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João Guilherme Vargas Netto: Sobrevivência sindical

12 de novembro de 2024
João Guilherme Vargas Netto apresenta alguns dos desafios para a sobrevivência dos sindicatos: Campanhas salariais exitosas com ampla divulgação dos seus resultados, unificação de pautas e unificação efetiva dos dirigentes, sindicalização permanente, reforço da comunicação na internet e serviços sindicais úteis e vantajosos.

João Guilherme Vargas Netto apresenta alguns dos desafios para a sobrevivência dos sindicatos: Campanhas salariais exitosas com ampla divulgação dos seus resultados, unificação de pautas e unificação efetiva dos dirigentes, sindicalização permanente, reforço da comunicação na internet e serviços sindicais úteis e vantajosos.

De todas as tarefas a serem cumpridas pelos dirigentes sindicais brasileiros na atualidade uma delas adquire caráter de desafio e é definitiva: a luta pela sobrevivência do sindicato.

E para seu êxito é preciso que as direções, “subindo às bases”, cumpram também todas as outras tarefas e exigências do dia a dia sindical.

Há uma contradição evidente entre a conjuntura positiva – econômica e social – na sociedade, com crescimento do PIB, aumento do emprego formal, ganhos reais de salários e inflação baixa e a situação em que os sindicatos tentam sobreviver, submetidos às agruras financeiras e a um severo bombardeio político e ideológico.

É exatamente agora, “quando as coisas vão bem”, que o sindicato tem que lutar pela própria sobrevivência e procurar garantir o mínimo de relevância no cenário social.

Isto porque, passados sete anos da deforma trabalhista que agrediu a estrutura dos sindicatos e suas prerrogativas, é agora que seus efeitos se fazem sentir agudamente, acumulados e aumentados durante esses anos. Os sindicatos e demais entidades têm dificuldade de se aproveitarem da própria existência de um governo favorável aos trabalhadores, mas que não os escuta a contento.

Para ter êxito na luta pela sobrevivência as direções sindicais precisam cumprir, também com êxito, todas as tarefas que lhes são incumbidas pelos trabalhadores e pelas trabalhadoras.

A primeira delas é a organização de campanhas salariais mobilizadoras e cujos resultados sejam positivos, garantindo-se a própria validade das contribuições financeiras das categorias para as entidades. Esta tarefa vem sendo cumprida, como tem demonstrado os números do Dieese, mas as direções não os têm valorizados, subestimando a necessidade de sua divulgação, que abrandaria a pressão empresarial pelas “cartas de oposição”.

Relacionada a esta aparece a tarefa de unificar as categorias, o conjunto dos trabalhadores e as direções sindicais, com pautas específicas e gerais que atendam os anseios coletivos.

Não tem bastado a publicação de notas, às vezes relevantes e às vezes não, que substituem o empenho efetivo de unificação e o trocam por um efêmero e burocrático sentimento de dever cumprido.

É necessário também persistir no permanente trabalho de sindicalização e de ressindicalização, aproximando sempre os trabalhadores do sindicato.

A comunicação sindical precisa melhorar sempre e os novos desafios representados pelas redes sociais e pela internet devem ser enfrentados com a ajuda de profissionais da comunicação competentes no manejo destas mídias. Cada dirigente e cada ativista deve procurar estabelecer uma rede informatizada de contatos com os trabalhadores e com as trabalhadoras de base, em cada empresa e em cada setor.

E os serviços sindicais, apesar da penúria dos meios à disposição, devem ser mantidos e aprimorados, atentos sempre às exigências e expectativas dos usuários.

Campanhas salariais exitosas com ampla divulgação dos seus resultados, unificação de pautas e unificação efetiva dos dirigentes, sindicalização permanente, reforço da comunicação na internet e serviços sindicais úteis e vantajosos, são algumas das tarefas correntes a serem cumpridas para se enfrentar e superar com êxito, o desafio da sobrevivência das entidades sindicais garantindo recursos ainda antes mesmo de lei favorável.

João Guilherme Vargas Netto é consultor sindical de diversas entidades de trabalhadores em São Paulo.

Este é um artigo de opinião. A visão dos autores não necessariamente expressa a linha editorial dFMG.