Saúde chinesa, Berta Cáceres, fascismo, incêndio cultural e Legalidade
Os temas da TV Grabois, nesta semana de 23 a 17 de agosto, foram bastante ecléticos na abordagem histórica, cultural e até psicanalítica. O debate sobre a gestão da saúde e da cultura estão nos programas Meia Noite em Pequim e Cultura em Movimento, assim como o resgate historiográfico estão no Mira Mundo e na live debate sobre os 60 anos do Movimento pela Legalidade. Dani Balbi debate gênero a partir da elaboração psicanalítica de Melanie Klein sobre a origem das neuroses masculinas no período da amamentação.
Youtubers como Manuela D’Ávila, Olívia Santana, Ana Prestes, Dani Balbi, Fábio Palácio e Elias Jabbour garantem a grade de programas explicando e contextualizando temas relevantes da atualidade conturbada que vive o mundo, com seu ponto de vista marxista-leninista.
Na segunda-feira (23), estreou o vídeo novo do “Meia Noite em Pequim”, do professor da Faculdade de Ciências Econômicas da UERJ, Elias Jabbour, que fala sobre as características do sistema de saúde chinês que levaram a população a dar saltos sanitários impressionantes de 1949 para cá. Ele mostra como o país vai construindo sua estrutura sanitária a partir das condições próprias do país, seus limites, erros e potenciais num país que não pode ignorar índices sociais pela dimensão demográfica de bilhões de pessoas.
A socióloga Ana Prestes resgata mais um personagem heróico escondido da história tradicional. Ela conta a história da ambientalista indígena hondurenha Berta Isabel Cáceres, assassinada em 2016. Conhecer sua história é uma forma de entender como funcionam as teias imperialistas que dominam e limitam os potenciais dos países latino-americanos. É mais um capítulo do programa Mira Mundo sobre mulheres latino-americanas revolucionárias.
Desta vez, foi Daniele Balbi que relacionou o tema do silêncio dos homens e o fascismo, a partir da psicanálise produzida por Melanie Klein. No programa Cabeça Feita desta semana, Dani mostra como a psicanalista inverte a construção da neurose por Freud da fase da genitalização (em que a mulher teria inveja do pênis) para a fase da amamentação (em que o homem teria inveja do seio), ou seja, do poder fálico masculino para o poder feminino de nutrir a sociedade. Ela mostra como os papéis de gênero se constroem a partir desse recalque masculino e suas expressões violentas.
Depois de falar do incêndio de estátuas, o professor de comunicação maranhense Fábio Palácio volta ao tema com o programa Cultura em Movimento para analisar a frequência de incêndios culturais no Brasil pela destruição de museus e acervos históricos. Mas ele mostra que os incêndios são a ponta de um fenômeno proposital de gestão deliberada de destruição do passado cultural e das conquistas civilizatórias.
A semana inclui ainda um debate histórico sobre os 60 anos do Movimento pela Legalidade, a partir do depoimento de personagens protagonistas dessa resistência: João Vicente Goulart, Aldo Arantes, Bruno Costa, Carlos Bastos e Batista Filho. O movimento liderado em 1961 por políticos como Leonel Brizola foi importante para impedir um golpe militar e possibilitar a posse de João Goulart, naquele momento.