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Prosa@Poesia
LuminĂ¡ria

LuminĂ¡ria

esta lua de inverno cárie na boca do sertão na escuridão torta e estatelada é o nosso pobre sol de maiakóvski rodela de prata vintém terrorista detergente proletária solta lá no céu é só uma gravura na sala de

Comércio

Comércio

      Daí eu falei pro meu irmão: “vamô arrumá um dinhero, vamô comprá uma bolachera de bolacha e botá comércio na fêra”.  Daí ele disse: “Mais como a gente vai arrumá o dinhero pá comprá a bolachera?”  E eu

Fuga para o Interior

Fuga para o Interior

Sei agora porque a vida criou a palavra alívio. Quando saístes porta a fora, percebi que a felicidade às vezes se manifesta assim, miúda e mesquinha. Ah, estrela encantada da minha infância perdida, me proteja, careço de cor, brilho

As amendoeiras feridas morreram

As amendoeiras feridas morreram

      Meu filho,       O dia parou nas minhas rugas desde o momento em que a máquina sangrenta e cinza deles passou sobre nossa casa. É impressionante esse veículo imenso que abre sua garganta para tragar as poucas coisas

Uma deusa sem pudor e sem pecado

Uma deusa sem pudor e sem pecado

Outro figurino do gĂªnero, bastante usado, Ă© – a pretexto de algum acontecimento – remexer nas memĂ³rias pessoais, explorando ilações com episĂ³dios vividos e, finalmente, tirar uma moral da histĂ³ria. Eu (como incomodam, nas crĂ´nicas, esses eu, eu, eu)

Ao Kafka, com carinho

Ao Kafka, com carinho

      A Metamorfose foi escrita em vinte dias, entre 17 de novembro e 7 de dezembro de 1912, quando o autor tinha 29 anos, e foi publicada em 1915. A primeira leitura do texto, somente para os amigos, se

Amanhecer

Amanhecer

Na profunda noite universal que apenas contradizem os postes de luz uma ventura perdida ofendera as ruas taciturnas como pressentimento trêmulo  do amanhecer horrível que ronda os arrabaldes desmantelados do mundo. Curioso pela sombra e acovardados pela ameaça de

Alma atlĂ¢ntica

Alma atlĂ¢ntica

Em algum lugar do tempo humano erguemos muros de medo em volta de nós mesmos. Em algum dia da noite de terror na pátina dos dias ao desenhar, no quintal da infância arabescos de não ser feliz sitiei meu

O Lobo e o Cordeiro

O Lobo e o Cordeiro

Na água limpa de um regato, matava a sede um Cordeiro, quando, saindo do mato, veio um Lobo carniceiro. Tinha a barriga vazia, não comera o dia inteiro. – Como tu ousas sujar a água que estou bebendo? – rosnou o

Da tarde com seus desejos

Da tarde com seus desejos

escrevo a tarde com seus mormaços com seus traços de lírio e luz delírios de azuis no olho e no riso da moça com que olho e arde a tarde azul   escrevo a tarde com seus desejos digo