Boas vindas ao Portal Grabois, conheça nossa marca
O que vocĂª estĂ¡ procurando?
Prosa@Poesia
CĂ¡rcere das almas

CĂ¡rcere das almas

Ah! Toda a alma num cárcere anda presa, Soluçando nas trevas, entre as grades Do calabouço olhando imensidades, Mares, estrelas, tardes, natureza. Tudo se veste de uma igual grandeza Quando a alma entre grilhões as liberdades Sonha e, sonhando,

CanĂ§Ă£o da foice e o feixe

CanĂ§Ă£o da foice e o feixe

– Colhendo o arroz dos posseiros     de Santa Terezinha,     perseguidos     pelo Governo e pelo Latifúndio. Com um calo por anel, monsenhor cortava arroz. Monsenhor “martelo e foice”? Me chamarão subversivo. E lhes direi: eu o sou. Por meu Povo

A cidade

A cidade

Os amigos estão além Dos meus gritos de socorro. E os astros quando chegarem Talvez seja tarde. Resta, então teu colo, cidade minha. Percorro tuas avenidas Como um neto percorre As largas e azuis artérias da avó. Ah! cidade

Haicai

Haicai

sem sintonia o corpo violão com efeito sanfona

A noite

A noite

A nebulosidade ameaçadora Tolda o éter, mancha a gleba, agride os rios E urde amplas teias de carvões sombrios No ar que alacre e radiante, há instante, fora. A água transubstancia-se. A onda estoura Na negridão do oceano e

barata

barata

a barata rastejou sobre os ladrilhos enquanto eu estava mijando e ao virar minha cabeça ela enfiou o traseiro numa fenda. peguei o inseticida e disparei o aerossol e disparei e disparei e finalmente a barata saiu e me

A longa e a breve

A longa e a breve

      Hipocrates Campos Sequeira, capitão de mar e terra, filho de Ogum, devoto de Nossa Senhora de Aparecida, senta e declara, para quantas assembléias queiram ouvir, que o céu é o horizonte, e inquire, a todos da geral, quem

papo de busĂ£o

papo de busĂ£o

      Estou num ônibus especial. Noto um povo de cara fechada; ouço o diálogo de dois passageiros, que estão ali, do meu lado:       – E ai Bró?.       – Como é vagaba?.       – Tudo limpo na vida louca!.

Todas as vidas

Todas as vidas

Vive dentro de mim uma cabocla velha de mau-olhado, acocorada ao pé do borralho, olhando pra o fogo. Benze quebranto. Bota feitiço… Ogum. Orixá. Macumba, terreiro. Ogã, pai-de-santo… Vive dentro de mim a lavadeira do Rio Vermelho. Seu cheiro

A Jean Cocteau

A Jean Cocteau

O impossível não se pede É feito por nós mesmos Longe das limitações e medos mundanos Longe da descrença do mundo em sua própria humanidade O impossível não é aquilo que ninguém pode realizar É o que ninguém ousou