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Alberto Garzón anuncia que não será candidato na Espanha em julho

7 de junho de 2023

O ministro do Consumo do governo de Pedro Sanchez, líder do Partido Comunista da Espanha (PCE) e da Izquierda Unida, Alberto Garzón, anunciou nesta semana que não será candidato novamente na próxima eleição marcada para 23 de julho de 2023.

Por Theófilo Rodrigues

Uma notícia vinda da Espanha surpreendeu o movimento comunista internacional na última semana. Após o anúncio do primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, de que as eleições gerais do país que ocorreriam em dezembro seriam antecipadas para 23 de julho de 2023, o líder dos comunistas espanhóis, Alberto Garzón, declarou que não buscará a reeleição de seu mandato.

“Como republicano, sempre acreditei na renovação dos representantes: é saudável para os projetos políticos e também para a democracia. Agora que estamos entrando em uma nova fase, acho que é um ótimo momento para permitir que outros colegas contribuam com sua energia e conhecimento. Estou há doze anos na linha de frente. Fui das praças 15M para o Congresso e de lá para o Governo da Espanha”, explicou Garzón.

Garzón sai da linha de frente da disputa eleitoral, mas não pretende sair da política. Além de permanecer como coordenador da Izquierda Unida, o dirigente comunista continuará trabalhando pelo sucesso da candidatura de Yolanda Díaz ao governo da Espanha.

O legado de Alberto Garzón

Alberto Garzón nasceu em 1985. Militante do Partido Comunista da Espanha (PCE) desde a juventude, Garzón foi eleito deputado pela primeira vez pela lista da Izquierda Unida em 2011, com apenas 26 anos de idade. A Izquierda Unida é a coligação eleitoral liderada pelo PCE.

Em 2015, foi indicado como candidato da Izquierda Unida ao governo da Espanha e virou coordenador geral da coligação.

Em 2016, como coordenador da Izquierda Unida, articulou com o então líder do Podemos, Pablo Iglesias, a construção de uma nova coligação de esquerda no país: a Unidos Podemos.

Em 2019, foi um dos responsáveis pela aliança política que levou o socialdemocrata Pedro Sánchez, do PSOE, ao governo da Espanha, com o apoio do Unidos Podemos.

Com a vitória de Sánchez, Garzón foi indicado como Ministro do Consumo em 2020, cargo que ocupa até os dias de hoje. Além de Garzón, os comunistas também participaram do governo de Sánchez com a ministra do Trabalho e vice-presidenta do país, Yolanda Díaz, e com o Secretário de Estado para a Agenda 2030, Enrique Santiago, que também é o Secretário geral do PCE.

A candidatura de Yolanda Díaz pelo Somar

(Clique aqui para saber mais sobre a candidatura de Yolanda Díaz)

O mais recente movimento de Garzón como líder da Izquierda Unida foi o apoio à candidatura de sua companheira de partido e de ministério, Yolanda Díaz, ao governo da Espanha pela coligação Somar.

A coligação Somar pretende reunir todos os partidos à esquerda do PSOE em torno da candidatura de Díaz. De fato, a única legenda de esquerda que ainda não confirmou apoio para esse projeto foi o Podemos.

Ao anunciar que não será candidato na eleição deste ano, Garzón explicou que isso não significa que sairá da política.

“A política está em todos os cantos do nosso dia a dia, e continuarei ajudando a construir uma Espanha mais justa a partir de outros lugares que também são políticos: na minha organização, Izquierda Unida, e também em Somar”, argumenta Garzón.

Em seu Twitter, o secretário geral do PCE, Enrique Santiago, agradeceu Garzón por suas contribuições.

“Obrigado por estes doze anos de representação digna nas instituições”, escreveu Santiago. “É um orgulho que o coordenador geral da Izquierda Unida esteja no Governo trabalhando pela classe trabalhadora. Tenho certeza de que você ainda têm muito a contribuir na luta por um país melhor”, ressaltou.