O evento, organizado pelo Departamento Internacional do Partido Comunista da China (PCCh), tem por objetivo reunir pesquisadores e acadêmicos de 17 países que veem na realidade chinesa o foco principal de pesquisa, com  relevantes publicações em seus respectivos países. Segundo o pesquisador, “trata-se de uma oportunidade única de exposição e intercâmbio de experiências, ainda mais em um país estrangeiro, com pesquisadores de quase 20 países diferentes”. “Afora o fato encerrado na própria responsabilidade de representar um país, como o Brasil, que por ano publica mais de 100 títulos novos sobre a China”, enfatiza.

O evento ocorrerá em duas sedes: Pequim, a capital do país, e Jinan, capital da província de Shandong. Nas duas cidades a programação terá como centro a exposição, da parte chinesa, de aspectos que vão desde a governança, passando por detalhes e debates sobre aspectos puramente econômicos, até temas candentes como o combate à corrupção. Visitas a centros de pesquisa e à própria Escola do PCCh darão um caráter mais acadêmico ao evento.

Segundo Elias, “é muito claro que o objetivo dos chineses é expor cada vez mais sua visão de mundo a pesquisadores estrangeiros, ao mesmo tempo em que eles também querem saber nossas opiniões sobre os rumos do país”. “Daí convidarem sinólogos estrangeiros. E isso é muito positivo, na medida em que eles se colocam à disposição para nos ensinar muito, mas também aprender e ter contato com nossas pesquisas. Algo muito diferente da arrogância e prepotência inerentes à cultura anglo-saxônica”, destaca.

Elias Jabbour tem 37 anos, é doutor e mestre em Geografia Humana pela FFLCH-USP. Entre seus vários trabalhos sobre a China, destaca-se a publicação de dois livros de peso. O primeiro, publicado em 2006, intitulado China: infraestruturas e crescimento econômico, e o último em 2012, numa coedição entre a Fundação Maurício Grabois e as editoras Anita Garibaldi e da Universidade Estadual da Paraíba, intitulado China Hoje: Projeto Nacional, Desenvolvimento e Socialismo de Mercado.