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Prosa@Poesia

Um senador romano

Em sua toga branca e no solo encarnado, César vencido jaz com toda a majestade. O bronze de Pompeu olha na eternidade, com seu verde sorriso, o corpo ensanguentado.   A alma que abandonou o homem apunhalado por Brutus,

Tchekhov, Maiakóvski e gênios da literatura em cores e sons

    Anton Tchekhov, amado pelo público de todo o mundo por suas peças, autor de “O Jardim das Cerejeiras” e “Três irmãs”, e um verdadeiro mestre da pequena prosa. “Na galáxia de grandes dramaturgos europeus contemporâneos de Ibsen,

Em Cuba tudo é modesto…

Em Cuba tudo é modesto: A casa que abriga, a roupa que veste, A caneta que escreve, O hospital que acolhe e cura, O prato que alimenta, A escola que pesquisa e ensina, O livro que ilumina; Mas os

O morcego

Meia-noite. Ao meu quarto me recolho. Meu Deus! E este morcego! E, agora, vede: na bruta ardência orgânica da sede morde-me a goela ígneo e escaldante molho.   “Vou mandar levantar outra parede…” – digo. Ergo-me a tremer. Fecho

Versos de Outono

A René Pérez   Quando a ti se encaminha, meu pensar se perfuma: tão doce é o teu olhar que se torna profundo. Sob os teus pés desnudos ainda há brancor de espuma, e em teus lábios resumes a

A pequena balada de Plóvdiv

(Bulgária)   Na velha povoação de Plóvdiv, bem longe, lá, meu coração morreu uma noite e nada mais.   Uma longa mirada verde, bem longe, lá, úmidos lábios proibidos e nada mais.   O céu búlgaro brilhava, bem longe,

POMAR ABANDONADO

No pomar abandonado onde pessegueiros velhos se curvam para o chão, cabras ávidas, de pé nas patas traseiras, quebram galhos cobertos de frutos verdes e ficam a roer tranquilamente as folhas.   Os cabritinhos lamentosos andam em volta das

A BOIADA

A caminho dos portos e dos curros, fazendo curva ou retidões de réguas, desce a boiada, aos corcovões e esturros, vencendo estradas de noventa léguas.   Vem das pastagens de Inhamuns*. E, entre urros, a poeira, e as filas

O DESAFIO DE PEDRO MALAZARTE COM O CORONEL JUNQUEIRA

Corria o ano de 1890. A região da  capital do café, fervilhava de gente atraída pelo dinheiro que o café rendia aos grandes fazendeiros. Certa vez, lá na região de Ribeirão Preto, vindo não se sabe de onde, o

A canção do bongô

Esta é a canção do bongô:   – Aqui o que mais fino for, responde, se o chamo eu. Uns dizem: agora mesmo, outros gritam: já me vou.   Porém, meu repique bronco e minha profunda voz chamam o