O evento reuniu 1.332 delegados de 86 países, representando 789 organizações políticas e sociais. O Partido Comunista do Brasil (PCdoB) enviou uma delegação do Comitê Central composta por Walter Sorrentino, Márcio Cabreira (membro da Comissão Executiva do CC e da Comissão de Relações Internacionais) e Liège Rocha (Secretária de Movimentos Sociais). Entidades como o Conselho Mundial da Paz (CMP), representado por sua presidenta, Socorro Gomes, o Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz), a União Brasileira de Mulheres (UBM), a União Nacional do Estudantes (UNE) e a União da Juventude Socialista (UJS) também estiveram presentes.

Para Walter Sorrentino, os delegados “puderam compreender a fundo a situação neste momento em nosso continente. Apesar da contraofensiva imperialista contra as forças progressistas, nossos povos estão em resistência e grandes massas populares demonstram, nas ruas e nas urnas, o sentimento de que a injustiça neoliberal ultrapassa o limite do aceitável”. Para o dirigente comunista, este “é um momento em que se exige unidade, coordenação e mobilização de nossas forças. A consigna anti-imperialista de luta pela democracia e contra o neoliberalismo é o centro do debate político. Para o PCdoB isso se expressa, no Brasil, na tática de uma frente ampla democrática e de unidade popular em torno de um programa comum das forças de esquerda e progressistas para tirar o país de crise e da ameaça neocolonizadora”.

 

Plenária do Encontro em Cuba

O encerramento da atividade, neste domingo, dia 3, contou com as presenças de Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, presidente de Cuba, Raúl Castro Ruz, primeiro secretário do Comitê Central do Partido Comunista de Cuba e de outros destacados dirigentes cubanos.

O presidente venezuelano Nicolás Maduro iniciou seu discurso elogiando o espírito que reinou nesses três dias de reunião e lembrou o esforço do líder histórico da Revolução Cubana em despertar o mundo e iluminar o caminho. “Fidel está presente na inteligência e no espírito das lutas.”

O presidente cubano abriu sua intervenção com uma saudação especial a todos que resistem e viajaram à capital cubana. “Sejam bem-vindos à ilha, que sempre foi e sempre será um ponto de encontro para aqueles que defendem a paz e a solidariedade entre os povos”.

 

Solidariedade com Lula

Díaz-Canel denunciou o fortalecimento do bloqueio contra Cuba: “Nosso país hoje sofre um estreitamento criminoso do cerco, o recrudescimento de uma política imoral e ilegal que por mais de 30 anos a Assembleia Geral das Nações Unidas condenou virtualmente por unanimidade, sem que os Estados Unidos reajam à demanda mundial”. No entanto, ele ressaltou que essas armadilhas não são suficientes para derrotar um povo que luta por sua independência há 151 anos e nunca vai desistir. Nesse sentido, o presidente garantiu que a força do processo revolucionário não poderia ser explicada sem a vontade popular. Nem mesmo essa vontade popular existiria sem o alto nível de participação e agradeceu à solidariedade mundial com o povo de Cuba.

Foi marcante no encontro a solidariedade ao povo brasileiro e ao ex-presidente Lula, preso injustamente. Gleisi Hoffmann, presidenta do Partido dos Trabalhadores (PT) recebeu pacotes contendo dois milhões de assinaturas de cubanos e cubanas que exigem a libertação de Lula.

Mensagem do PCdoB

A mensagem do PCdoB ao Encontro foi expressa por Walter Sorrentino. Principais trechos:

“Quero transmitir nossa solidariedade ao povo, ao governo e ao PC de Cuba, contra o bloqueio a que o país está sujeito e por suas realizações na recente renovação do compromisso socialista na nova Constituição. Durante muito tempo, não poderemos retribuir sua solidariedade internacionalista revolucionária a todos nós.

Saudamos com alegria e esperança as vitórias presidenciais na Argentina e na Bolívia. São novas demonstrações de que nosso ciclo progressista ainda tem muito a fazer. Parabenizo também os camaradas uruguaios, que alcançaram uma vitória partidária e, sem dúvida, darão o melhor para uma nova vitória na votação do segundo turno.

Solidários estamos também com a Venezuela, seu povo e governo, o PSUV e o Polo Patriótico, contra as agressões e interferências dos Estados Unidos, porque essa é também a defesa de nossos povos e nações. Meus cumprimentos calorosos a Nicolás Maduro.

No caso do Brasil, agradeço a solidariedade de todos vocês na luta pela liberdade de Lula. O PCdoB foi o autor da ação no Supremo Tribunal Federal contra prisão injusta antes da sentença penal definitiva. Esse é o mandamento constitucional! Ela vencerá em duas semanas e deve libertar Lula imediatamente, se não houver mais chicanas jurídicas, o que trará grande alento a nossas lutas”.

Declaração Final e reunião do GT do Foro de SP

A declaração final do Encontro saúda “os povos nas urnas, nas ruas e nas redes sociais (…) com seu voto e seus protestos (…) estão demonstrando que é possível derrotar a ofensiva imperial” e afirma que “abrem-se tempos de esperança. A unidade é vital e constitui um dever; a mobilização, um imperativo; a organização popular, uma tarefa iminente”, seguindo-se 28 compromissos de luta. A íntegra da declaração será publicada em breve pelo i21/Portal Vermelho.

Nesta segunda-feira (4), igualmente em Havana, está sendo realizada a reunião do Grupo de Trabalho do Foro de São Paulo. O Presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, juntamente com o Segundo Secretário do Partido Comunista de Cuba, José Ramón Machado Ventura estão presentes. A extensa pauta inclui temas como: análise das eleições na América Latina, o processo de paz na Colômbia, Amazônia e meio ambiente, exame do plano de ação aprovado no último encontro em Caracas e decisão sobre solicitações de organizações que pretendem participar do FSP. Representando o Brasil, Mônica Valente pelo PT (secretaria executiva), Walter Sorrentino e Márcio Cabreira pelo PCdoB.