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    Comunicação

    Ode aos Olhos

    Não fossem os olhos quanta coisa deixaria de ser expressa! Os olhos, num átimo, comunicam o que um calhamaço de folhas impressas seria incapaz. Os olhos, o meio mais intenso, denso, de comunicação. Há algo tão exuberante quanto os gritos de dor e revolta nos olhos de uma baleia com um arpão preso à carne, […]

    POR: Redação

    2 min de leitura

    Não fossem os olhos
    quanta coisa deixaria de ser expressa!
    Os olhos, num átimo,
    comunicam
    o que um calhamaço
    de folhas impressas
    seria incapaz.

    Os olhos,
    o meio mais intenso,
    denso, de comunicação.
    Há algo tão exuberante
    quanto os gritos de dor e revolta
    nos olhos de uma baleia
    com um arpão preso
    à carne, aos ossos?
    Algo mais universal
    que duas gotas salgadas
    no canto dos olhos?

    Os olhos,
    sem sua linguagem
    quantas vidas teriam perecido,
    quantos amores teriam deixado
    de se reatar.

    Sem o afã de traduzirmos a infinita
    riqueza do idioma dos olhos
    à fala,
    à escrita,
    quantas palavras e frases imprescindíveis
    teriam se perdido?

    Os olhos,
    sem seus signos
    quantos segredos
    não seriam conosco
    sepultados no túmulo?

    Os Sonhos e os Séculos – Adalberto Monteiro
    Círculo Azul Livros – Goiânia – 1991.

     Adalberto Monteiro, Jornalista e poeta. É da direção nacional do PCdoB. Presidente da Fundação Maurício Grabois. Editor da Revista Princípios. Publicou três livros de poemas: Os Sonhos e os Séculos(1991); Os Verbos do Amor &outros versos(1997) e As delícias do amargo & uma homenagem(2007).

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