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Prosa@Poesia
Sob o céu, uma estrela

Sob o céu, uma estrela

Hoje, de posse da vida, poderei dizer-te das coisas que não sei ou sinto: do destino que nunca se destina em nos alegrar; do outro lado da lua que o homem escuro teima em vigiar; dessa fome do mundo

No vale das Ă¡guas doentes

No vale das Ă¡guas doentes

– Ah, cidade perversa, eu sacio tua sede alimento teus filhos e, em troca, injetas veneno em minhas veias… Verdes vales-pálidos, peixes, pássaros inválidos. No vale escorre um doente. Ferido, mutilado, perde a vida a cada momento. Dele, qual

ComĂ­cio

ComĂ­cio

Brota no palanque um homem com seus olhos. Vocifera. Chama toda a gente para o plantio de manhãs e desperta a praça apinhada. Fala por trovões. Aponta a fome e seus crimes justificados; desata todas as contradições em palavras

Palestina

Palestina

Quebram nossos braços mas não quebram nosso sonho. Deste solo nazareno parte nosso grito em busca de asas para nossos filhos. Nossa Palestina hoje é um nome resolvido em pedra e fuzil.

O universitĂ¡rio

O universitĂ¡rio

Vislumbrar no céu um caminho pra mim mesmo é o que não pude. Toda essa tarde me traz a agonia triste de estar num banco universitário a ponderar o imponderável: a vida, que, lá fora, bate urgente e necessária.

Espera

Espera

      No corredor, esperava, aflita. Macas iam e vinham. Médicos e enfermeiros, atendentes e policiais, vigias e acompanhantes, todos circulavam entre pacientes acidentados, gripados, febris. Macas encostadas nas paredes brancas. E um cheiro permanente de medicamentos e esparadrapos.      

Fantasma

Fantasma

      Tomou o ônibus no Jardim Damasceno. Não deu uma hora, desceu. Dirigiu-se até a quitanda logo em frente ao ponto, comprou umas mixiricas e saiu descascando uma. Com um gomo na boca, parou em frente a uma banca

Ainda mato um

Ainda mato um

      Ele não era nem bom, nem mal. Era um daqueles pacatos cidadãos que encontramos todos os dias pelas ruas da cidade. Passam daqui pra lá, de lá pra cá, muitas vezes de guarda-chuva nas mãos mesmo não havendo

Um dia…

Um dia…

Um dia todos os homens serão amigos do tempo. Não mais blasfemarão contra a manhã e sua luz desperta e nem contra o trânsito, o relógio de ponto e a noite que os obriga dormir (apagar seus pensamentos sob