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Prosa@Poesia
SOU NĂ“MADA E BASTA-ME

SOU NĂ“MADA E BASTA-ME

SOU NĂ“MADA E BASTA-ME   Sou nĂ³mada e basta-me Beber a Ă¡gua que vem da montanha E olhar a mica do cĂ©u onde se reflectem As mutações da Coisa — o pĂ³ Que nela pousa. A teia do conhecimento

Apocalypse now

Apocalypse now

Apocalypse now the horror…   o megacowboy vestindo uma armadura de carapaças de armadillo Ă  prova de tiro divide o mundo em adeptos do mal e cruzados do bem (em sua caixa craniana um vozerio de apostas ruge em

PĂ¡ssaro Azul

PĂ¡ssaro Azul

PĂ¡ssaro Azul   hĂ¡ um pĂ¡ssaro azul no meu coraĂ§Ă£o que quer sair mas eu sou demasiado duro para ele, e digo, fica aĂ­ dentro, nĂ£o vou deixar ninguĂ©m ver-te.   hĂ¡ um pĂ¡ssaro azul no meu coraĂ§Ă£o que

A oficina do sapateiro

A oficina do sapateiro

A oficina do sapateiro     Em toda cidade existe uma rua na qual, se a gente presta bem atenĂ§Ă£o, acharĂ¡ certa tenda muito antiga. O recinto Ă© pequeno, e tĂ£o escuro que seu teto se funde com as

Matadouro do Dia

Matadouro do Dia

Matadouro do Dia   Avisem os tristes da cidade: darei de beber de meus olhos perfurados A quem ficar ao meu lado. Darei de comer de meu corpo torturado aos nus e desesperados. Venham beber o vinho amargo da

Quintal, mundo sem fim

Quintal, mundo sem fim

Quintal, mundo sem fim   Quintal tem som de sol nascendo, tem cheiro de musgo, de sabĂ£o em pĂ³. Tem caos instalado, organizado. Brilho de coisa velha, cor de roupa no varal, coisa quebrada. Quintal tem sabor de chuva.

Amor italiano

Amor italiano

Amor italiano A questĂ£o central Ă© que o Roberto estava apaixonado pela Neide hĂ¡ pelos menos duas semanas.   Ela trabalhava como vendedora de sorvete italiano numa mĂ¡quina que ficava na porta de um 1,99 na Rua Visconde de

Vogais

Vogais

VOGAIS   A negro, E branco, I rubro, U verde, O azul, vogais, Ainda desvendarei seus mistĂ©rios latentes: A, velado voar de moscas reluzentes Que zumbem ao redor dos acres lodaçais;   E, nĂ­vea candidez de tendas areais, Lanças

Para quem morreu de pé

Para quem morreu de pé

Para quem morreu  de pĂ©   Para quem morreu de pĂ© minha ternura, minha flor, um esgarçado de nuvem para quem morreu de pĂ©. Para quem foi enforcado o meu gemido, a minha dor, no incruento desse crime as