As vozes de satisfação no governo espanhol por causa do resgate à banca não resistiram nem uma semana. A dívida do país é o novo alvo dos especuladores e as agências de rating fazem o trabalho habitual, preparando as condições para a extorsão. Depois da Standard & Poor’s, agora foi a Moodys a baixar a dívida espanhola em três níveis, passando de A3 para BAA3 e em perspetiva negativa.

 

Esta quinta-feira, os juros pedidos pela dívida espanhola a 10 anos atingiram os 7%, que é considerada a barreira psicológica a partir da qual os empréstimos se tornam virtualmente impagáveis. A Irlanda recorreu ao fundo europeu quando os seus juros atingiram os 8,1%, enquanto Portugal e a Grécia só o fizeram quando o juro ia em 8,5%.

A pressão sobre Espanha também está a ser ajudada pelas dificuldades da Itália em financiar-se junto dos mercados. Esta quinta-feira, os 3 mil milhões de euros de obrigações a três anos irão custar ao Estado 5,3% em juros, bem acima dos 3,9% do leilão do mês passado.

A situação espanhola domina agora as atenções da política e da finança europeia. O Banco Central Europeu pediu a Espanha mais cortes nas despesas públicas e aplaudiu o pacote de austeridade que Rajoy apresentara no início do ano. O défice espanhol está calculado em 8,9% do PIB e o BCE diz que este ano terá de baixar para 5,3%. No parlamento alemão, Angela Merkel elogiou o governo de Rajoy pelo pedido de resgate à banca e condenou os “comportamentos irresponsáveis”  do sistema financeiro espanhol que criaram uma “bolha financeira” e que agora irão receber as ajudas pagas pelos contribuintes.

_________

Fonte: Esquerda.net