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Eleição na Espanha mostra derrota da extrema-direita e reorganização da esquerda

24 de julho de 2023

Além da derrota da extrema-direita, a esquerda se reorganizou com o Sumar e pode reeleger o socialdemocrata Pedro Sanchez (PSOE)

A eleição na Espanha neste domingo (23/07) sacramentou a derrota da extrema-direita representada pelo partido Vox.

O PP, partido da direita tradicional, liderado por Alberto Núñez Feijóo conquistou 136 cadeiras. O PSOE do atual primeiro-ministro, Pedro Sánchez, elegeu 122 deputados. O partido de extrema-direita Vox ficou em terceiro lugar com 33 assentos e a coalizão de esquerda Sumar, liderada pela militante do PCE, Yolanda Diaz, está em quarto lugar com 31.

Como o modelo espanhol é parlamentarista, apesar de Feijóo ter tido a maior votação, só assumirá o governo quem formar a maior coalizão nos próximos dias. Hoje, a tendência é a de que Sanchez tenha maior capacidade de formar essa coalizão reunindo PSOE, Sumar e partidos menores independentistas.

Sumar é uma aliança política que reúne diferentes partidos como a Esquerda Unida – Esquerda Unida é o agrupamento liderado pelo PCE -, o Podemos, os Comuns catalães, o Compromis valenciano, o Más Madrid, o Verdes Equo, Aliança Verde, Chunta Aragonesista, Projecto Drago, Iniciativa do Povo Andaluz, Batzarre e o Movimento pela Dignidade e a Cidadania de Ceuta.

Caso Sanchez consiga a reeleição, serão três motivos para a esquerda comemorar.

Primeiro, a própria manutenção da socialdemocracia no governo em coalizão com os comunistas da Izquierda Unida e a centro-esquerda do Podemos. Trata-se da única experiência de participação dos comunistas em governo na Europa.

Em segundo lugar, a reorganização interna da coalizão de esquerda, com maior protagonismo dos comunistas no Sumar. Nos últimos anos, a principal aliança à esquerda do PSOE foi a coligação Unidas Podemos formada pelo encontro entre o Podemos e a Esquerda Unida. Foi essa coligação Unidas Podemos que apoiou o PSOE e deu maioria parlamentar e sustentação ao governo de Pedro Sánchez em 2020. Assim, por meio da Unidas Podemos foram indicados ao ministério de Sánchez nomes como Pablo Iglesias (Podemos), Alberto Garzón (Esquerda Unida/PCE) e Yolanda Díaz (Esquerda Unida/PCE). Quando Pablo Iglesias renunciou ao seu cargo de vice-presidente para disputar a eleição de Madri em 2021, quem assumiu seu posto foi Yolanda Díaz. A partir de então, a militante comunista se tornou a mais popular liderança do governo de Sánchez. Foi a partir dessa liderança que Díaz criou o Sumar.

Por fim, em terceiro lugar, a derrota da extrema-direita representada pelo Vox.

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