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    Eudocimus ruber

    Eudocimus ruber Será talvez a capital do Pará única cidade brasileira Onde revoam livres e diariamente em céu aberto Além de urubus que disputam lixão com homens Mulheres e crianças pobres pra matar a fome Ou peixe morto na maré do Ver O Peso Outras aves da natureza cheias de graça e beleza Como a […]

    POR: Redação

    2 min de leitura

    Eudocimus ruber

    Será talvez a capital do Pará única cidade brasileira
    Onde revoam livres e diariamente em céu aberto
    Além de urubus que disputam lixão com homens
    Mulheres e crianças pobres pra matar a fome
    Ou peixe morto na maré do Ver O Peso
    Outras aves da natureza cheias de graça e beleza
    Como a pura brancura das garças,
    Verde bandos de periquitos
    Pousando no verde copado das mangueiras
    Ilha dos papagaios na margem esquerda do rio,
    Guarás no Mangal das Garças são crias da ciência
    Casada com paciência por pesquisadores
    Mais que doutores, poetas da biosfera
    Em altos vôos sobre as torres da cidade.

     

    Espera, estamos falando duma lenda viva
    Que virou bicho de pena e voou longe
    Em diversas paisagens culturais do vasto mundo
    Aqui o chamamos pelo nome popular de ‘Guará’,
    O “Eudocimus ruber”, ave vermelha dos mangues
    Da costa norte da América do Sul,
    Família “Threskiomithidae” conhecidas como Íbis,
    Trinta espécies mais ou menos no planeta.
    Aves sagradas, hábitos dulcíssimos plenos de magia.

     

     

    No Marajó o ibis guará é considerado caruana de pajé sakaka
    No Egito o íbis “Threskiomis aethiopica” era mumificado
    Junto com o faraó em sua última viagem para a eternidade
    No Brasil indígena pré-cabralino o vermelho de penas de guará
    Eram reservadas como distintivas de cocar dos caciques.


    Portanto não é sem assim
    Que a gente se espanta quando sabe do nascimento
    Quase prodigioso
    De mais um filhote de guará recém saído da casca do ovo
    Na maternidade de aves no Mangal das Garças,
    Que até dá vontade de mandar avisar o povo
    Reunido a festejar
    O dia de aniversário da mais antiga cidade amazônica
    Como se fora presente antecipado da antiga cultura marajoara
    Aos quatrocentos janeiros de Belém do Grão-Pará.

     

     

     José Varella, Belém-PA (1937), autor dos ensaios “Novíssima Viagem Filosófica”, “Amazônia Latina e a terra sem mal” e “Breve história da amazônia marajoara”.

    autor dos ensaios “Novíssima Viagem Filosófica” e “Amazônia latina e a terra sem mal”, blog http://gentemarajoara.blogspot.com

     

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