Sob o céu, uma estrela
Hoje, de posse da vida, poderei dizer-te das coisas que não sei ou sinto: do destino que nunca se destina em nos alegrar; do outro lado da lua que o homem escuro teima em vigiar; dessa fome do mundo
Hoje, de posse da vida, poderei dizer-te das coisas que não sei ou sinto: do destino que nunca se destina em nos alegrar; do outro lado da lua que o homem escuro teima em vigiar; dessa fome do mundo
– Ah, cidade perversa, eu sacio tua sede alimento teus filhos e, em troca, injetas veneno em minhas veias… Verdes vales-pálidos, peixes, pássaros inválidos. No vale escorre um doente. Ferido, mutilado, perde a vida a cada momento. Dele, qual
Ponto de ônibus Um dia quando eu estava concentrado no ponto do ônibus, olhando fixamente para o local de onde minha condução sairia, e preocupado com que o motorista não me deixasse para trás, passando pelo outro lado
Vislumbrar no céu um caminho pra mim mesmo é o que não pude. Toda essa tarde me traz a agonia triste de estar num banco universitário a ponderar o imponderável: a vida, que, lá fora, bate urgente e necessária.
No corredor, esperava, aflita. Macas iam e vinham. Médicos e enfermeiros, atendentes e policiais, vigias e acompanhantes, todos circulavam entre pacientes acidentados, gripados, febris. Macas encostadas nas paredes brancas. E um cheiro permanente de medicamentos e esparadrapos.
Ele não era nem bom, nem mal. Era um daqueles pacatos cidadãos que encontramos todos os dias pelas ruas da cidade. Passam daqui pra lá, de lá pra cá, muitas vezes de guarda-chuva nas mãos mesmo não havendo