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Prosa@Poesia
Árvore prodigiosa

Árvore prodigiosa

Árvore prodigiosa Eu sou na floresta a excelentíssima Hevea brasiliensis, árvore que os ingênuos desterrados da seca a caminho do fado nordestino da ocupação do Norte acreditaram, ingenuamente, era pau que dá dinheiro à beça… Qual nada! N verdade,

Momento num Café

Momento num Café

Momento num Café Quando o enterro passou Os homens que se achavam no café Tiraram o chapéu maquinalmente Saudavam o morro distraídos Absortos na vida Confiantes na vida. Um no entanto se descobriu num gesto largo e demorado Olhando

Um Amanhã

Um Amanhã

Um Amanhã Louvada seja a misericórdia De Quem, completos meus setenta anos E selados meus olhos, Salva-me da venerada velhice E das galerias de precisos espelhos Desses dias iguais E dos protocolos, molduras e cátedras E da assinatura de

A cadeira do barbeiro Arnaldo

A cadeira do barbeiro Arnaldo

A cadeira do barbeiro Arnaldo. Desde menino vou cortar o cabelo com o Arnaldo. Aliás, quando menino ia também ao barbeiro para, em tempos de festa junina, comprar os foguetinhos e foguetões da desgraça canina alheia. O Arnaldo é

O Meu Canto é de Sol

O Meu Canto é de Sol

O Meu Canto é de Sol O meu canto é de sol… É de verão florindo Os jardins tropicais. De túnicas vermelhas Flamboyants cardeais! O meu canto é de sol… É de manhã nascente Em profuso verão: – Púrpuras

zen, bubuia

zen, bubuia

zen, bubuia o mar vira rio junto ao cais nivela o horizonte à cidade. a canoa flutua no ar: o tempo se dissolve no mar.   José Varella, Belém-PA (1937), autor dos ensaios "Novíssima Viagem Filosófica", "Amazônia Latina e

Assovio

Assovio

Assovio Ninguém abra a sua porta para ver que aconteceu: saímos de braço dado, a noite escura mais eu. Ela não sabe o meu rumo, eu não lhe pergunto o seu: não posso perder mais nada, se o que

Ó prazer de começar

Ó prazer de começar

Ó prazer de começar Ó prazer de começar! Ó alvorada! A primeira grama, quando parece esquecido O que é o verde! Ó primeira página do livro Tão esperado, surpreendente! Leia Devagar, muito rápido A parte não lida ficará pequena! E

Lembrança de Morrer

Lembrança de Morrer

Lembrança de Morrer Quando em meu peito rebentar-se a fibra, Que o espírito enlaça à dor vivente, Não derramem por mim nem uma lágrima Em pálpebra demente. E nem desfolhem na matéria impura A flor do vale que adormece

Amar

Amar

Amar Amar Não é possuir, é entregar-se. É chegar sem perturbar; ocupar espaços sem invadir; é estar presente sem ser chamado; mostra-se à frente sem ser o primeiro. Amar é saber –se metade . quando o outro pedaço sente-se