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Prosa@Poesia
Tina eu ti amo

Tina eu ti amo

      "Tina eu nunca pude fala cum vosse, eu…"       – Droga!       Mais uma folha ia parar no lixo. Ele nunca conseguira terminar os estudos, melhor, saiu da escola na quarta série, e hoje estava apaixonadíssimo por Tina

PĂ£o e trigo

PĂ£o e trigo

Entre o pão e o trigo há uma distância: O trigo, inacabado sob o tempo, na ânsia de tornar-se pão, canta com os companheiros a felicidade de ser trigo e um dia poder negar-se trigo para ser pão. O

O morto

O morto

      "Pensavam que estivesse morto. Alguns esperavam, outros desejavam. Ele, não respirava, nem se movia. E assim ninguém percebeu quando certo dia, sempre um dia, mas que não era um dia qualquer, levantou-se e ameaçou puxar uma aba do

Os filhos da terra

Os filhos da terra

I – O CAMPONÊS Me pintaram a cara de índio e me arrancaram da terra com minhas raízes e meu reino. Lançaram minhas sementes n'areia e n'areia me perdi entre os grãos. E mataram minha colheita, e nas promessas

O trigo

O trigo

No confronto com o dia, trabalha-se o trigo. Na ânsia de negar-se trigo para afirmar-se pão (ou bolo ou ainda outra carne que não trigo) queima-se em seu próprio findar ante as coisas do cio. Finda nessa obsessão de

O milho

O milho

Nega-se e nem é pó. O milho, em seu grão, nega a si próprio e cai na fértil tarde do fero céu para brotar noutro que não ele a fim de negar-se milho novamente até ser milharal, mar de

O campo

O campo

Na seiva inabitável das coisas está o campo e no campo estão os homens e nos homens a necessidade de alimento e da palavra pelo alimento e pela foice que sangra o pé e a terra que nunca deixa

Per capita

Per capita

      Davi e Salomé se conheceram num campeonato de quebra-cabeça na Sociedade Amigos de Bairro da Vila Filistéia. Viram-se na semifinal e se apaixonaram. Eliminaram seus adversários, foram para a final um contra o outro e, ambos, contra peças

O civil

O civil

No sempre desejo de ser mineral pó o homem, morto sobre si, avança o sinal. Pálido de lábios e curvo na espinha, deixa cair do rosto o olhar claro e longe até ver-se preso e consumido só no relógio