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A candidatura Lula no novo cenário eleitoral

13 de abril de 2022
Eleições 2022

Esta análise de conjuntura está relacionada com as mudanças partidárias que ocorreram até sexta-feira, dia 1º de abril de 2022, quando 153 deputados mudaram de partido 29,82% da Câmara. Apesar de ser o Dia da Mentira, esta é a verdade. São pessoas que não estão nem um pouco preocupadas com o partido, que é tratado como algo secundário.

Eu estudo eleições do Brasil há muito tempo. Tenho até um dos meus livros inteiramente dedicado a essa temática. Trata-se do livro O comportamento eleitoral do brasileiro que está disponível na minha Editora Apparte (1). Eu vou mencionar algumas passagens dele nesta análise. 

Vou fazer neste artigo uma análise informativa como sociólogo, projetando alguns números e dados. Farei também simulações e prognósticos.

O cenário é altamente complexo e tem apenas pouco tempo em que tudo se definiu. Talvez eu seja o primeiro analista político a apresentar uma opinião mais consolidada sobre a nova realidade que emergiu a partir de 1º de abril. E também, as perspectivas. Adotarei o seguinte roteiro:

  •  O cenário em que as eleições brasileiras acontecem, do ponto de vista internacional e nacional;
  •  O novo quadro partidário do Congresso, o troca-troca de partidos;
  •  O novo Fundo Eleitoral de quase seis bilhões de reais. Como ele é distribuído na proporção das novas bancadas; 
  •  Mesmo não havendo pesquisas mais recentes, comentarei sobre elas; 
  •  Considerações gerais sobre o pleito;
  •  Análise dos partidos e dos nomes colocados ou que serão apresentados. Os partidos principais, os nanicos de esquerda e de direita.
  •  Datas do calendário eleitoral. 

As movimentações que acontecem agora são chamadas pré-campanha. Por exemplo, Lula, o inominável (Bolsonaro), Dória, entre outros, são todos pré-candidatos. O inominável está em campanha há quatro anos e, a única coisa que ele faz, é campanha. Mas, agora ela foi intensificada. 

Cenário das eleições 

O cenário em que as eleições ocorrem é um cenário internacional, onde estamos vivendo uma guerra na Europa Oriental. Eu não vou falar sobre isso, porque trato desse tema em vários canais que sou analista internacional, bem como tenho ensaios sobre esse tema. Esta guerra está gerando consequências e criando uma nova ordem ou nova era e consolidando a multipolaridade no mundo. 

Esta é a grande novidade desde o fim da União Soviética, em 1991, e isso é positivo. No entanto, o fascismo também tem crescido. Um exemplo disto é na Hungria, onde acabou de vencer, indo para o quinto mandato um neofascista: Viktor Orban. E houve eleição na França (2), no dia 10 de abril. 

Macron e Marine Le Pen disputarão os votos no segundo turno, dia 24 de abril. A esquerda, completamente dividida, não tem chance de ir para o segundo turno. É provável que grande parte da esquerda vote em Macron, não por ele em si, mas para evitar o pior. Teremos também eleições em maio na Colômbia (3), onde o franco favorito é Gustavo Petros, do campo mais progressista. Mas, ali, tudo pode acontecer.

Este é o contexto, mas há muita luta em jogo. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, está em queda livre. Ele vai entrar para a história como o presidente que teve uma das piores políticas externas dos Estados Unidos. Hoje, já se começa a fazer reservas internacionais e aceitar como moeda de parte de pagamento do comércio internacional os Rublos (russo), as Rúpias (indiana) e os Yuanes (chinês).

Desta forma, há uma luta contra o nazifascismo que é parte da luta que se trava na Ucrânia. Mas, não só lá. E, no Brasil, a nossa luta é contra este neofascista que jamais poderá vencer nas eleições do dia 3 de outubro. Ele sabe que será derrotado e tem feito declarações duras, no sentido do golpe ou mesmo de desacreditar nas urnas eletrônicas.

Eu nunca neguei essa sua intenção e dos seus em dar o golpe. No entanto, eu tenho dito que não há clima para que isso aconteça. Ele teria que prender nove dos 11 ministros do Supremo, porque os outros dois são neofascistas, indicados pelo também presidente neofascista. 

Não sei se dentro da caserna e entre os aposentados militares, há um clima de apoio para colocar tanques na rua. Nós não vemos isso acontecendo em lugar nenhum do mundo. Não quer dizer que não possa acontecer, mas se acontecer, preferencialmente, eu acho que eles vão desfechar o golpe antes do resultado, porque com o resultado apurado e com ele derrotado, ele teria menos apoio ainda para sua aventura. Pegaria mal de qualquer jeito, mas dar um golpe após o resultado, seria uma desmoralização completa. Mas, ele não está preocupado com isso.

Um dos jornalistas da Folha de S.Paulo mais respeitado que eu conheço e, um dos mais ativos do Brasil, deve estar beirando os 80 anos, é Jânio de Freitas, um antineoliberal. Tinha o falecido Clóvis Rossi, que dava uma no cravo e três na ferradura. Nunca foi do nosso campo (4). Na coluna publicada em 2 de abril, Jânio pergunta: Teremos eleições? Ele indaga cheio de dúvidas. 

Muitas pessoas têm dúvidas e eu também tenho, só que eu acho que as certezas que eu tenho é de que o clima não é propício para isso. Então, neste momento eu pressinto que as forças contra o golpe são maiores do que as forças golpistas. Mas, tudo pode acontecer neste Brasil.

A conjuntura nacional em que ocorrerão as eleições é a seguinte: 13 milhões de desempregados, 700 mil mortos por uma pandemia, sendo que boa parte delas poderia ter sido evitada; a maior inflação da história do Brasil desde 1995, primeiro ano do Real, que entrou em vigor em julho de 1994; uma inflação de dois dígitos. Nós não víamos isso há muitos anos; a gasolina a oito Reais, e subindo. Eles não vão conseguir segurar o preço dos combustíveis.

Não acho que venha o semipresidencialismo. Estão dizendo que se vir, será para 2030. Não seria para agora, nem para 2026. Eu também não vejo clima para que isso aconteça. A intenção com isso é tão descarada, que é para tirar poder da esquerda, porque se o presidente Lula ganha agora, ele se reelege em 2026 e vai fazer o sucessor em 2030, como ele fez com a presidente Dilma. Se não dessem o golpe em 2016, ele teria sido eleito em 2018. O PT e seus aliados, em especial o PCdoB e outros partidos progressistas governariam o Brasil, talvez por 40 anos seguidos.

O novo quadro partidário e as grandes mudanças

O quadro partidário que resultou a partir da dança das cadeiras  continua sendo de uma grande dispersão. Houve pessoas e parlamentares que mudaram duas vezes de partido na mesma semana. É o caso do juiz suspeito Sérgio Moro, que saiu do Podemos e entrou no União Brasil. E não se sabe se será ou não candidato apenas a deputado federal. Dos 32 partidos existentes no país, têm assento na Câmara 23 partidos!

Sete partidos ganharam entre três e 35 deputados (PL, PT, Republicanos, PP, PSD, MDB e Rede) e 12 partidos perderam de 1 a 33 (União Brasil, PSDB, PSB, PDT, Solidariedade, PSC, PROS, Podemos, PSOL, Cidadania, PTB, Patriotas e Rede). Apenas três permaneceram com as mesmas bancadas originais (PCdoB, Avante e Novo). 

De forma bastante previsível, aquilo que se dizia que era o maior partido do Brasil na Câmara, o União Brasil, tinha 81 deputados e caiu para 48, foi a maior perda jamais vista, desde que entrou em vigor a lei que eu chamo de janela de infidelidade. 

Você pode pular o muro, trair e o que quiser e não acontece absolutamente nada. Um dia essa legislação vai ter que mudar. Não é possível uma coisa dessas, em ano eleitoral você ter 153 parlamentares trocando de partido da noite de quinta para sexta feira, de 31 de março, para 1º de abril. Isso significa 29,82% de toda a Câmara dos Deputados, ou seja, praticamente um de cada três parlamentares mudaram de partido.

Eu vinha falando que quando o Bolsonaro se filiou ao PL, Partido do Valdemar Costa Neto, eu disse e continuo convicto disso, o PL é hoje o maior partido neofascista do Brasil. Por certo, temos outros, mas toda a extrema direita migrou para essa organização, presidida por um ex-presidiário, processado em diversos casos de corrupção. 

Ele abriga todos os neofascistas que em 2018, elegeram-se basicamente pelo PSL do Bolsonaro, o Partido Social Liberal, que não existe mais, porque fundiu-se com o DEM, que também estava acabando, que veio do PDS e do PFL, e agora é União Brasil. Ganhou uma sobrevida, da mesma forma que o PSDB, que tende à extinção.

Eles vão mudando de nome para tentar evitar esse desgaste junto à população. Eles trocam de partido como trocam de roupa. É um desprezo completo para com os partidos políticos. Se eles desprezam a democracia, porque vão respeitar os partidos políticos? Mas, não se iludam, estes 48 que restaram do União Brasil ou mesmo os 78 do PL, não voltam para a Câmara nestas eleições. Eu não vou aqui arriscar em números, mas acho que no máximo, apenas metade deles voltará, ou menos ainda.

Quando os deputados da legislatura atual tomaram posse, dia 1º de fevereiro de 2019, somados todos os partidos considerados progressistas – vejam que eu evito usar o termo de esquerda – eram apenas 136 deputados; a direita, de todos os outros partidos, que têm representação na Câmara, eles tinham 377 deputados.

Os progressistas encolheram ainda mais. Perderam 16 deputados, sendo reduzidos hoje a 118. Do outro lado, a direita e extrema-direita, os neofascistas subiram para 395. Isto significa que os progressistas são em torno de 23% da Câmara e a direita, neste momento, eles são 77% dos deputados. Ou seja, de cada quatro parlamentares nesta atual Câmara, três são antipovo, traidores da Nação, a favor dos Estados Unidos. São reacionários, de direita, neoliberais e alguns, neofascistas.

O presidente Lula, há muitos anos, falou que o Congresso tinha 300 picaretas. Ele errou todas as vezes, porque se tivesse “só” 300, nós seríamos 213. Mas, eles são quase 400. Este é o espelho da sociedade brasileira. 

A Constituição de 1988 foi progressista, a burguesia entregou alguns anéis, mas ela manteve os dedos. O que ela manteve? Nós não vivemos no Brasil uma situação onde um eleitor vale um voto. Se fosse assim, São Paulo teria que ter em torno de 125 deputados.

Mas a Constituição colocou uma cláusula, um dispositivo, sem precisar dizer que era específico para São Paulo, onde prevê que nenhum estado terá mais de 70 vagas na Câmara dos Deputados. Portanto, SP deveria ter 125 deputados e tem 55 a menos. Alguns questionam: mesmo que tivesse mais, a esquerda não elegeria tudo. Eu estimo que elegeremos este ano com nossa Federação 20 deputados. Se não fosse esse dispositivo, poderíamos eleger 35 parlamentares. 

O problema não está tanto nisso. O problema está no fato de que este mesmo dispositivo diz que nenhum estado terá menos do que oito vagas. Roraima, por exemplo, pela relação eleitores-vagas, deveria ter uma vaga, mas tem oito. 

Por isso é mais difícil eleger parlamentares em São Paulo, por causa dessa distribuição absolutamente incorreta de vagas. Isso gera o que chamamos de “desequilíbrio” regional e institucional do país. No meu livro tem um capítulo em que trato dessas distorções, mas não é o nosso foco nesta análise (5). 

O Fundo Eleitoral

O orçamento do fundo eleitoral, que não é a mesma coisa que o fundo partidário, para este ano foi de 5,7 bilhões. Fundo Eleitoral é aquilo que chamamos de “Financiamento Público de Campanha”. Nós progressistas, achamos que um dia toda a eleição deveria ser financiada exclusivamente com o dinheiro público. Mas, este é um assunto que eu sei que muitos não entendem, ele gera polêmica, afirma que tem tantas coisas mais importantes para gastar. Nós dizemos que a democracia não tem preço.

Hoje, por exemplo, já não temos mais o financiamento empresarial, mas ainda temos o financiamento privado. Qualquer cidadão pode dar 10% do seu Imposto de Renda para um partido político ou mesmo um candidato. Então, você imagina o Jorge Lemann, o homem mais rico do Brasil, que é financiador da Tábata Amaral (PSB), entre outros. Se ele doar 10% de tudo que ele recebeu em 2021 imagina quanto de recursos isso significaria para uma campanha. 

Não devemos confundir Fundo Partidário, que é usado para o custeio das atividades corriqueiras dos partidos políticos, tanto os que têm, quanto os que não têm deputados têm direito a uma fatia desse fundo. Claro, que agora com a lei da Cláusula de Barreira, os partidos que na eleição de 2018 não atingiam 2% já ficarão sem o Fundo Partidário. Eu calculo que serão em torno de 19. Por isso, ainda vislumbro a formação de muitas federações (6). 

Um estudo meu de 2020, nas eleições municipais, indicou que seriam 12 de direita e sete progressistas. Os quatro nanicos ou micro partidos de ultraesquerda, mais o PCdoB, Rede e PV. Esses 19 correram o risco de perder o fundo partidário. Por isso, surgiu a proposta de Federação Partidária. Esta iniciativa dá proteção e garantia para que a democracia continue existindo de forma plural. Nenhum partido com representação no parlamento, pelo menos do nosso campo, corre o risco de desaparecer.

Em ordem de grandeza, o União Brasil – fusão de DEM e PSL –, que tinha 81 deputados, perdeu 33 deputados. Ainda assim, o tamanho do dinheiro reservado a eles é enorme, R$770 milhões de reais (16,5%) do total. O PT ficará com 480 milhões; o MDB 356 milhões e, assim por diante. Os últimos seis: PCB, PCO, PMB, PRTB, PSTU e UP, representam muito pouco do eleitorado mas, têm uma verba mínima de 2,94 milhões cada um.

O que eu quero apresentar é o estudo da direita e da esquerda, que é muito parecido com o tamanho das bancadas na Câmara. Os partidos de direita, extrema direita e neofascistas, recebem 4.4 bilhões, isto é, 77%. Enquanto os partidos progressistas recebem 1,2 bilhão (23%). É desigual a distribuição, como tudo é desigual nesse País. A distribuição da votação, a riqueza, a renda, tudo é desigual. É o País da desigualdade.

As pesquisas eleitorais

Apesar de não termos em mãos nenhuma pesquisa nova para a disputa presidencial, sendo que a última que saiu, da Genial/Quest, foi no início de abril, vou falar sobre elas. As pesquisas são de dois tipos: as presenciais, as quais eu assino embaixo, e vejo a cientificidade. 

Temos também as feitas por telefone. Isto gera uma confusão, porque nas presenciais o Lula tem entre 17 e 21% de diferença. Nas telefônicas, ele tem entre 9 e 11%. E já está provado que o contratante de uma pesquisa desse tipo (telefônica), interfere na metodologia, de maneira que os resultados possam sorrir para os seus candidatos da direita e da extrema-direita. 

De qualquer maneira, o que eu quero dizer é que nos últimos seis ou oito meses, há uma estagnação das candidaturas.  O termo melhor é, consolidação das intenções de voto para presidente. Acho que o núcleo grande do eleitorado já se definiu sobre em quem irá votar e não há nada que possa ser feito para que ele mude seu voto. Esse público é estimado acima de 70%.

Nesse sentido, Lula continua o franco favorito. Não quero dizer que esta será uma campanha fácil. Eu jamais disse isso. Mas também nunca disse que seria a eleição mais dura da nossa história. Nós já tivemos eleições mais difíceis. Agora Lula é o franco favorito. Em nenhuma outra campanha ele entrou assim e, se entrou, foi bem no começo depois caiu, como em 1994 e 1998, que perdemos já no primeiro turno. Mas, ele tem espaço para algum crescimento, ainda que não muito.

No caso do inominável, nas pesquisas presidenciais sérias e com metodologia científica, ele tem oscilado. De onde vem os votos que o fazem ter uma oscilação para cima? São os votos de Moro, que já estava sendo abandonado pelos seus eleitores que viram que ele não teria chances e estão voltando para o ninho reacionário. 

O inominável pode crescer e diminuir muito a diferença para Lula? Não vejo essa possibilidade. A rejeição dele é elevadíssima. Nós sociólogos, quando analisamos uma pesquisa, o primeiro número que nós olhamos não é o da intenção de votos. Olhamos primeiro para a rejeição, aquele decorrente da famosa pergunta: “Em quem você jamais votaria?” 

Temos pesquisas mais recentes divulgadas, que colocam Bolsonaro com uma rejeição de 61%. Não dá para você imaginar alguém vencer uma eleição quando apenas 39% do eleitorado talvez pudesse nele votar. Esses teriam outros talvez 10 candidatos, inclusive o presidente Lula, que receberá votos nessa seara.

Assim, Bolsonaro tem um teto baixo, beirando 25% e até 30% nas pesquisas. Pode talvez e vai crescer alguma coisa, mas acho muito improvável, ainda que não impossível, que ele ultrapasse 30%. Não tem como, por causa da rejeição. Isso é uma questão muito importante. 

Mas, se o teto dele é baixo, enquanto o Lula ainda tem espaço para crescer, o seu piso – indicação mínima que ele não pode passar – não é tão baixo assim. As estimativas do Dr. Marcos Coimbra, do Vox Populi é 15%. Pode romper essa barreira? Pode, mas acho muito difícil que isso ocorra. Essa é a fatia do núcleo do eleitorado brasileiro que saiu do armário, desde aquelas famigeradas jornadas de junho de 2013. Foi lá que o fascismo saiu do armário no Brasil e nunca mais voltará para lá. 

Preparem-se para a cizânia total nas famílias, que todos sabem, porque já estão vivendo isso. Divergências entre irmão e primos, igual a Jesus quando fala: “Não vim trazer paz, mas espada!, semear discórdia entre irmãos” (Mt, 10,34).  

Bolsonaro tem proposto um golpe. O caso mais recente disso foi a sua fala na posse do ministro da Defesa, em ambiente fechado. Ele disse que há momentos que você tem que sair da via política e ir pela via militar. Eu acho que isso é da boca para fora, porque não vejo o respaldo militar, civil e institucional, entidades empresariais, mesmo tendo grande parte da burguesia envolvendo-se num movimento conspirativo contra a democracia no Brasil, que já está profundamente arranhada (7).

O grande trabalho hercúleo do presidente Lula será de reconstruir e recuperar a confiança na democracia e nas instituições que estão contaminadas pelo neofascismo e ainda não estão libertas. Nesse sentido, o voto evangélico hoje já se dividiu. Bolsonaro não tem mais a maioria. Hoje a preocupação, já é mais com o voto dos católicos, segmento em que, ele aparece ligeiramente na frente.

Índice ABN

No meu livro sobre eleições, tem um capítulo em que criei um conceito sociológico inédito no Brasil (8), pelo menos nunca vi nenhum autor trabalhando isso, que é o chamado índice ABN, sigla de: Abstenção, Branco e Nulo. Alguns autores chamam isso de votos desperdiçados, votos jogados fora. 

O índice ABN no Brasil não é a simples soma de três percentuais: abstenção, branco e nulo. Não! O índice de brancos e nulos são calculados em cima de quem compareceu, de forma que não pode ser somado ao índice de abstenção. Se quiser fazer uma conta mais direta, divide os válidos pelo total de inscritos e chega-se ao ABN. 

Sociólogos gostam de índices, e o primeiro deles está no livro do Durkheim, O Suicídio, onde ele apresenta quantas pessoas se suicidam para cada parcela de cem mil pessoas. Muitos dos índices que conhecemos, foram criados por sociólogos. Mortalidade infantil, mortalidade materna e tantos outros.

Eu criei o ABN. Eu não comparei com outros países do mundo. Sei que o da França é muito baixo. A média no Brasil desde a eleição de 1989, é de 27%. O mais alto ABN da história foi com Juscelino Kubistchek em 1955, porque a direita udenista chamou o boicote às eleições, que resultou em um índice ABN altíssimo, de 43%.

O que eu faço com este índice ABN? Eu projeto os válidos no Brasil. Como eu sei que foram 147 milhões de eleitores inscritos em 2018, fica fácil saber que os válidos que tivemos foram 107 milhões. Então, não vai crescer muito mais do que isso neste ano de 2022. Aplicando o índice de 30%, eu posso dizer que 45 milhões de votos serão perdidos, não valerão para nada. Teremos então apenas 103 milhões de válidos, para presidente. Para a Câmara é outro número, é um outro cálculo.

Considerações Gerais

A polarização recorrente há meses, talvez anos que está acontecendo, leva a uma consolidação do voto do eleitor de maneira a ser muito difícil a mudança. É claro que, se o Lula cometer um crime ou coisa parecida, ele vai perder uma parte do eleitorado, mas não vejo essa possibilidade. 

A mesma coisa se dá com o neofascista que nos desgoverna. Seu eleitor é de fácil identificação. Sua identidade política é a de um idiota. Em torno de um terço do eleitorado brasileiro se identifica maravilhosamente bem com ele. É aquela pessoa que para em um posto de gasolina para encher o tanque de 50 litros e gasta 400 reais e xinga o PT, xinga a Dilma e diz que a guerra é culpada por isso. 

Ele não consegue ou não quer ver, pois o pior cego é aquele que não quer enxergar, diz um ditado popular, que o governo Bolsonaro é o real culpado por não ter alterado a política de preços da Petrobras, alinhados aos preços internacionais de extração do petróleo. 

Eu fico pensando comigo, como pode uma pessoa votar em um neofascista desses, se já perdeu o emprego, já teve precarizado o trabalho que tinha, está gastando muito mais para encher o tanque e continua apoiando o responsável por essas perdas. Como isso é possível? O mecanismo de embotamento cerebral tem grande culpa disso, especialmente a Rede Globo. Eles tiraram do armário esses neofascistas idiotas que jamais voltarão para lá.

O segundo comentário é o da famigerada terceira via. Há uma completa invisibilização destes nomes da terceira via, alguns já postos e outros ainda a serem postos, que ninguém os conhece e, mesmo conhecendo, não passam dos 5% dos votos. 

A terceira via hoje, neste momento histórico, faz o jogo do neofascismo e todo esforço dessa gente para consolidar um nome que ainda não está claro se vão conseguir, vai no sentido de beneficiar o neofascista. A fala de Miriam Leitão, que escreveu em sua coluna no dia 3 de abril, no O Globo, eu recomendo a leitura (9). 

Nessa coluna, Miriam diz que o grande erro da terceira via é tratar Lula e Bolsonaro como iguais. Bolsonaro é inimigo confesso da democracia e admirador de torturador. Então, quando o Dória fala que ambos são a mesma coisa, comete erro profundo. 

Na prática ele nega que tenha feito autocrítica do erro que cometeu em 2018 com o Bolsodória, que praticamente enterrou o seu Partido, o PSDB. Um é fascista e o outro defende o respeito à democracia. A terceira via acaba facilitando e quase que garantido a realização do segundo turno. E digo mais: jornais como Estado e Folha seguem a mesma linha, qual seja, tratar ambos como iguais. 

Eu concluo esta parte dizendo que não vejo nenhuma perspectiva de que a mudança na economia para melhor, que eu não vejo que vai acontecer, ainda assim poderia produzir um impacto nas intenções de voto no inominável ou mesmo da tal terceira via.

Os partidos

Apenas três federações no Brasil estão consolidadas: a nossa, integrada por PT, PCdoB e PV; a do PSOL e REDE e PSDB e Cidadania. Mas, outras surgirão, por que precisam proteger os partidos da direita, que são 12, e vão ser degolados ao não atingirem este ano 2% dos votos válidos. O TSE prorrogou para 31 de maio o registro, de forma que outras federações surgirão. Vamos aguardar.

A seguir trato de analisar alguns partidos e candidaturas.

1. MDB – O MDB, em oito eleições presidenciais desde 1989, só lançou presidente três vezes: em 1989, com Ulisses Guimarães, em 1994, Orestes Quércia e em 2018 com Henrique Meirelles. Todas as outras cinco ou não lançou e nem coligou com nenhum partido, ou coligou com algum. Então, eu levanto a seguinte questão: não vai lançar agora? 

Tem a senadora Simone Tebet (MS), que tem 1% das pesquisas. O MDB vai federar com alguém? Vai se coligar com alguém? Jornais tem noticiado que parte dos caciques regionais desse Partido tratam de bloquear a candidatura da senadora sul-mato-grossense, deixando livres para o Partido apoiar quem quiser para presidente nos estados, em especial no Nordeste, onde a esmagadora maioria apoia Lula (10). 

Aqui eu faço um parêntese. Os três maiores partidos que eles hoje chamam de centro democrático (MDB-PSDB-União Brasil), têm juntos no orçamento do Fundo Eleitoral 1,5 bilhão, e devem ter um imenso tempo de TV se saírem juntos. 

Eu julgo que, se estes três se unirem, eles poderão ter entre 35% e 40% do tempo de televisão, o que não é pouca coisa. E, mais ou menos, pelo tamanho das suas bancadas, hoje com 112 deputados querendo a reeleição, com estrutura, máquina, dinheiro, santinho etc. 

Hoje tem um candidato posto que não se sabe se vai até o fim ou mesmo, se na convenção será sacramentado, que é o governador de São Paulo, João Dória (PSDB), que diz ter feito autocrítica de ter apoiado o neofascista em 2018, o que é sempre positivo, mas bate no Lula como se ele fosse o grande inimigo. Então, não é um democrata sincero.

Ciro Gomes também comete este erro e pagará caro por isso. O que ele fez esse tempo todo atacando a esquerda e atacando os portais de esquerda, a mídia progressista, especialmente, o 247 e a DCM TV foi um erro histórico. Ciro fez um caminho sem volta. Nem a direita o aceitará, nem a esquerda vai recepcioná-lo.

A esta altura do campeonato, não vejo possibilidade de ele retirar a sua candidatura, mas também não tenho certeza se vai até o final, exatamente pela pressão dos deputados federais que são candidatos à reeleição. E aí, todos os candidatos à federal e estadual pelo PDT, terão nos seus “santinhos”, Ciro Gomes, com seus minguados 4% das intenções de voto nas pesquisas. Isto é uma âncora que leva para o fundo.  

A situação do MDB, da União Brasil e do PSDB, é nesta linha. O Dória pode ter a Simone Tebet de vice ou, ele pode ser o vice da Simone, uma mulher que teve um comportamento muito positivo na CPI da pandemia. Isto pode acontecer. Mas, creio que, após a reunião dos caciques regionais com Lula no dia 4 de abril em Brasília, acho que essa possibilidade está cada dia mais difícil.

Qualquer que seja a combinação dessa gente, o Ciro não está no seu projeto político. Qualquer que seja a combinação que eles arrumem, não passará de 5%, mesmo com todo esse dinheiro e mesmo com todo esse tempo de TV. 

No entanto, uma candidatura possível e hipotética desses três partidos até poderá passar o Ciro, mas não será suficiente para tirar o Bolsonaro do 2º turno. E, esse movimento, se seguir adiante, fará com que tenhamos segundo turno e em nosso campo trabalhamos para vencermos no primeiro turno. 

2. Sérgio Moro – Sergio Moro chegou a ter até 8% ou 9% das intenções de voto. Esses votos ou intenções de votos não são dele. São, no máximo, Rede Globo de Televisão e de parte dos lavajatistas fanáticos que lhes apoiam. Isto mostra, inclusive, que a Globo não elege mais presidente da República. Aliás, ela só elegeu até antes das eleições de 2002. A partir daí, ela perdeu o papel de influenciadora, de alavancar uma campanha. 

Depois de tudo que eles fizeram, acho que foram mais de cem horas contra Lula no Jornal Nacional; mais de 80 capas da revista Veja contra o Lula; todas as rádios e televisões do país que noticiavam diariamente os escândalos inventados contra o presidente Lula. E ainda assim, depois de cumprir 580 dias de cadeia, ele continua líder nas pesquisas. Então, não tenho mais dúvidas que o apoio da mídia a favor de alguém ou contra alguém já não determina mais uma possível vitória.  

E mesmo esse índice de 8% está diminuindo. Desde quando ele assinou a ficha de filiação ao Podemos, no dia 10 de novembro de 2021, eu venho afirmando que a sua candidatura não era para valer, que não iria até o fim. Falei isso com muita segurança. Não teria coligações, tempo de TV menos que 30 segundos, sem estrutura e sem recursos, partido pequeno.

Moro não tem e nunca teve outra bandeira que não seja a tal luta contra a “corrupção” (sic). Ele não tem programa para o Brasil. Por isso ele jamais poderia crescer e jamais teve uma candidatura trabalhada. A incógnita é essa se ele sairá para o Senado em São Paulo ou para Federal. 

Ao que tudo indica, nenhuma dessas duas coisas, pois está sendo questionado o seu domicílio eleitoral em SP, pois é sabido que ele sempre morou em Curitiba. O interessante é registrar que seu parceiro, comparsa de quadrilha lavajatista, Deltan Dalagnol, acaba de ser condenado pelo TCU a devolver dois milhões de reais em diárias recebidas indevidamente e poderá ficar inelegível (11). 

Triste sina: os dois principiais expoentes da famigerada lava jato, que tanto precisam de foro especial, podem ficar sem mandato em 2023. E o que é mais emblemático: dois expoentes jovens, neofascistas do famigerado MBL, Kim Kataguiri e Arthur do Val, respectivamente deputados federal e estadual por São Paulo estão na iminência de serem cassados e ficarem inelegíveis por oito longos anos.

3. PSDB – Quanto ao PSDB, ele vai acabar. Aliás, já deveria ter acabado. Eu coloquei no meu livro sobre Comportamento eleitoral dos brasileiros, que 2018 seria a última vez que esse partido disputaria eleições e que minguaria. Digo que ele vai acabar, porque ele divorciou-se de um certo núcleo histórico de eleitores de centro-direita, que não são fascistas nem golpistas e que viram 80% da bancada tucana em Brasília aderir ao neofascista. Eles perderam toda essa base.

4. PT – Lula se consolida com um grande apoio, mas com limitações de ampliação. Não vejo como ampliar além do PT, PCdoB, PSB, PV, Rede e PSOL. Estes, é líquido e certo que irão com Lula. O Solidariedade, do Paulinho da Força que agora está abrigando a ex-petista Marília Arraes em Pernambuco, que ficou com apenas nove deputados, é uma possibilidade de ampliação.

O seu presidente nacional, Paulinho da Força e todas as centrais sindicais no Brasil que são legais (no total são seis, ainda que existam 13 centrais), vão repetir 2002 e vão apoiar o presidente Lula, sem nenhuma exceção. Além da Força do Paulinho, teremos a UGT, presidida por Ricardo Patah, a Nova Central-NCST, presidida por Oswaldo Augusto de Barros, temos a CSB. Todas elas estarão juntas. 

Uma segunda e possível – mas difícil ampliação – eu vislumbro, no limite, o partido do Kassab, que é o PSD. A indagação é: esse apoio poderá vir ainda no primeiro turno? Eu acho muito difícil, mas no segundo, é quase certo. Vamos ver o desenvolvimento das coisas. Sabemos que ele não detém o controle absoluto do seu Diretório Nacional e parte dos caciques regionais está capturado pelo bolsonarismo. Temos que aguardar a evolução da política nacional.

5. PDT – O Partido de Ciro Gomes é uma incógnita. Ciro está no sétimo partido da sua vida política, desde o PDS, tendo passado até pelo PSDB. Ele deve ter iniciado sua participação ainda na antiga Arena, partido que apoiava a ditadura militar de 1964. 

Eu o conheci no movimento estudantil. Eu sou reconstrutor da UNE em maio em 1979, na Bahia. Ciro pertencia a um grupo chamado Movimento Democrático Estudantil, de direita, que tentou inclusive melar o nosso XXX Congresso. 

Então, o passado de Ciro é muito ruim. Mas, isso não seria um si um problema, se ele foi tivesse ficado progressista. Ele é um homem bem preparado, mas tomou outro rumo. Como dizia César: “quem cruzou o Rubicão já não tem mais volta”. Rubicão é o rio na Itália, que separava a França, a Gália e havia uma proibição no Senado romano de que ninguém poderia cruzar o Rubicão (12). 

Eu não vejo uma volta do Ciro neste momento. Eu não vejo o Ciro chamando uma coletiva e retirando a candidatura para apoiar o presidente Lula, mesmo sem o Lula estar presente. Seria um compromisso, uma atitude desprendida, sem nenhum acordo unilateral. Não vejo esta possibilidade. Acho, inclusive, ele já falou isso, que no segundo turno ele vai novamente para Paris. É lamentável!

Eu fiz um levantamento. Ele foi candidato três vezes, esta será a quarta. Ele teve 13 milhões, 10 milhões e 7 milhões. Mas, mesmo estes sete milhões em 1998, significam 11% dos votos, os outros dois são 12%. Então, ele sempre amealhou de 11% a 12%, que seriam hoje, em 100 milhões de votos válidos, em torno de 10 ou 11 milhões de votos. Acontece que ele, de meu ponto de vista, jamais terá novamente esta votação. 

Se seguir adiante e até o fim, ele terá a menor votação da sua história e, provavelmente, vai encerrar a sua carreira política em função dos erros que ele cometeu. Muitos dos seus eleitores já estão migrando para o presidente Lula, que estão vendo que ali não vai sair nada. 

E temos ainda a pressão dos deputados, federais e estaduais, não só dos que vão tentar a reeleição, como de todos os que são candidatos pela primeira vez. Sabe-se que é grande a pressão para que ele retire a sua candidatura. Não sei se será suficiente essa pressão para ele abandonar.

6. Os nanicos

Por fim, temos que falar dos partidos nanicos de esquerda. São eles: PCB, UP, PSTU e PCO, dois deles são trotskistas. O PCB, do meu ponto de vista, hoje é o partido com um discurso da ultraesquerda, quase que trotskista. Praticamente todos esses partidos, à exceção do PCO, terão candidatos a presidente. 

Eles não falam em coligar com ninguém. No PSTU, a candidata será a Vera Lúcia; no PCB a candidata será a Sofia Manzano; no Unidade Popular, o candidato será Leonardo Péricles (13). Particularmente sobre o PCO, ainda que seja trotsquista, não segue a linha morenista, que é auxiliar do imperialismo. A análise que eles fazem no plano internacional é muito próxima dos comunistas do PCdoB (14).

Já, o PSTU, tem outra linha. Além de morenistas, eles se articulam internacionalmente na LIT-QI. Os traços mais marcantes de seu posicionamento internacional pode ser resumido assim: querem derrubar Cuba socialista; querem derrubar Maduro na Venezuela; lutaram para derrubar o Dr. Bashar, presidente da Síria; estão do lado do neonazista Zelensky na Ucrânia e contra o Putin. Eles são ruins demais, em todos os lugares onde atuam. Não coligarão com ninguém. 

Essas organizações já não tem mais Fundo Partidário, pelo fato que não cumprem a lei sobre a cláusula de desempenho. Mas eles têm o Fundo Eleitoral, e cada um deles receberá este ano, quase três milhões – que não é pouca coisa, pois dá um uma renda mensal em torno de 300 mil e conseguem fazer alguma campanha, contratar alguns assessores, profissionalizar dirigentes etc. 

A soma desses partidos, para se ter uma ideia do tamanho deles, no estudo que eu fiz, em 2020, das eleições no Brasil, eles quatro tiveram 60.341 votos, ou 0,06% do eleitorado válido que foi de 92.722.972 válidos para vereadores (15). 

Entre os nanicos de direita, os que têm candidatos são os seguintes: pelo Partido Novo, eles lançarão Felipe D’Avila, que se apresenta como cientista político. No Partido Avante, eles lançarão o deputado federal mineiro André Janones. E, claro, não poderia faltar o candidato da Democracia Cristã, do Eymael (ei, ei, Eymael, o democrata cristão…). 

Então, se tudo isso se confirmar, nós teremos seis partidos nanicos lançando candidatos a presidente, mais o Ciro, o Lula e mais uma ou duas candidaturas da tal terceira via e mais o inominável Bolsonaro. Assim, o cenário aponta para até 12 candidaturas. Praticamente o mesmo número de todas as eleições, com exceção da de 1989, que teve 22 candidaturas. 

Datas eleitorais

Entre 20 de julho e 5 de agosto ocorrem as convenções nacionais. Guardem esta data. E, só a partir de 6 de agosto é que a campanha vai começar. A partir daí, nós vamos calcular o tempo de TV direitinho e quem é quem, quem está coligado com quem e vamos fazer simulações e perspectivas. Eu gosto de estudar isso e vou calcular especialmente em São Paulo. Eu acho que a nossa Federação vai pular de 11 para 20 deputados eleitos. Mas, isso é outro assunto para novos ensaios mais adiante.

Notas

1) Mirhan, Lejeune. Eleições no Brasil 1945 a 2018: O comportamento eleitoral dos brasileiros. Campinas. Apparte Editora, 2019. Prefácio: Dr. Renan Arrais;

2) Eleições na França:  O primeiro turno das eleições na França aconteceu no dia 10 de abril. Os resultados podem ser vistos neste link https://bit.ly/3xiVzaM. Macron e Le Pen irão se enfrentar no segundo turno em 24 de abril.

3) Em um pacto histórico, pela primeira vez na história, a esquerda é favorita nas eleições, como pode-se ver neste link <https://bit.ly/3LX1S80>;

4) A coluna é Se houver eleições, que pode ser lida aqui neste link <https://bit.ly/3KyA4GX>;

5) Op. Cit. página 44. As vagas para a Câmara são criadas a partir de 287 mil votos. Roraima em 2018 tinha registrados 331.490 eleitores;

6) Hoje temos apenas três federações constituídas. Uma que envolve PT, PCdoB e PV. Outra apenas o PSOL e Rede. E a terceira, com o PSDB e o Cidadania (ex-PCB, ex-PPS);

7) Veja neste link <https://bit.ly/3JyxtLM> a reportagem da Folha que comprova a defesa do golpe. 

8) Op. Cit. Capítulo 4.4, páginas 37 até 69;

9) Leia neste link a coluna referida da jornalista Míriam Leitão <http://glo.bo/3JA2Jd6>;

10) Veja neste link <https://bit.ly/38zmEw2> o debate ocorrido em um jantar realizado na casa do ex-senador Eunício Oliveira, do Ceará;

11) Veja neste link <https://bit.ly/3E7ysS2> matéria especial no jornal Brasil de Fato sobre esse tema;

12) Esse cruzamento deu-se no dia 10 de janeiro de 49 antes de Cristo. Aí vem a frase famosa que César teria dito: Alia jacta est, ou “A sorte está lançada”;

13) Registre-se que este grupo possui um jornal chamado Avante;

14) Nahuel Moreno foi um líder trotsquista da chamada Quarta Internacional. Mais informações podem ser lidas neste link < https://bit.ly/3KRWdQN>; 

15) Tenho escrito sobre eleições há muitos anos. Meu artigo em que analiso as eleições de 2020, intitulado Quem ganhou e quem perdeu as eleições de 2020? Pode ser lido neste link <https://bit.ly/3juFPJI>;

* Sociólogo, professor universitário (aposentado) de Sociologia e Ciência Política, escritor e autor de 18 livros (duas reedições ampliadas), é também pesquisador e ensaísta. Atualmente exerce a função de analista internacional, sendo comentarista da TV dos Trabalhadores, da TV 247, da DCM TV entre outros canais, todos por streaming no YouTube. Publica artigos e ensaios nos portais Vermelho, Grabois, Brasil 247, DCM, Outro lado da notícia, Vozes Livres, Oriente Mídia, Vai Ali e no Jornal Tornado, de Portugal. Todos os livros do Professor Lejeune podem ser adquiridos na Editora Apparte (www.apparteditora.com.br).

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