comércio e da saúde.

Um jornal unitário assinado pela CTB, CUT, UGT, Força Sindical, CSB, NCST, Conlutas e CGTB, com tiragem de 2 milhões de exemplares, está sendo distribuído na capital paulista. O material traz informações e esclarecimentos sobre as reformas que o governo tenta implementar, o impacto extremamente negativo que terão na vida do trabalhador e trabalhadora e faz a convocação para a greve. 

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Para Adilson Araújo, presidente nacional da CTB, a urgência da votação aprovada para o substitutivo ao projeto de lei da reforma trabalhista a ser votado dia 25 na Comissão Especial se deve ao medo da base aliada do governo diante da Greve Geral que promete paralisar o país no dia 28 de abril. “Se eles pensam que esse ataque vai amortecer as mobilizações populares, estão muito enganados”, declarou o dirigente.

“O povo brasileiro vai se levantar, com muito mais força e determinação e realizar a maior Greve Geral da história deste país. Ocuparemos Brasília e trabalharemos diuturnamente para denunciar, um a um, os responsáveis pela destruição dos empregos e dos direitos trabalhistas, previdenciários e sociais dos trabalhadores e trabalhadoras”, afirmou Adilson.

O presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, afirma: “há um ano a classe trabalhadora e os brasileiros mais carentes são ameaçados com medidas que propõem a retirada de direitos. Estou falando de direitos básicos como saúde, educação e previdência social. Agora, corremos o risco de perder todos os direitos trabalhistas e retroceder mais de 50 anos em termos de condições de trabalho e renda. A única saída é protestar, lutar por nossa dignidade, por direito a férias, décimo terceiro, carteira assinada e aposentadoria, denunciando em todas as ruas, sindicatos, locais de trabalho o desmonte que o ilegítimo e golpista Temer quer fazer e quem são os deputados traidores da classe trabalhadora. E, como os deputados não estão ouvindo a voz das ruas, vamos mexer no bolso dos empresários com uma greve geral. É isso mesmo: no dia 28 de abril vamos parar o Brasil”.

Enquanto isso, a pesquisa Vox Populi encomendada pela CUT aponta que a aprovação do governo golpista de Michel Temer chegou a míseros 5%, menor que os 13% que Temer, ainda como vice-presidente, afirmou deixarem o país ingovernável. Nas séries históricas dos principais institutos de pesquisa do Brasil, nunca houve uma aprovação tão baixa como a do ilegítimo.