Logo Grabois Logo Grabois

Leia a última edição Logo Grabois

Inscreva-se para receber nossa Newsletter

    Notícias da FMG

    Dalmo Ribas, militante do PCdoB que enfrentou a ditadura e ajudou a reconstruir a memória do país, falece aos 81 anos

    Fundação Maurício Grabois presta homenagem ao histórico militante comunista, construtor da resistência à ditadura e defensor incansável da memória e da verdade

    POR: Redação

    3 min de leitura

    Dalmo Ribas durante audiência pública da Comissão da Verdade do Estado de São Paulo, que colheu os testemunhos de familiares de guerrilheiros desaparecidos no Araguaia. Em 12/04/2013. Foto: Maurício Garcia de Souza/Alesp
    Dalmo Ribas durante audiência pública da Comissão da Verdade do Estado de São Paulo, que colheu os testemunhos de familiares de guerrilheiros desaparecidos no Araguaia. Em 12/04/2013. Foto: Maurício Garcia de Souza/Alesp

    Faleceu na última sexta-feira, 18 e julho, em São Paulo (SP), aos 81 anos, José Dalmo Ribeiro Ribas, psicólogo e membro do Partido Comunista do Brasil (PCdoB).

    Dalmo, como era chamado por amigos, familiares e militantes, nasceu na capital paulista em 24 de fevereiro de 1944. Em 1966, entrou para o PCdoB recrutado por Benjamin Abdala, seu amigo do curso de idioma russo na USP. Desde então, dedicou-se à militância. Atuou no movimento estudantil, compôs os trabalhos da “quinta tarefa”, preparativos para a Guerrilha do Araguaia, e recrutou militantes que se tornaram quadros importantes do partido, a exemplo de Jamil Murad, Maria Lúcia Petit e seu próprio irmão, Antônio Guilherme Ribeiro Ribas. Maria Lúcia Petit e Antônio Guilherme Ribeiro Ribas combateram a ditadura militar na Guerrilha do Araguaia.

    Sobre o recrutamento de seu irmão para o PCdoB, afirma Dalmo em depoimento:

    “Antônio Guilherme, que também estudava no Colégio Estadual Basílio Machado, naturalmente incorporou o sentido de oposição à ditadura militar, daí ter sido quase espontâneo que eu o recrutasse para o PCdoB. Isso fez com que o nosso ingresso partidário tenha ocorrido quase ao mesmo tempo. Nesse processo, surgiram os camaradas “Zelão”, que era eu, e “Ernesto”, Antônio Guilherme.”

    Durante a clandestinidade, por orientação de Pedro Pomar, Dalmo mudou-se para Campinas (SP) com a tarefa de ajudar a construir o PCdoB no interior de São Paulo, em Campinas, Rio Claro, Ribeirão Preto, Sertãozinho e Piracicaba. Deu assistência às bases do partido no movimento operário do ABC, participou das campanhas de anistia e dos preparativos para o retorno de João Amazonas ao Brasil, tarefa encampada e dirigida por Diógenes Arruda.

    No último período, Dalmo contribuiu com a Comissão Nacional da Verdade e com pesquisas para o Centro de Documentação e Memória da Fundação Maurício Grabois.

    Seu depoimento sobre o que viveu durante a ditadura militar está registrado no livro Repressão e Direito à Resistência: Os comunistas na luta contra a ditadura (1964-1985), do Projeto Marcas da Memória da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça. A obra foi publicada em 2013 pela Fundação Maurício Grabois e Editora Anita Garibaldi, em São Paulo.

    Quando perseguimos o futuro, honramos o passado: a memória de José Dalmo persistirá entre nós nas lutas em prol do Brasil, dos brasileiros, do socialismo, hoje e sempre. A Fundação Maurício Grabois rende homenagem à sua vida e luta e se solidariza com seus familiares.