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Prosa@Poesia
ProduĂ§Ă£o

ProduĂ§Ă£o

      Dos administradores que me precederam uns dedicaram-se a obras urbanas; outros, inimigos de inovações, não se dedicaram a nada.       Nenhum, creio eu, chegou a trabalhar nos subúrbios.       Encontrei em decadência regiões outrora prósperas; terra aráveis entregues

A primeira noite de uma mulher

A primeira noite de uma mulher

      A mulher levava uma existência pela metade, em prisão domiciliar decretada pelo marido, e com o aval e a cumplicidade dela mesma, a sua vítima preferencial, se bem que este tipo de erosão do ser sempre atinge outras

MarginĂ¡lia

MarginĂ¡lia

Marginália II (1967) Eu, brasileiro, confesso Minha culpa meu pecado Meu sonho desesperado Meu bem guardado segredo Minha aflição Eu, brasileiro, confesso Minha culpa meu degredo Pão seco de cada dia Tropical melancolia Negra solidão:  Aqui é o fim

Marcha da Coluna

Marcha da Coluna

A coluna vai na frente Dos homens, das mulheres, das crianças. A coluna deita no leitos dos rios, A coluna se levanta, rasga matas, A coluna vai na frente, Vai mostrar o caminho ao país, A coluna marcha, O

Humanizar o mundo, amazonizar o Brasil

Humanizar o mundo, amazonizar o Brasil

      Penso, logo insisto: o jargão “pensar globalmente, agir localmente” precisa ser, verdadeiramente, ecológico-economista. Produzir – distribuir – consumir, não é brincadeira, não… Merece, no mínimo, complementação lógica: pensar o lugar, inter/agir no global… Em verdade eu vos digo:

ManhĂ£

ManhĂ£

O jardim estava em rosa ao pé do Sol E o ventinho de mato que viera do Jaraguá, Deixando por tudo uma presença de água, Banzava gozado na manhã praceana. Tudo limpo que nem toada de flauta. A gente

Madrigais Privados

Madrigais Privados

Deste meu nome a uma árvore? Não é pouca coisa; embora não me resigne a ficar apenas sombra, ou tronco, abandonado num subúrbio. Eu o teu dei a um rio, a um longo incêndio, à minha parte cruel, à

Também cansei

Também cansei

      Amarfanhados com interesses da elite nacional (e internacional) desde a tintura do cabelo até a meia de seda, não cansam de fazer edifícios para celebrar a cultura, digo, a especulação imobiliária, e assim, menos de um ano da

Vandalismo

Vandalismo

Meu coração tem catedrais imensas, Templos de priscas e longínquas datas, Onde um nume de amor, em serenatas, Canta a aleluia virginal das crenças. Na ogiva fúlgida e nas colunatas Vertem lustrais irradiações intensas Cintilações de lâmpadas suspensas E