Nomes, sobrenomes e identidades
Não me chamo Silva. Sou Vieira de nascimento. Vieira dos Santos, pra ser mais exato. Tenho todos os dedos da mão, uma língua solta e prefiro refazer a reformar. Em comum com o Silva mandatário da nação, tenho
A morte do barbeiro
Entro na barbearia e não o vejo. O silêncio se faz. Finalmente alguém diz: -Você não sabia? O da cadeira ao lado como que o herdeiro da freguesia me oferece os préstimos profissionais. A esmo saio pela cidade. Nesses
Crianças e vizinha
Antes de começar, gostaria de pedir que me perdoem os muitos amantes de crianças, aqueles que, quando vêem um daqueles picorruxos, fica todo manhoso e falando como se fosse mais criança do que a criança a sua frente.
AniversĂ¡rio
– Dez anos. Eles estão juntos há dez anos. – Não enjoam não? – Ele diz que o segredo é o tesão. – Depois de dez anos? – Pois é. Ele diz que sente
Primeiro de maio
Fiquei contente ao perceber que o dia desta coluna coincidiu com o primeiro de maio. A gente sempre tem um primeiro de maio na memória; uns enormes, outros; mirradinhos, divididos (sem graça!), mas, os que a gente nunca
Para bom entendedor
O sujeito puxa a peixeira, encosta no seu pescoço e diz: "Ou me obedece, ou rua!". Alguém pode dizer: "Oxente! Se a casa é do cidadão, ele tá no seu direito". Se fosse só dele a casa,
Astronomia
Tolice que o luar vem do sol. O luar vem é dela! Verbos do Amor & Outros Versos – Adalberto Monteiro Goiânia – 1997 Adalberto Monteiro, Jornalista e poeta. É da direção nacional do PCdoB. Presidente da Fundação Maurício
Triste figura
– Doravante, chamar-me-ei Ildefonso. Cansado desta inércia, deste nome joseanamente simples, saio em demanda de uma nova identidade – nobre, guerreira. Desbravarei terras ignotas; singrarei mares nunca dantes poluídos. Serei Ildefonso, cavaleiro galopante das selvas histriônicas! –