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Eleições na Alemanha e mudanças na geopolítica mundial

11 de outubro de 2021
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No último dia 26 de setembro, domingo, realizaram-se as eleições mais importantes na República Federal da Alemanha, quarta maior economia do mundo. Pretendo neste novo ensaio abordar os seguintes aspectos: a) Como são as eleições na Alemanha; b) Breves comparações com o sistema brasileiro; c) O tamanho do Parlamento, fazendo também comparações com o Brasil; d) Os partidos políticos existentes na Alemanha e e) O resultado final e seus desdobramentos.

A República Federal da Alemanha é um país de unificação recente e, aliás, a Europa como um todo. Foi mais ou menos no século XIX que houve a unificação de alguns países, como Alemanha e Itália, por exemplo. A Itália, especialmente, forma-se de uma reunião das Cidades-Estados (1). Houve a unificação territorial e fixação de uma mesma língua.

Então, a Alemanha não é um país antigo como a Rússia e a China, que têm fronteiras definidas muito mais antigas, governos centrais estabelecidos há muitos séculos. Na Alemanha não é assim, mas não vou contar essa história, pois não é o foco deste ensaio.

É preciso dizer que estamos falando de um país que foi o centro das duas maiores guerras em que a humanidade se viu envolvida: a Primeira, de 1914 a 18, foi mais circunscrita à Europa. Os chineses em seus livros não chamam de primeira guerra mundial, mas de guerra civil europeia. A segunda, de 1939 até 1945.

Ainda que os Estados Unidos tenham tido uma discreta participação na I Guerra, estiveram presentes e ali estava um confronto de dois grandes blocos de países: de um lado a chamada Tríplice Aliança (2) formada pelos dois impérios decadentes: Otomano, Austro-húngaro, mais a Alemanha. E, estes dois impérios desmoronaram a partir de 1918, especialmente a partir da Conferência de Versalhes, em 1919, que redesenhou o mapa europeu, inclusive, o do Oriente Médio.

Alguns países do Oriente Médio passaram a ser colônias dos dois países vencedores dessa chamada a Primeira Guerra: Inglaterra e França. O Império Austro-Húngaro era a casa monárquica mais antiga da Europa.

Era chamada Casa Real dos Habsburgo. A nossa Imperatriz Leopoldina era filha do Imperador daquele império (3), que depois foi reduzido a Áustria, depois de ter só perdido todos os outros países que eles ocupavam quando conquistavam.

E, do outro lado, fora formada a chamada Tríplice Entente (4), com a Inglaterra, que foi o primeiro país a declarar guerra à Alemanha, depois a França, aliada da Inglaterra. Depois entrou a Rússia, que saiu da Guerra em 1917, um ano antes desta acabar, por causa da Revolução Russa Bolchevique, desse ano, cujo comandante fora Lênin.

Em 1918, logo no começo, Lênin ele assina o chamado Pacto da Paz de Brest-Litovsk (5). É um acordo de paz unilateral entre a Alemanha e a Rússia que sai da guerra. Evidentemente, o desfecho da primeira guerra já estava concluído e já se sabia que Alemanha perderia.

A segunda guerra também teve a Alemanha como protagonista e está muito ligada à primeira guerra. Quando termina a primeira guerra, quem começa a governar a Alemanha é o Partido Social-Democrata – SPD, que na época era de esquerda.

Friedrich Ebert, presidente da República de Weimar entre 1919 e 1925 I Foto: Reprodução

Os marxistas, os comunistas ainda não tinham seu próprio partido, nem na Alemanha, nem na Rússia. O Partido Comunista vai começar a surgir primeiro na Rússia em 1917. Depois nos anos seguintes em outros países. Por isso, estamos completando 100 anos em vários países.

Em 1º de julho deste ano comemorou-se 100 anos do PC da China (6). Também este ano fez 100 anos no dia 6 de março, o PC Português (7). E, no próximo ano, comemoraremos o centenário do nosso Partido Comunista do Brasil – PCdoB, fundado no dia 25 de março de 1922 (8).

Antes disso, toda a esquerda europeia militava nos partidos chamados Partidos Operários Sociais-Democratas. Na Rússia a sigla era POSDR (Partido Operário Social-Democrata Russo) (9). Na Alemanha ele é o partido mais antigo, que vem de 1863, mas ele se consolida com o nome de Partido Socialista dos Trabalhadores Alemães – PSTA, em 1875. Portanto, estamos falando de um partido de mais de 140 anos de existência (10).

Então, quando ocorrem eleições na Alemanha, em 1919, logo depois do final da guerra, o país tinha sofrido uma derrota, o SPD vencerá e governará a Alemanha até 1933. Mas, mais do que isso, eles escreverão a constituição da RFA em 1920, na cidade de Weimar, que ficou conhecida como a República de Weimar (11).

O SPD vence as eleições em 1919, mas em uma Alemanha humilhada. Não só derrotada militarmente, mas perdeu também parte de seu território e teve que pagar indenizações de guerra pesadíssimas, que levaram à bancarrota da sua economia. Não há dúvida, e eu estou de acordo com a maioria dos historiadores, que dizem que a Segunda Guerra começa com o Tratado de Versalhes de 1919 (12).

Com relação ao Tratado de Versalhes, é bom que se diga que o presidente dos Estados Unidos, um visionário, que alguns dizem idealista, Woodrow Wilson (1913-1921), do partido Democrata, apresenta para conferência de Versalhes uma carta de 14 pontos (13) que ele fez sem nenhuma consulta ao Congresso dos Estados Unidos. O título deste documento é de minha autoria, não é original, mas se pudéssemos em uma frase sistematizar a essência dos 14 pontos de Wilson eu diria que era uma proposta de “Paz sem vencedores”.

Woodrow Wilson, presidente dos EUA entre 1913 e 1921 I Foto: Reprodução

Woodrow Wilson (14) em minha classificação, dos 46 presidentes, ele está entre os quatro melhores ou menos ruins. A honrosa exceção do primeiro que era realmente bom, Abraham Lincoln (Abe era o seu apelido) que foi lenhador, proletário e depois terminou o curso de Direito. Os outros três: Wilson, Roosevelt, Carter, do meu ponto de vista. Outros historiadores devem ter outra classificação. Wilson está entre os quatro, disputa o segundo lugar com Roosevelt, e o Carter disputa o terceiro com o próprio Wilson.

Ele queria uma paz, mas não precisava ficar enfatizando que a Alemanha foi derrotada, que a França e a Inglaterra venceram. Não prevaleceu esse espírito. Prevaleceu, com alguma razão evidente, um certo ódio aos alemães. Desses 14 pontos, apenas quatro, os poderosos que venceram a guerra aproveitaram. E rejeitaram todos os outros 10. Tanto que o Congresso dos EUA não ratificou a Conferência de Versalhes.

Eu não estou contando a história da Alemanha, estou tratando do contexto da Alemanha no cenário europeu daquela época. A história que conhecemos da crise alemã, com uma hiperinflação, onde as pessoas andavam com carrinho de mão cheio de dinheiro e os produtos eram reajustados ao longo do dia, várias vezes. O Marco alemão ficou completamente depreciado e, aquele sentimento da perda territorial, Alsácia-Lorena e outras regiões, a Prússia que havia desaparecido enquanto país.

A partir de 1923, um obscuro cabo que havia lutado na I Guerra, na verdade, com uma completa e inexpressiva participação, nascido na Áustria – ele não era alemão – chamado Adolf Hitler, surge no cenário político alemão. Ele começa a articular a criação de um Partido e quando preso, escreve um livro famoso intitulado Mein Kampf (Minha Luta). É um livro completamente antissemita.

Adolf Hitler I Foto: Reprodução

O Partido que ele começa a organizar tinha no nome a palavra “socialista” (sic), igual ao PSD, que nessa época já tinha até tirado o nome socialista, mas ainda se dizia, no seu estatuto, e vai perdurar até mais tempo, que era um partido que adotava a análise marxista, mas não era leninista.

Portanto, um partido que, mesmo tendo tirado socialista do nome, o SPD era um partido no mínimo de centro-esquerda. Mas, Hitler funda o partido dele que vai ter o nome de Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães – PNSTA, e começa a crescer e angariar apoios.

Aí ocorre uma tentativa de golpe, o famoso golpe da Cervejaria de 1923, na Baviera, ele é preso e passa para a sociedade como um verdadeiro mártir (15). É na cadeia que ele produz essa obra, profundamente antissemita. Ele defende uma sociedade ariana pura. O arianismo nada tem a ver com a Alemanha, ele surge na Índia (16) é a defesa da raça pura, eugenia e outras barbaridades, mas de socialismo, nunca teve nada.

Putsch da Cervejaria de 1923 I Foto: Arquivo Federal da Alemanha

Quando a Alemanha se separou em duas, a Ocidental e a Oriental, a capital Ocidental era Bonn e a Oriental, era Berlim. Hoje só tem Berlim como capital. Então, Weimar nunca foi capital, mas era uma cidade importante. Ali se instalou a Assembleia Nacional Constituinte.

Max Weber, um dos três grandes sociólogos precursores da ciência Sociologia, junto com Karl Marx e Émile Durkheim, morreu no ano da constituinte (1920). Ele não chega a ser eleito deputado, mas é o ideólogo da Social-Democracia. Ele é o pensador que dá a sustentação da criação do que viria a ser o atual SPD.

Na Segunda Guerra Mundial, depois da segunda derrota da Alemanha, aquele modelo da reconstrução da Alemanha, a partir do Plano Marshall de 1945, introduz-se o conceito chamado de Welfare State (estado de bem-estar) (17). Isso começa a se consolidar. É um tipo de keynesianismo aplicado à economia capitalista, ou seja, o estado precisa ser protetor aos mais desfavorecidos.

Enfim, a Constituição que eles elaboram, muitos dos seus dispositivos, dos seus artigos, ainda perduram na Constituição atual. Por exemplo, o que determina que a Alemanha deve aplicar 7% do seu PIB em projetos sociais no exterior.

Ângela Merkel “reinou” impávida por 16 longos anos. Ela é mulher conservadora e até de direita. Mas, ela é antifascista. Ela não desmontou o “estado de bem-estar”. Por certo que fez algumas reformas, como a da Previdência, tirou alguns direitos, mas na essência o Estado alemão segue sendo protetor.

Angela Merkel I Foto: AFP

O PSD, que no período entre guerras era bem de esquerda, governou a Alemanha de 1920 até 1933, apoiado evidentemente pelo Ocidente, pelos Estados Unidos. Nesses 13 anos, então crescia o movimento nazista na Alemanha e fascista, e em outros países como Espanha, Itália e Portugal também tiveram governos de extrema-direita fascistas: Franco, Mussolini e Salazar.

O Continente Europeu entra em uma noite profunda com perseguições e fechamento de partidos, censura à imprensa. Aliás, o único país que não tinha censura na imprensa, exatamente em 1918, quando houve a Gripe Espanhola – era a Espanha, que levou esse nome porque a imprensa espanhola era a única que não tinha censura.

Assim, Hitler vai crescendo politicamente, ganhando adeptos e simpatizantes e o seu Partido vai se fortalecendo e criando braços militares, como a SA (abreviação de Sturmabteilung) (18), depois vem a SS (abreviação de Schutzstaffel)(19) e vai ficar tudo paralelo ao exército oficial alemão.

Aí, vem o fatídico mês de março de 1933, quando o Partido de Hitler – chamado de Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães – PNSTA (20) – venceu as eleições parlamentares do chamado Bundestag, que é a Câmara baixa do Parlamento, do Poder Legislativo alemão, que é equivalente à nossa Câmara dos Deputados.

Nos Estados Unidos chama-se Câmara dos Representantes, pois ali é uma federação levada às últimas consequências, fruto da linha política de Thomas Jefferson, que foi o quarto presidente. O Brasil é uma República Federativa que não se compara aos Estados Unidos.

Então, temos esses 13 anos de governos sociais-democratas na Alemanha, mas com o crescimento do nazismo de Hitler, a adesão ao seu Partido cresceu de tal maneira que sua popularidade chegou a 90% da população.

Há um livro muito bom, cujo autor é Daniel Goldhagen, um cientista político e ex-professor de Harvard, que foi presidente da Academia de Ciência Política dos Estados Unidos, cujo título é muito emblemático: Os carrascos voluntários de Hitler (21).

Foi impressionante a adesão, havia uma hipnose geral, coisa que nós vivemos parecido com isso, mas guardadas as proporções, bem menos no Brasil e aconteceu em 2018. Nós falávamos com as pessoas que pareciam cegas e surdas.

Nazismo na Alemanha I Foto: Gamma-Keystone/Getty Images

Por isso que usamos o termo: “fraude nas eleições”, não no sentido da manipulação ou modificação do resultado, porque nossas urnas são seguríssimas, mas fraude no sentido figurativo, que o resultado não refletiria a realidade do pensamento do eleitor brasileiro, se não fosse determinadas circunstâncias, como a da prisão do principal líder da oposição, que era o Lula, impedindo-o de ser candidato, mesmo com autorização da ONU, que garantiu a ele o direito de ser candidato.

As duas principais fake news foram sobre a tal “mamadeira erótica”, que alguns chamam de “mamadeira de piroca” e a outra, que é o famoso “kit gay”, que nunca existiu. Então, as pessoas estavam hipnotizadas, mas nada se compara ao que aconteceu na Alemanha em 1933, que era um apoio cego.

Em março de 1933 (22) ocorrem eleições na Alemanha e a orientação para o movimento comunista internacional vinha do 6º Congresso da Internacional Comunista, em 1928. Este congresso teve uma orientação equivocada, do meu ponto de vista, e de muitos outros marxistas-leninistas do mundo (23).

A Internacional Comunista (24) havia dado orientação de tomar o poder político onde fosse possível nos países da Europa, em uma frente de esquerda. Já ouvimos essa cantilena aqui no Brasil: “temos que formar uma frente de esquerda”, não pode ser frente ampla.

Ao emanar esta orientação política, a Internacional dizia para todos os partidos comunistas de toda a Europa e do mundo, que eles deveriam aplicar essa orientação, equivocada a meu modo de ver. A Internacional é como se fosse um Partido Comunista Internacional, porque a classe operária e o proletariado são internacionais, é justo que tenha um partido Internacional, fundado por Marx em 1864 (25).

Nós estamos falando de uma orientação sectária, estreita, da Internacional Comunista, que refletiria na linha política de todos os PCs da Europa. Na Alemanha já tinha sido criado o Partido Comunista. Para se ter uma ideia, em 1918, último ano da 1ª Guerra, Rosa Luxemburgo, grande autora marxista, fora assassinada (26).

Rosa Luxemburgo I Foto:

Ela era dirigente do Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD), de uma tendência interna, que era quase um novo partido, chamada Spartacus, lembrando aquele líder dos escravos romanos, o gladiador (27).

A história registra que ela fora sequestrada e assassinada por ex-combatentes da I Guerra Mundial, chamados de Freikorps, que chegaram a ter até 250 mil membros na Alemanha pós-Guerra (28). Há quem afirme que ela fora assassinada com seu companheiro Karl Liebknecht. Sua ação política era controversa, pois se opunha à Lênin e aos rumos que a Revolução de Outubro tomara.

A partir do racha do SPD do agrupamento Espartaquista, que tinha uma linha bem mais à esquerda, em dezembro de 1918, eles decidem fundar o Partido Comunista da Alemanha, inicialmente dirigido por Paul Levi. Posteriormente o Partido teria um racha mais à direita, mas logo passa a ter influência do bolchevismo russo de Lênin (29).

A partir dessa orientação da Internacional de 1928, o Partido na Alemanha, como é que ele aplicava esta linha tática sectária esquerdista? Eles diziam que iriam tomar o poder e ganhar tudo sozinhos, sem alianças e iriam derrotar, ao mesmo tempo, o nazismo de Hitler e os sociais-democratas, que eles chamavam de sociais fascistas.

Era uma orientação absolutamente equivocada. Claro que olhando assim de fora e de cima, na perspectiva histórica, é fácil analisar. Na época, não foi assim. Então, o aprendizado custou muito caro para os comunistas na Alemanha.

Pois bem, em março de 1933, ocorrem as eleições parlamentares. Entre 1919 até 1933, aconteceram seis eleições na Alemanha, sob a chamada República de Weimar, onde o SPD ganhou todas. Nas eleições de 5 de março de 1933 ele fica em segundo lugar. E, quem vence as eleições no voto, é Hitler (30).

Os números são eloquentes. O Partido Nazista de Hitler obtém, sozinho, sem coligação, 17.277.180 votos ou 43,91% e fica com 288 vagas de um parlamento com 647 cadeiras. Cresceu com relação às eleições anteriores 46,91% e ampliou em 92 as vagas que tinha anteriormente. Uma vitória clara, indiscutível, que fez Hitler se apresentar como candidato a Chanceler (equivalente a Primeiro Ministro)

O SPD obtém 7.181.629 votos ou 18,25% dos votos válidos e conquista apenas 120 cadeiras. Com relação às eleições anteriores ele ficou praticamente como estava, com a diminuição de apenas uma vaga ou decréscimo de 0,81% na sua votação.

A maior derrota fora com o jovem Partido Comunista da Alemanha que obtivera 4.848.058 votos ou 12,32% dos válidos, conquistando 81 vagas. Nas eleições anteriores obtiveram 19 cadeiras a mais, de forma que decresceram 19%. Uma derrota clara. Sociais-democratas e comunistas – que saíram separados – mesmo se juntos estivessem, fariam apenas 30,57% dos votos válidos, ou 12.029.687 votos.

Hitler, de fato e de direito, havia conquistado o direito de formar governo e ser o Chanceler da Alemanha. As poucas cadeiras que lhes faltavam para atingir 50% do parlamento, foram concedidas pelo Partido Conservador, de linha centrista, que obteve quase a mesma votação dos comunistas, com 4.424.905 votos ou 11,25% dos válidos. Com relação às eleições anteriores eles cresceram 4,3% a mais, ampliando de 70 para 73 cadeiras.

Hitler, por certo, não foi o primeiro ditador a ser legitimado pelo voto. Tivemos vários casos de ditadores eleitos, tal qual o fascista que se apresenta como o nosso presidente, que é um ditador eleito pelo voto.

Com a aliança com o Partido Conservador, Hitler conquista ampla maioria do Parlamento Alemão, chamado de Bundestag (31). Alguns autores consideram a Alemanha um país com poder legislativo bicameral.

O nome do outro poder que é a chamada Câmara Alta, não é propriamente um poder legislativo, é o Bundesrat (32), que não é eleito pelo povo e são representantes dos governos estaduais, as províncias, que lá tem outros nomes.

Portanto, é voto indireto. Mas, ele tem características de poder legislativo, pois ele formula algumas leis, por isso que é chamado Câmara Alta, equivalente um pouco à Inglaterra, com a sua Câmara dos Lordes.

Chanceler, no mundo inteiro, é ministro das Relações Exteriores. Na Alemanha é chefe de governo. Nessa época, presidia a Alemanha, o Marechal Paul Von Hindenburg – que é nome do Zeppelin famoso, aquele que pegou fogo, em 1937 (33).

O presidente Hindenburg, que havia lutado na I Guerra Mundial, tinha o poder constitucional de nomear o primeiro-ministro, que seria o chanceler. Na Alemanha até os dias atuais, o sistema é parlamentarista e o presidente não é eleito pelo povo, mas pelo Congresso. Assim, como o primeiro-ministro também é indicado pelo Congresso, portanto é o poder do Parlamento.

Paul Von Hindenburg e Adolf Hitler I Foto: Reprodução

Hindenburg, não era propriamente um social-democrata, mas não claramente era nazista nem fascista. Ele não queria nomear Hitler chanceler. Relutou muito e quem o convence a nomeá-lo foi o seu ministro das Relações Exteriores, Franz Von Papen (34), que fala mais ou menos assim na orelha do Hindenburg e aqui faço um relato caricato – “Não presidente, não tem problema, pode nomear Hitler seu chanceler. Depois a gente controla o cara”. Já viram alguma coisa parecida com isso?. Ele seguiria ministro de Hitler, na mesma função, até 1934.

Seis dias antes dessa fatídica eleição de 5 de março de 1933, houve um incêndio no Bundestag. Um jovem holandês de apenas 24 anos, Marinus Van der Lube, confessou ter feito o atentado, mas absolutamente sozinho. Logo apareceram relatos de que ele era ligado aos comunistas. Dessa forma, Hitler não acreditou em ação isolada e em seguida acusou os comunistas do PCA, de terem provocado o incêndio (35).

Hitler iria afirmar que “os comunistas não teriam a sua piedade”. E inicia-se um processo violento, com as forças milicianas da SA e SS. O pior é que esse endurecimento, fechamento político – inclusive do Parlamento – contaria com amplo apoio popular e das Forças Armadas. Fecha os partidos, censura à imprensa, coloca os judeus no gueto.

Seis anos depois, começa a II Guerra. No dia 1º de setembro de 1939 a Alemanha invade a Polônia e a guerra seria iniciada. A Inglaterra foi o primeiro país a declarar guerra à Alemanha, depois vieram os outros.

Ninguém seguraria mais Hitler que ocupou parte da Europa, incluindo metade da França. Ele tinha seus aliados como Francisco Franco, na Espanha e Benito Mussolini, na Itália. Portugal ficou neutra, mas era um governo fascista, de extrema-direita, Antônio de Oliveira Salazar.

Todos os partidos comunistas foram postos na clandestinidade praticamente em toda a Europa. Nós havíamos perdido a Guerra Civil Espanhola para os fascistas de Franco. Muitos brasileiros foram para lá lutar com os republicanos, assim como comunistas do mundo inteiro. Franco vence e ficou no poder até 1976, governando a Espanha por 40 anos.

A partir de 22 de junho de 1941, Hitler decide invadir a Rússia, que à época se chamava União Soviética, pois eram 15 Repúblicas Soviéticas Socialistas (URSS) e a Rússia era uma delas. Foi a chamada Operação Barbarossa (36).

O exército alemão chega até Stalingrado onde ocorre a famosa “Batalha de Stalingrado”. A partir daí acontecerão três encontros dos três países mais importantes que se colocavam contra o nazismo: Estados Unidos, Inglaterra e União Soviética (37). Dois desses países eram capitalistas e anticomunistas, mas tiveram que fazer uma aliança com os comunistas, sob o comando de Joseph Stalin, que comandava o Exército Vermelho. Sem isso não se venceria a guerra e Hitler sairia vitorioso.

Soldados soviéticos na Segunda Guerra Mundial I Foto: Universidade Estatal de Iugrá

Então, o grande vencedor da Segunda Guerra, foi a União Soviética e seu Exército Vermelho. Mas, não é isso que aprendemos nos livros de história contada pelos ocidentais. Nos livros da União Soviética é contada de outra maneira. Aliás, eles não chamam aquela guerra de Segunda Guerra Mundial, mas de Grande Guerra Patriótica, onde morreram cerca de 20 milhões de soviéticos, russos, que a burguesia sempre afirmou que foi Stálin quem mandou matar. Mas, eles morreram de armas em punho, defendendo a nação socialista.

O SPD

Toda essa retrospectiva histórica é importante, para entendermos mais exatamente o significado da vitória do SPD, que iria ficar cada vez mais moderado. Mas, ele nunca chegou a ser um partido de direita. Toda imprensa europeia classifica o SPD, quando sai matéria sobre o resultado eleitoral, como centro-esquerda. Quando se fazem organogramas com a ideologia do partido aparece sempre esquerda ou centro-esquerda. Alguns jornais até dizem que ele é de esquerda, mas isso não corresponde à verdade.

Mas, não podemos chamar o SPD alemão de um partido de direita. No entanto, é preciso dizer que a Social-Democracia europeia que na França, por exemplo, chama Partido Socialista – PS, e Social-Democrata. Esses partidos sociais-democratas na Europa implantam o modelo neoliberal em todo o Continente Europeu.

O SPD, já tinha sido marxista, revolucionário, onde os comunistas atuavam. Isso nos idos até 1918. Depois, em especial por ele vir a ser governo (1919-1933), ele vai ficando cada vez mais à direita. Mas, não podemos chamá-lo de partido de direita.

Nestes últimos quase 80 anos, especialmente depois da II Guerra, quem governa a Alemanha volta a ser o SPD (38). Entre 1945 e 1982, por 37 anos, mais uma vez os sociais-democratas governam o país. Serão nesse período seus chanceleres, entre eles, Konrad Adenauer e Willy Brandt, que fundaram a Internacional Socialista, que é uma Internacional Social-Democrata. Konrad Adenauer é o nome da Fundação do SPD.

A partir de 1982, eles perderão a eleição para a direita, com Helmut Kohl (da CDU – União Democrática Cristã), que vai governar entre 1982 e 1998 (16 anos). Ele é sucedido por Gerhard Schroeder, quando o poder volta às mãos do SPD, que fica pouco tempo, entre 1998 e 2005. Finalmente, Ângela Merkel vai governar os últimos 16 anos (desde 2005 até os dias atuais quando deve ser formado novo governo).

O encontros dos três grandes

Quando o exército vermelho chega em Berlim e após os rendimentos da Alemanha (houve duas assinaturas de rendição, uma do dia 8 e outro do dia 9 de maio; mas esse não é o foco de nosso ensaio). Após isso, Berlim é dividida em quatro pedaços: Estados Unidos, França, União Soviética e Inglaterra. E, na parte Soviética eles constroem o famoso muro em 1961, que caiu em 1989 (39).

Assim, o mundo ficou dividido e passou a ser bipolar, com dois polos: Socialismo x Capitalismo, URSS x EUA. Alguns historiadores dizem que quase estourou a 3ª Guerra Mundial quando se encontram os exércitos em Berlim.

Mas, o terceiro encontro dos três grandes acontece entre 17 de julho até 2 de agosto de 1945 em uma cidadezinha chamada Potsdam, que fica perto de Berlim. Ela dura 16 dias quando se discute uma nova ordem mundial. Uma espécie de Tratado de Versalhes da II Guerra. Dos três grandes, dois já tinham sido trocados, Roosevelt já tinha morrido e Harry Truman assume.

Conferência de Potsdam, na foto Winston Churchill, Josef Stalin e Harry Truman I Foto: Picture Alliance

No meio desta conferência, Winston Churchill perdeu a eleição na Inglaterra, ele que era do Partido Conservador. Quem ganhou a eleição foi o Partido Trabalhista Inglês (Labor) que à época era de centro-esquerda. Muito diferente da atualidade que é neoliberal. O novo primeiro Ministro será Clemente Attlee (40).

E, mais uma vez a Alemanha recebeu duras punições. Foi proibida de ter qualquer força militar. Teve que pagar duras indenizações de guerra. A II Guerra prosseguiria no Pacífico, pois o Japão só se renderia no dia 2 de setembro daquele ano, depois que os EUA explodiram duas bombas atômicas nas cidades de Hiroshima e Nagasaki, nos dias 6 e 9 de agosto.

E mataram cerca de 250 mil japoneses (41). Até hoje os Estados Unidos não pediram perdão ao povo japonês. É inacreditável que o Japão siga sendo subserviente aos EUA depois das duas bombas. O Japão à época tinha 72 milhões de habitantes e 250 mil mortes representou 0,34% de toda a população. Atualmente, o Japão é um país com 125,6 milhões de habitantes.

Se as bombas fossem jogadas hoje morreriam proporcionalmente 427 mil japoneses! Desde a rendição do Japão, os Estados Unidos intervieram e nomearam o general Douglas MacArthur que governou entre 1945 e 1950 (42).

A era de Ângela Merkel e as eleições

A coligação que venceu as eleições de 26 de setembro é CSU-CDU. São siglas alemães que significam União Democrata Cristã e União Social Cristã da Baviera. Eles se juntaram e fizeram uma espécie de Federação, como agora o parlamento brasileiro aprovou.

Esta união, que havia começada em 1982 com Helmut Kohl, volta ao poder em 2005, exatamente com Ângela Merkel. Que governa a Alemanha por 16 anos. Ela será reeleita em 2009, em 2013 e 2017. Até poderia ser reeleita novamente, porque não há limite de reeleição no Parlamentarismo. Ela preferiu deixar o poder e apoiar outras candidaturas.

É interessante que a imprensa fala de Maduro e Putin que estão há tempos no poder, mas ninguém fala da Merkel, ninguém falava da Margareth Thatcher, que governou 16 anos. Isso não tem problema, pois essas pessoas são amigas do imperialismo estadunidense.

Tudo é relativo na política internacional. Os tais direitos humanos, por exemplo, que Estados Unidos pregam, só vale nos países como China e Rússia, da Arábia Saudita ninguém fala. A indignação dessa gente é seletiva. No Brasil é a mesma coisa.

O tamanho do Parlamento Alemão é variável. Em 2017 eram 709 deputados e agora são 735. O motivo disso não importa. O que importa é que a coligação da Merkel em 2017 não fez 355 deputados e precisou fazer alianças e, uma das alianças foi com o SPD. O líder do SPD, cujo nome é Olaf Scholz, que acabou de vencer as eleições domingo, e é o ministro das Finanças de Merkel.

Vejam que imbróglio. Eu estou entre aqueles analistas que dizem que, evidentemente, um governo do SPD alemão hoje, junto com os “verdes” e um partido menor chamado Die Linke, que significa Esquerda, não seria um governo pior que o da Merkel e poderia até ser considerado um governo progressista.

A junção de todos esses três partidos elegeu 363 deputados, de forma que faltariam apenas cinco para que eles formem maioria no Parlamento (368). É possível governar com minoria, conforme a Constituição. Não sei se essa aliança vai prevalecer (43).

Eu não estou entre aqueles analistas que dizem que não mudaria nada se Olaf Scholz tornar-se primeiro-ministro. Eu não estou de acordo com uma análise feita por estudiosos, autores, jornalistas, que afirmam que nada mudará. Eles também afirmavam não haver diferença nenhuma entre Biden e Trump, de que era a mesma coisa.

Tudo indica que vai demorar para um novo governo ser formado. Alguns falam que só no Natal, ou seja, daqui a dois meses ainda e até lá a Alemanha continuará sendo governada pela Merkel. Não pode ficar um vazio de poder.

O presidente da Alemanha – Frank-Walter Stein Méier – vai indicar alguém para formar o governo. Ele indica o líder do partido que elegeu mais deputados, que no caso é o Olaf, cujo Partido elegeu 206 deputados. Eles tinham 153, em 2017. Foi um grande salto. Um crescimento de 34%.

O partido da Merkel tinha 246 e elegeu 196. Eles perderam 50 deputados e os sociais-democratas ganharam mais 50. Mas, não é só isso. O percentual do voto popular cresceu 53% para os sociais-democratas e decresceu 50% para essa direita conservadora.

Mas a coligação/federação de Merkel não é uma direita nazista. O AfD (Alternative fur Deutschland ou Alternativa para a Alemanha) é o Partido Nazista da Alemanha. Eles tinham 94 deputados e agora elegeram 83, perdendo 11 cadeiras (11%) e decresceram no voto popular.

A deputada alemã Beatrix von Storch, desse Partido, esteve aqui no Brasil em visita ao que se apresenta como nosso presidente e até tirou fotos com ele. Derrota dos nazifascistas na Alemanha e maior isolamento de Bolsonaro.

Beatrix Von Storch e Bolsonaro I Foto: Reprodução

Agora vamos ter um cenário novo. Merkel, mesmo em fim de carreira, tem muito poder. Ela é chanceler ainda. O líder de seu bloco, Armin Laschet, pode tentar construir uma aliança com ele na cabeça e não com Olaf.

Mas, se esta coligação de direita CSU-CDU se aliar com o PSD, eles somarão 402 deputados, sendo que a maioria é 368. Portanto, não precisa fazer nenhuma outra aliança. Os verdes ficariam de fora, e o Die Linke que é de esquerda, também ficaria de fora.

Os neonazistas jamais participarão de um governo, seja apoiado pela Merkel ou pelo SPD. Essa turma amiga da família Bolsonaro, não se diz nazista. Por isso usamos o termo neonazista. Na Alemanha é proibido falar em nazismo, está na Constituição. O Brasil também, a rigor, mas tem muitos grupos neonazistas se organizando.

No Brasil, na contramão do mundo inteiro, crescem as células neonazistas em muitos estados brasileiros. A professora e antropóloga da Unicamp, Adriana Dias, em suas pesquisas de monitoramento dessas células, registra que entre 2015 e 2021, as células saltaram de 75 para 530, registrando um crescimento exponencial de mais de 600%.

Os eleitores na Alemanha tem direito a votar duas vezes. Uma na forma proporcional e outra na forma distrital, chamado de voto majoritário, os votos válidos computados foram 46.838.765. A coligação de direita da Merkel com dois partidos e outros cinco partidos obtiveram 42.983.874 votos válidos ou 91,77%. Levaram todas as 735 cadeiras.

Mas, a Alemanha tem mais 40 outros partidos que disputaram estas eleições. Eles obtiveram 3.854.891 votos ou 8,23% dos válidos. Se fossem tudo proporcional, em tese eles teriam direito a 60 cadeiras. Mas, não conseguiram cumprir a cláusula de barreira – que lá é de 5% e ficaram de fora do parlamento.

Em 2020, no Brasil, quando da realização de eleições municipais eu publiquei um ensaio longo analisando o resultado. Nesse ano o Brasil tinha registrado 147 milhões de eleitores, aptos a votar. Entre os que compareceram e escolheram um vereador, portanto não votaram nem branco e nem nulo, que são os votos válidos, foram 93 milhões.

No meu livro sobre eleições de 2019 (44), eu desenvolvi um conceito sociológico inédito no Brasil chamado: índice ABN (abstenção, branco e nulo). Não é uma soma de três percentuais. Então, se você dividir os válidos pelos inscritos, você vai apurar o índice ABN.

Esse percentual significa o que eu e alguns autores chamamos de votos desperdiçados ou jogados fora. Isso significou que 54 milhões de votos foram totalmente perdidos. O índice ABN é de 36,73%, um dos maiores índices da nossa história, desde 1945. Esse é o “não voto” dos eleitores descontentes, desalentados, desanimados.

O Brasil tem uma lei que impôs a cláusula de barreira e está gravado na Constituição brasileira. Os partidos devem obter 3% (até 2030) dos votos válidos para a Câmara dos Deputados. Se aplicássemos a cláusula de barreira sobre a eleição do ano passado, o partido que não teve 2,8 milhões de votos não vai ficar proibido de existir.

Os deputados que forem eleitos por essas legendas terão que mudar para outro partido, senão não tomam posse. Não terão direito ao Fundo Eleitoral e Partidário. Claro, eleições para vereador nada tem a ver com eleições para deputados federais. Mas, é um indicador das dificuldades que enfrentaremos no país.

No Brasil, dos 32 partidos existentes, se a lei já estivesse vigorando desde o ano passado, 19 partidos seriam banidos da vida pública, inclusive o mais antigo de todos, que é o PCdoB, que em 25 de março de 2022, completará 100 anos de existência.

Na Alemanha, o voto é facultativo. O cidadão não tem sequer título eleitoral. Algumas semanas antes das eleições as pessoas recebem em suas casas as instruções de como votar. Essa correspondência chega para os que têm idade e o direito. E você vota com qualquer documento com foto.

E recebem também em suas casas o direito de votar por cédulas, pelo correio. A maior parte dos países aceita essa forma de coletar votos. O Brasil ainda não. Na Alemanha tem 60 milhões de eleitores inscritos, mas votaram 46 milhões. Eu fiz uma conta: são 299 distritos, ou seja, cada distrito tem 250 mil eleitores.

Eles têm 735 deputados (o Brasil tem 513). Então, na Alemanha um deputado vale 82 mil votos e no Brasil um deputado vale 290 mil. Então, é três vezes mais difícil eleger um deputado no Brasil, do que na Alemanha.

Conclusão

O grande derrotado na eleição alemã é o nazi-fascismo. Isto mostra que Bolsonaro está ainda mais isolado internacionalmente. Sua turma na Alemanha levou uma surra. Eles já não estavam no governo. Agora, terão menos chance ainda de participar de qualquer governo, seja liderado pela social-democracia ou seja liderado pelos cristãos CDU-CSU.

Esse resultado extremamente positivo das eleições na Alemanha – e insisto em dizer: mesmo que o SPD governe com a coligação CDU-CSU, o governo jamais será igual ao de Merkel. O mundo está mudando e vivemos um processo de consolidação da multipolaridade, com o crescimento da força da China e da Rússia.

Ainda não podemos afirmar com todas as letras, que o fascismo e a extrema direita no mundo encontram-se em declínio. Mas, os sinais têm sido bastante positivos, desde a vitória dos Democratas nos EUA, passando por várias na América Latina, a derrota do fascista Nethanyahu em Israel e outras.

São eleições que, mesmo não sendo claramente uma vitória da esquerda, mesmo a não comunista, é um grande alento. De toda forma o que é certo e isso sim podemos afirmar é que a extrema direita sofreu derrota fragorosa. Como ocorrerá no Brasil em 2022 e na Índia logo em seguida.


Notas

  • 1) Maiores informações sobre os processos de unificação dos países como a Itália e Alemanha podem ser obtidos neste endereço: <https://bit.ly/3oxeomq>;
  • 2) Vejam aqui neste site <https://bit.ly/3a1Mer4> mais informações sobre a formação dessa Tríplice Aliança;
  • 3) Maiores informações sobre nossa Imperatriz Leopoldina podem ser lidas aqui <https://bit.ly/3Ac3gNM>;
  • 4) Aqui <https://bit.ly/3mqbnS0> as informações sobre a Aliança para a contenção dos países beligerantes, chamada de Tríplice Entente;
  • 5) Informações sobre o polêmico tratado de Brest-Litovsk podem ser lidas aqui neste site <https://bit.ly/3irc0cM>;
  • 6) Aqui neste endereço <https://bit.ly/3ixJFlf> maiores informações sobre a história do PC da China, que completou cem anos dia 1º de julho de 2021;
  • 7) O também centenário Partido Comunista Português que também fez cem anos este ano tem aqui maiores informações <https://bit.ly/3mr8Eb9>;
  • 8) O PCdoB também completará cem anos em breve, em 25 de março de 1922. Ainda que o artigo que lhes indico aqui não tenha a precisão histórica de contar a verdadeira história original do Partido Comunista do Brasil, mais informações podem ser lidas neste endereço: <https://bit.ly/3uBjoHw>;
  • 9) Mais informações sobre o Partido Operário Social-Democrata Russo podem ser lidas neste site: <https://bit.ly/2ZMeBaR>;
  • 10) Aqui toda a história do Partido Social-Democrata da Alemanha podem ser lidas aqui <https://bit.ly/3AdsCL7>;
  • 11) A República de Weimar, como ficou conhecida o período dos 13 anos que a social-democracia alemã governou o seu país após o final da I Guerra, com a rendição da Alemanha da assinatura do Tratado de Versalhes. Maiores detalhes podem ser lidos aqui <https://bit.ly/3uEoGlE>;
  • 12) O também polêmico Tratado de Versalhes, que os historiadores entendem como estopim da própria II Guerra Mundial, assinado pelas potências vencedoras da I Guerra, todos os seus detalhes podem ser lidos aqui <https://bit.ly/3B8tiTC>;
  • 13) A famosa carta dos 14 pontos do presidente Woodrow Wilson podem ser lidos neste endereço <https://bit.ly/3adGNW4>;
  • 14) Aqui leiam mais informações sobre o presidente Wilson <https://bit.ly/3itzkqk>;
  • 15) O famoso golpe (ou Putsch) da Cervejaria, que é um marco na história da Alemanha entre guerras, pode ser ido neste link <https://bit.ly/3Fr7F3s>;
  • 16) Muito se confunde arianismo ou conceito de raça ariana, defendido pelos nazistas como sendo uma questão exclusivamente do povo alemão. Ledo engano. Ele vem da Índia. Mais informações podem ser lidas neste site <https://bit.ly/3FkrE3Q>;
  • 17) O conceito de Welfare State vem do keynesianismo da década de 1930 com o governo Roosevelt a partir de janeiro de 1933, onde a presença do Estado passa a ser determinante para a recuperação econômica e proteção aos mais desfavorecidos das sociedades desiguais no mundo. Mais informações sobre esse conceito podem ser lidas aqui <https://bit.ly/3FfwLSK>;
  • 18) Vejam aqui o significado das SA <https://bit.ly/3uD8Es6<
  • 19) Vejam aqui o significado das SS, ambas milícias paralelas ao exército oficial alemão <https://bit.ly/3owbgHj>;
  • 20) Maiores detalhes do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães podem ser lidas aqui <https://bit.ly/3uDsDqJ>;
  • 21) Goldhagen, Daniel, os carrascos voluntários de Hitler, Companhia das Letras, 1997. Caso queira saber mais sobre o livro, em conteúdo em inglês, podem clicar neste endereço <https://bit.ly/3uEIpBC>;
  • 22) Todos os detalhes, dados e números dos resultados das eleições gerais de 1933 na Alemanha, que levou Hitler ao cargo de Chanceler podem ser lidos neste endereço <https://bit.ly/2JOyx5y>;
  • 23) O mencionado VI Congresso da Internacional Comunistas podem ser lidos aqui neste endereço em seus excertos <https://bit.ly/2YkDcDv>;
  • 24) A história da Internacional e de todos os seus congressos podem ser lidos aqui <https://bit.ly/3BhtyiV>;
  • 25) Marx teve papel destacado na fundação da Internacional Comunista como podemos ver neste endereço <https://bit.ly/3aaI2FJ>;
  • 26) A história de rosa Luxemburgo pode ser lida aqui com mais detalhes <https://bit.ly/3FgXO05>;
  • 27) Detalhes sobre a Espártaco que deram origem a Liga Espartaquista podem ser idos aqui neste site <https://bit.ly/3Bjfwxp>;
  • 28) Saiba mais sobre os Freikorps aqui neste link <https://bit.ly/3AhZDWw>;
  • 29) Mais detalhes sobre a história do Partido Comunista da Alemanha leiam aqui <https://bit.ly/3iAhEJW>;
  • 30) Mais detalhes sobre as mencionadas eleições de 1933 na Alemanha na visão da Rádio Deutsch Welle <https://bit.ly/3BcNAv7> onde são relatados o clima de imensa intimidação aos eleitores, além de prisões e confinamentos;
  • 31) Significado de Bundestag podem ser lidos aqui <https://bit.ly/3Djv3xZ>;
  • 32) Significado de Bundesrat podem se lidos neste site <https://bit.ly/3muKV9Q>;
  • 33) Um resumo da história de Paul Von Hindenburg que presidiu a Alemanha quando Hitler venceu as eleições de 1933, podem ser lidas nesse endereço <https://bit.ly/3AefmWO>;
  • 34) Aqui <https://bit.ly/3mrypYN> detalhes de seu ministro das Relações Exteriores, Franz Von Papen, que seguiria na mesma função quando Hitler se transformou em chanceler;
  • 35) Toda a história do famoso incêndio do parlamento alemão, conhecido como Reichtag pode ser lido aqui <https://bit.ly/3Fo8rOr>;
  • 36) A invasão da Rússia em 1941 ficou conhecida como Operação Barbarossa e os detalhes podem ser lidos aqui neste endereço <https://bit.ly/3iAoX4k> na visão da Rádio Deutsch Welle.
  • 37) Os três encontros dos grandes – EUA, URSS e Inglaterra – ocorreram respectivamente em Teerã, 28 de novembro até 1º de dezembro de 1943; o segundo ocorreu em Yalta, na Criméia, entre 4 e 11 de fevereiro de 1945 e o terceiro e último, já em solo alemão, ocorreu na cidade de Potsdam, próximo a Berlim, entre os dias 17 de julho e 2 de agosto de 1945.
  • 38) Vejam aqui neste endereço <https://bit.ly/3ah00Gh> todos os chanceleres da história moderna da Alemanha;
  • 39) Aqui neste endereço é relatado o dia da vitória como sendo o dia 8 de maio <https://bit.ly/3abfKLd> mas a URSS considera – e a Rússia atual segue assim – o dia 9 de maio de 1945;
  • 40) Vejam o perfil neste endereço do trabalhista Clement Attlee, que trocou de lugar com Winston Churchil, do Partido Conservador, que havia perdido eleição no meio do terceiro encontros dos três grandes <https://bit.ly/3iz6EfB>;
  • 41) Detalhes dos ataques nucleares à Hiroshima e Nagasaki no Japão, respectivamente 6 e 9 de agosto de 1945, podem ser lido nesse endereço <https://bit.ly/3FqX0Wy>;
  • 42) Leia aqui neste site <https://bit.ly/3BjcTf8> o perfil do general Douglas MacArthur, comandante das tropas aliadas no Pacífica e interventor no Japão de 1945 até 1950;
  • 43) Todos os detalhes dos resultados das eleições parlamentares da Alemanha, ocorridos no dia 26 de setembro, podem ser lidos neste endereço <https://bit.ly/2ZP5Z3d>;
  • 44) Mirhan, Lejeune. Eleições no Brasil, 1945 a 2018, o comportamento eleitoral dos brasileiros, Apparte Editora, 2019.