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Prosa@Poesia
O ar que eu respiro

O ar que eu respiro

Eu quero fazer valer o ar que eu respiro. Por isso vou ser sempre essa que solta o ar dos pulmões, da garganta, que sangra o próprio coração, que não engole o choro, que corre à frente de qualquer

Sub Urbe

Sub Urbe

      Mariana chegou à quitanda procurando Nelson e repolhos. Dos vegetais, não encontrou cabeça que prestasse. De Nelson, nem rastro.       Mariana morava com a tia – senhora gorda, enérgica, dona de uma capacidade desmedida para o trabalho. Acolheu

circulando pela periferia

circulando pela periferia

Sou negro e presidiário, Sonhos de serrar as grades, Olhos cerrados, verrugas, No nariz não incomoda, Baionetas já caladas, Os manos  pensando fugas, A liberdade; baladas, Invasões de domicílios, Polícia, tira que  atira, Bandidagem mexe os cílios, Pisca, filhos

Como um poema chinĂªs

Como um poema chinĂªs

assim daqui pr’ali pode me dar vontade de desistir entre um lado e outro da ponte, atravessando a rua entre a cama e a privada, entre uma página e outra   da esquerda para a direita por dá cá

Expatriado 

Expatriado 

Tu que estudas as Leis, Investigas os códigos, Responda-me: Qual Constituição te ofereceu Artigos tão perversos Para tu me banires de ti? As Delícias do Amargo & Uma Homenagem poemas – Adalberto Monteiro Editora Anita Garibaldi, 2006 Adalberto Monteiro,

Tributo aos pintores

Tributo aos pintores

Sátiros dançam! todas as defromidades erguem vôo centauros remontando à raiz dos vocábulos nos escritos de Gertrude Stein – mas não se pode ser artista por mera inépcia O sonho está no perseguir! As nítidas figuras de Paul Klee

cardiofagia

cardiofagia

o negócio neste mundo é gastar, eu sei… mas eu gosto é de juntar coisinhas jogadas fora que para mais nada para mais ninguém prestam por isso é que naquele dia estranho de açúcar e afeto caminhando no deserto