O documentário dirigido por Vandré Fernandes, Ana Petta, André Michiles e Fábio Bardella conta a história da vida do Osvaldo Orlando da Costa, Osvaldão, desde a infância na cidade de Passa Quatro, a passagem como estudante no Rio de Janeiro, a viagem à Praga para estudar línguas, até a sua ída para a região do Araguaia, com o objetivo de construir a resistência contra a ditadura militar entre 1966 até 1974.

A sessão foi promovida pela Casa da Cultura de Passa Quatro com apoio da Prefeitura. Familiares e moradores participaram da sessão que reuniu mais de 50 pessoas no teatro da Escola Estadual Nossa Senhora da Aparecida. Após a exibição do filme, houve um debate que contou com a presença dos diretores do Vandré Fernandes, André Michiles e Fábio Bardella. 

 

Cristina Orlando, sobrinha do Osvaldão, na sessão do filme em Passa Quatro

Cristina Orlando, sobrinha do Osvaldão, salientou a importância da exibição do filme na cidade. “Representa um resgate da história do Osvaldo. Muita gente da cidade não conhecia a história do meu tio. Trazer todas essas informações para a cidade, nesse momento que estamos vivendo, é muito emocionante. Eu fico penalizada porque meus avós e minhas tias não puderam viver para ver esse filme. Muitos morreram achando que ele ia voltar. Eu fico emocionada, o tio Osvaldo era uma pessoa que na minha casa a gente não podia falar o nome dele, porque meu pai tinha medo, era um momento de ditadura no país. Então, com esse filme, é como se ele renascesse das cinzas. É como se ele nos dissesse: ‘Eu morri na guerrilha do Araguaia, me assassinaram na Guerrilha, mas eu voltei mais forte, eu voltei para entrar para a história’. Então, isso me dá muito orgulho”, afirmou.

Na abertura do evento, Cristina fez a leitura de um trecho do texto do jornalista Bernardo Joffily, autor da biografia do Osvaldão. Em seguida, Fábio Mota, diretor da Casa de Cultura, agradeçou os presentes e apresentou os diretores.

 

Fábio Bardella, André Michiles, Vandré Fernandes e Fábio Mota na sessão de Osvaldão

André Michiles destacou que exibir o filme em Passa Quatro era como “completar o ciclo que se iniciou quando o projeto teve início”. Fábio Bardella falou como foi gratificante participar desse projeto e contar um pouco da história de um herói brasileiro.

Para Vandré Fernandes, foi uma alegria poder passar o filme na cidade em que nasceu Osvaldão. “Quando começamos a fazer o filme, em 2014, o Brasil já vivia uma realidade de polarização. De lá pra cá, perdemos muito. O Brasil perdeu muito. Hoje vivemos uma realidade em que seria muito difícil fazer um filme sobre um guerrilheiro negro que lutou contra a Ditadura. Passar aqui, ter uma sala cheia, interessada na história do Osvaldão e debater sobre o filme foi algo maravilhoso”, disse.

Após a exibição, familiares e moradores da cidade ficaram emocionados. No debate, houve muito questionamento sobre o atual momento político, a luta do Osvaldão, e a importância de se conhecer a história dos heróis do nosso país.