Renato Rabelo defendeu um plano econômico emergencial para enfrentar a crise econômica e sanitária que castiga o povo brasileiro e foi sensivelmente agravada pela emergência da pandemia do coronavírus.

Na opinião de Rabelo, o plano emergencial pressupõe a ativa liderança do Estado, o que vai de encontro à política neoliberal de Paulo Guedes e Jair Bolsonaro. A austeridade fiscal imposta ao país desde o golpe de 2016, radicalizada pelo atual governo, é o grande obstáculo neste caminho.

O ex-deputado e ex-ministro José Dirceu afirmou que a única alternativa racional para a aguda crise sanitária, econômica e política que o país vive no momento está sintetizada na palavra-de-ordem “Fora Bolsonaro”, objeto de uma campanha nacional lançada na segunda-feira (18) pela CTB em unidade com outras 10 centrais sindicais. Ele chamou a atenção para a crescente militarização do governo, destacando que as Forças Armadas não se subordinam ao poder civil.

Liderança do Estado

O dirigente da FMG defendeu que o Estado realize a emissão de dinheiro, pois “só com o Estado assumindo gastos e investimentos públicos em larga escala poderemos abrir caminho a uma saída positiva para a crise, à recuperação da economia”.

Segundo ele, “a recuperação econômica é fundamental” e deve apontar na direção da “reconstrução do Brasil para um novo projeto nacional de desenvolvimento, orientado no sentido da reindustrialização do país e realização de reformas estruturais progressistas”.

Citou, entre elas, a reforma tributária democrática e progressiva focada no combate às desigualdades sociais e no aumento da taxação sobre as camadas mais ricas da sociedade. “Quem tem muito deve pagar muito, quem tem pouco deve pagar pouco, é preciso elevar os impostos para quem tem e reduzir impostos para os mais pobres”.

Renato Rabelo denunciou a alienação da soberania brasileira para os Estados Unidos e defendeu a formação de uma frente ampla democrática para fazer frente ao governo neofascista do governo Bolsonaro.

Impressão de moedas

“Nesta primeira fase temos uma ampla frente, se conseguirmos derrotar Bolsonaro abrimos uma outra fase. Agora precisamos fazer aliança inclusive com os setores liberais, que defendem a democracia e também medidas econômicas emergenciais, como a impressão de moeda, que neste momento é fundamental”, afirmou.

“É preciso mostrar para o povo que sem a forte participação do Estado nós não temos saída para a crise”, complementou. Com a pandemia, diz Renato Rabelo, a importância do Estado ficou muito mais evidente.

Governo militar

Sobre a maciça presença de militares no governo, José Dirceu foi taxativo: “O governo é militar”. Ele lembrou que “toda a história brasileira é marcada pela intervenção militar e a tutela militar, que presenciamos hoje, paralisa oposição liberal de direita”.

 

José Dirceu na live da CTB

Assim como Rabelo, Dirceu deplorou o fato de que a diplomacia brasileira esteja rastejando para os EUA. Opinou que a tarefa principal das forças democráticas e progressistas no Brasil hoje é defender a democracia, o que requer ampla unidade.

Em tom autocrítico, o ex-deputado disse que as forças de esquerda que estiveram à frente do poder Executivo nos governos Lula e Dilma descuidaram da organização popular. “Não fizemos a politização e organização necessária do povo”, reconheceu, advogando um maior trabalho das militâncias nos bairros com o objetivo de conscientizar e organizar o povo.

Dirceu disse que a saída para a crise passa pelo Fora Bolsonaro. “Não temos alternativa, Bolsonaro está levando o país para uma tragédia”, argumentou, ressaltando ao mesmo tempo que é preciso “criar as condições sociais e políticas para concretizar isto”.

Com informações da CTB