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Prosa@Poesia
A poesia estĂ¡ aqui

A poesia estĂ¡ aqui

No pio desta última nhambu, Na solidão deste último socó, No espanto e vôo Deste último par de patos selvagens. Só a poesia sabe o paradeiro Deste canteiro derradeiro De jasmins silvestres. A poesia está aqui Neste último bando

Janelas

Janelas

Recordações inumeráveis correm silenciosamente nas margens do rio (dos olhos do homem) e os últimos repuxos e as últimas flores secam inexplicavelmente nos olhos do homem.                                                             1938 Obra Completa João Cabral de Melo Neto Edição Organizada por

A cura das lembranças

A cura das lembranças

      O que acontece com a paz, que na sua passagem não dura, e quase não se deixa amar? Por que só há epopéias de guerras, e não Ilíadas homéricas a narrar as sagas da Paz? O mal sempre

Enredo para um café amargo

Enredo para um café amargo

Mesmo de luto, luto, luto. Aborreço-me com as retóricas que surgem ao convite aberto dos basculantes, atrevidas de repetição. Este tempo de palanques, excesso de siglas e fotos. Não há mais crenças para tais notícias, promessas emitidas e em

SabĂª-la

SabĂª-la

Poesia ah, poesia! Gostaria de sabê-la. Se para isso é preciso estar triste, se para isso é saber melancolia, de céu cinza, de dor indômita, ou de solidão, deveria sabê-la, então!  Professora

Canto a Elisa Branco

Canto a Elisa Branco

Pesadas grades, hirtas e escuras, estão paradas e perfiladas junto às janelas da cela escura que esconde Elisa – a de nome simples, de nome claro de nome branco, a de alma clara. Passam soldados, voltam soldados, e os

De Volta Ă s Nuvens

De Volta Ă s Nuvens

      Eu já tinha 22 anos quando voei pela primeira vez. Ainda lembro-me: Porto Alegre-Curitiba. Gol. Fui fazer uma rápida visita a Renata que, na época, passava alguns meses na capital de nosso estado, pois pensávamos em voltar a

Marta do Egito

Marta do Egito

      Deserto ocidental do Egito.       Marta, uma mulher viúva, trabalha no museu que funciona numa das casas de barro típicas do oásis, onde se encontra um museu criado por Badr Abdel Moghny, um artista beduíno local. A cidade

Dividindo a dor

Dividindo a dor

Tantos filhos esqueceste que, justamente, o mais franzino e o mais frágil deles, não crê em Deus. Tuas mãos que sempre me protegeram ataram-se às minhas e falaste: ─Filho, reza por mim, quero viver! Letalmente ferida, a nação que