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Prosa@Poesia
Passantes

Passantes

cada homem que passou por mim me deu sua dor me deu o todo de mim o todo do todo que hĂ¡ em mim   cada homem que passou por mim foi grĂ£o e chĂ£o pedra poeira sertĂ£o estranheza

Cavalgando ao Oriente

Cavalgando ao Oriente

Uma palavra, desenterrada para Knut Hamsun:   sovada no trilho de sangue que corre da AmĂ©rica, onde abastecido a sol o teto do trem assava-lhe a desnutriĂ§Ă£o atĂ© que nĂ£o:   com tanta distĂ¢ncia a ser escavada pelo que

A arte

Sim, a obra sai mais belado árduo trabalho adverso,        seja elamármore, esmalte ou verso.   A afetação recusa! Para andares direito,         ó Musa, calça um coturno estreito.   Foge ao ritmo usado que, de tão

As Cartas

As Cartas

HĂ¡ cartas que nĂ£o se respondem. HĂ¡ cartas pĂ¡lidas como uma rosa aberta e que se esfolham em nossas mĂ£os. HĂ¡ as que demoram e chegam no Outono, e tĂªm gosto de mar, de cinza e esquecimento. HĂ¡ inesperadas,

Poema do Ferro e do Sangue

Poema do Ferro e do Sangue

Esqueceram os campos revolvidos onde vegetam perdidos os ossos obscuros calcinados de dez milhões de mortos.   Esqueceram as cruzes improvisadas erguendo para o alto preces de galhos retorcidos.   E esqueceram o rumor das granadas revolvendo a terra

Poema para Aylan Kurdi

Se soubesse nadar, Talvez tivesse chegado Ă  praia, Com vida, mas ele tinha apenas 3 anos. Minutos antes do naufrĂ¡gio, A mĂ£e o apertara contra os seios, Mesmo pequenino pressentia a grande desgraça, Fechou os olhinhos e teve uma

MartĂ­

Ah! nĂ£o pensei que sua voz Ă© um suspiro! Que Ăªle tem mĂ£os de sombra, nem que Ă© o seu olhar lenta gĂ´ta lunar tremendo de frio sobre uma rosa.                   Sua voz abre a pedra, e suas mĂ£os

Elegia a Jacques Roumain

Elegia a Jacques Roumain

Roumain (Ă  direita) com GuillĂ©n no HaĂ¯ti (6 a 12 de agosto de 2008) (Escrito no Brasil, na casa Portinari / Cosme Velho, 103/Rio)   Grave a voz lhe fluĂ­a. Triste e severo, embora aço e lua por fora.

Um poema de amor

Um poema de amor

  NĂ£o sei. Ignoro-o. NĂ£o sei bem, nĂ£o sei, quanto tempo andei sem encontra-la novamente. Talvez um sĂ©culo? Quem sabe. Talvez um pouco menos: noventa e nove anos. Ou um mĂªs? Podia ser. De qualquer forma, um tempo enorme,